Brazil records alarming rates of epidemic violence against women and LGBTQ+. According to statistics, the country ranks as the fifth most violent for women and the deadliest in the world for homosexuals. On the other hand, progressive policies to support both groups have been implemented by different public administrations in the last decades generating remarkable milestones. Despite being considered as cutting-edge, those actions have not necessarily translated into a reduction of violence. One explanation for these paradoxes between progressive policies to protect women, LGBTQ+ and the frequent violence against these groups, might be found in historical, cultural, and religious roots. This article highlights that, notwithstanding that some progress was made in Brazil, the rise of conservative and far-right groups may undermine all the advancement reached in the last decades, which could lead to the aggravation of the gender-based violence in the country
A igualdade, presente na educação de rebanho e que justifica a democracia, nivela o desenvolvimento humano por baixo, para o pior, de modo que se tem uma sociedade cada vez mais fraca. A educação aristocrática, ao contrário, privilegia o desenvolvimento da autonomia do indivíduo; nesse caso, a diferença constitui a meta a ser alcançada pelo filósofo. Não se trata de pensar a diferença como oposta à igualdade, de forma estanque, mas a diferença existe na igualdade. Neste artigo, apresentaremos a crítica de Nietzsche à democracia, da mesma forma que sua crítica à igualdade. Além disto, analisaremos o sentido da educação aristocrática no contexto da hegemonia prussiana, além de aspectos fundamentais da filosofia de Nietzsche, com destaque para a vontade de potência. Com esses elementos, pretendemos argumentar que, paradoxalmente, a educação de rebanho se revela importante como estímulo à educação aristocrática, da mesma forma que a igualdade também indica a necessidade da diferença como possibilidade de plenitude do filósofo do futuro, muito livre; então, é na diferença que a educação aristocrática se estrutura.
A família faz a mediação entre a sociedade e o indivíduo. Ela possui lógica própria, limitações de tempo e espaço e uma mitologia que se adaptam a condições socioeconômicas variáveis. Por outro lado, as sociedades ocidentais contemporâneas são famosas pela capacidade de integrar novas práticas culturais, inclusive aquelas originalmente opostas às normas dominantes. A família também é, obviamente, um locus de relações de gênero. O aparecimento da guarda compartilhada como prática contracultural ressaltou a normalização da separação conjugal e do divórcio, assim como o desejo de criar os filhos de acordo com papéis de gênero antes simétricos do que diferenciados. No Quebec, a guarda compartilhada de alguma forma se transformou em modelo para a igualdade de gênero, influenciando os papéis parentais e as relações entre homens e mulheres mesmo em famílias intactas. Mas será que o surgimento da guarda compartilhada como modelo cultural significa uma redução das desigualdades de gênero no interior da família? O presente artigo analisará as novas transformações dos papéis parentais heterossexuais com base nos dados empíricos de uma pesquisa no Quebec (Côté, 2000; 2004; 2006; 2010; 2012). O novo modelo da família baseado numa idealização da guarda compartilhada integra os conceitos contemporâneos da família como um grupo de indivíduos unidos por escolha e negociação, e não por casamento e dever. Ele também acomoda recentes evoluções de gênero: fluidez de identidades e papéis, pluralidade de experiências e maior mobilidade para as mulheres. No entanto, ao contrário de mitos comuns, essa modernização do espaço doméstico baseada na simetria dos papéis parentais e de gênero também cria novos tipos de regulamentações e constrangimentos que perpetuam e "modernizam" desigualdades. É o que será aqui apresentado e discutido.
This article seeks to elucidate the philosophical sense of equality affirmed by Paulo Freire as a condition of a liberating education, for which "accepting and respecting difference" is another of its conditions. More specifically, it analyzes his statement that "nobody is superior to anyone else" (FREIRE, 2017, p. 119) in its logical, epistemological, educational and political dimensions. This analysis is developed in five sections. In the first section, a detailed and conceptual examination of the afore-mentioned phrase is proposed. In the second section, the paper considers the implications of this examination for an educational life inspired by Freirean thought; it specifically studies the sense of equality in the pedagogical relationship, that is, between teachers and learners. In the next section, it introduces the ideas of another advocate of equality in education, the French author Joseph Jacotot, in the early nineteenth century. In the fourth section, it compares Jacotot's ideas with those of Paulo Freire, highlighting commonalities and differences, both in their lives and in their educational thoughts. Finally, it draws some conclusions about the value of equality in education, inspired by the reading of these authors, in particular with regard to the place of knowledge and thinking in an emancipatory education. ; O presente trabalho busca elucidar o sentido filosófico da igualdade afirmada por Paulo Freire como condição de uma educação libertadora para a qual aceitar e respeitar a diferença também é outra de suas condições. Mais concretamente, analisa a afirmação de que "ninguém é superior a ninguém" (FREIRE, 2017, p. 119) em suas projeções lógica, epistemológica, educacional e política. Desdobram-se, para isso, algumas seções. Na primeira, a frase citada é submetida a um exame detalhado e conceitual. Na segunda, consideram-se os sentidos que esse exame projeta para uma vida educacional inspirada no pensamento freireano. Estuda-se ali especificamente o sentido da igualdade na relação pedagógica, ou seja, entre quem ocupa o lugar de ensinar e quem ocupa a posição de aprender. Na seção seguinte, são introduzidas as ideias que outro defensor da igualdade na educação, o francês Joseph Jacotot, realiza na primeira parte do século XIX. Em outra seção, os ideais de Jacotot e os de Paulo Freire são contrastados, destacando os aspectos comuns e as diferenças, tanto em suas vidas quanto em seus pensamentos educacionais. Finalmente, na última seção, inspirado na leitura desses autores, tiram-se algumas conclusões sobre o valor da igualdade na educação, em particular no que diz respeito ao saber e ao pensar uma educação emancipadora.
Neste artigo, analisamos a complexa relação entre políticas de promoção de igualdade racial e programas de distribuição de livros didáticos. O estudo ancora-se numa perspectiva crítica de educação que analisa livros didáticos e a literatura infanto-juvenil como artefatos de currículo. Discutimos a articulação entre movimentos sociais negros e aparelhos estatais e sua possível relação com mudanças nos editais do Programa Nacional do Livro Didático. Tais editais mantêm prescrições de caráter genérico e negativo, mas também contêm formulações propositivas e específicas, afirmando que os livros devem promover a valorização dos diferentes segmentos étnico-raciais da sociedade brasileira. Discutimos resultados de pesquisas sobre relações entre negros e brancos em livros didáticos de língua portuguesa, história, geografia e ciências. Os resultados são considerados preliminares e apontam mais para a permanência do que para mudanças nos discursos dos livros que hierarquizam brancos e negros, sendo mais notáveis as mudanças em livros de ciências. Analisamos, ainda, resultados de desenhos e entrevistas sobre a rememoração de imagens do negro em livros didáticos por estudantes negros de 5ª a 7ª série. Os discursos racistas constantes nos livros didáticos são percebidos pelos estudantes e causam constrangimento e mal-estar, ou seja, atuam como uma das formas de racismo institucional presentes nas escolas e podem ter parcela de participação nos resultados piores que o alunado negro aufere no ensino. Uma vez que as mudanças nos livros são tênues, os alunos negros clamaram por mudanças expressivas com veemência. ; In this paper we analyze the complex relationship between policies intended to promote racial equality and programs aimed at free distribution of textbooks. The study is based on a critical educational perspective that analyzes textbooks and the literature for the children and the young as curriculum artifacts. We discuss the articulation between black social movements and government apparatuses and their possible relation with changes in the calls for bids set forth by the National Textbook Program. Such calls for bids utilize prescriptions of generic and negative character, but they also contain specific propositional formulations, which require that textbooks have to promote the appreciation of the several ethnic/racial segments existing in the Brazilian society. We discuss the results of research on the relations between black and white people in textbooks used in subjects such as Portuguese, history, geography and science. Results are considered preliminary and point more to permanence than to change in the discourses of textbooks which establish a hierarchy between whites and blacks; and changes are more remarkable in science textbooks. We also analyze the results of drawings and interviews about the recollection of images of black people appearing in textbooks by black students in 5th through the 7th grade. Black students are aware of the racist discourses contained in textbooks and they cause embarrassment and malaise, that is, such contents serve as a sort of institutional racism present in the schools and may have a share in the worse academic achievement that affect black students in education. Since the changes in the textbooks are subtle, black students vehemently claimed for significant changes.
Introdução : igualdade e democracia no pensamento político / Luis Felipe Miguel -- O liberalismo e o desafio das desigualdades / Luis Felipe Miguel -- Da desigualdade de classe à dominação política na tradição marxista / Luis Felipe Miguel -- Desigualdades inevitáveis e restrição da democracia no pensamento elitista / Luis Felipe Miguel -- Liberdade, desigualdade e dominação : a economia política do neorrepublicanismo / Ricardo Silva -- Participação, (des)igualdade política e democracia / Adrian Gurza Lavalle -- Democracia deliberativa e (des)igualdade / Cláudia Feres Faria -- Redefinições do público e do privado no debate feminista : identidades, desigualdades e democracia / Flávia Biroli -- Democracia, diversidade e desigualdades no multiculturalismo / Flávia Biroli -- Reconhecimento, desigualdes e capitalismo / Ricardo Fabrino Mendonça -- Democracia e desigualdade : pós-estruturalismo / Daniel de Mendonça -- Condenando a terra : desigualdade, diferença e identidade (pós)colonial / Luciana Maria de Aragão Ballestrin -- As ciências sociais brasileiras e a temática das desigualdades (2000 a 2010) / Carlos Machado e Danusa Marques
Given the important role that school management currently plays, this paper aims to discuss democracy from democratic management perspective in educational institutions. Thus, it focuses on ideas of equal opportunity, liberties, human and social rights, which are safeguarded by modern democracy, where conflicts in the perpetuation of inequalities and social violence in education occur, prompting the analysis of democracy in the capitalist context. This is an exploratory-bibliographical, qualitative research that is based on documental analysis of publications that are related to literature pertinent to educational policies, democracy, and democratic management. The study found that the democratic management has oscillated between equal management of the School Council and a management that is discretional, bureaucratic, and that is more tolerant to the perverse logics of control and hierarchy than to the school self-organization which should identify with a participatory democracy. ; Debido a la importancia que asume hoy la gestión escolar, la investigación discute la democracia desde la perspectiva de la gestión democratica en las intituiciones educativas. Con este fin, el articulo refleja las ideas de igualdad de oportunidades, libertades, derechos humanos y sociales defendidos por la democracia moderna, que ha sido escenario de contradicciones en la perpetuación de la desigualdade y la violência social en la educación, lo que implica analizar la democracia en el contexto capitalista. Es una investigación cualitativa exploratoria-bibliografica, que utiliza el análises documental de publicaciones relacionadas con la literatura inherente a las políticas educativas, la democracia, la gestión democrática. Señala que la gestión democrática ha oscilado entre la gestión equitativa del Consejo Escolar y uma gestión discrecional y burocrática que impregna lógicas más perversas de control y jerarquia que la autorganización de la escuela que identifica uma democracia participativa. ; Pela importância que assume nos ...