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Este contributo analisa e discute o caso da migração de crianças e adolescentes "não acompanhados" entre Marrocos e Europa, aprofundado e utilizado como caso de estudo no projeto "Antropologia de interfaces" (FCT/CAPES). O trabalho prende-se em particular à análise das formas de atribuir sentido ao mundo e à mobilidade, na tentativa de explorar a construção da vivência dos jovens migrantes na relação entre mundo global e mundos (g)locais de experiência e significado. A perspetiva teórica que inspira esta análise situa-se na interseção entre antropologia, psicologia e estudos migratórios e fundamenta-se no conceito de subjetividade, entendida como forma de orientação ao mundo e incorporação de normas, estruturas de valor e de significado, histórica e politicamente definidas, que influenciam o imaginário e a representação, definindo as maneiras especificas de pensar, agir, falar, sofrer e dar sentido à existência. O estudo salienta como a construção subjetiva dos jovens pós-coloniais e das suas famílias é orientada por um "desejo de modernidade e participação" de matriz global que choca-se com os processos normativos impostos pela nova disciplina das fronteiras europeia, manifesta nos procedimentos burocráticos e administrativos do chamado "acolhimento". A combinação dessas duas dinâmicas concorre para produzir a experiência de marginalidade e o risco consequente, também em termos de "disponibilidade para ser sancionados". Nas conclusões enfrenta-se o paradoxo de um processo em que os jovens migrantes são reenviado ao lugar marginal prescrito e que a infração da fronteira tinha tentado transformar. ; This contribution analyzes and discusses the case of the migration of "unaccompanied" children and adolescents between Morocco and Europe. This analysis was originally presented as a contribution to the Project "Anthropology of Interfaces" (FCT/CAPES). The article examines the ways in which young migrants give meaning to the world and to the experience of mobility, in an attempt to explore the construction of the youth's experience between contemporary global and (g)local worlds of experience and meaning. The theoretical perspective inspiring the study lies at the intersection of anthropology, psychology and migration studies and is based on the concept of subjectivity, understood as a form of orientation to the world and embodiment of historically and politically defined norms, values and meaning. This orientation influences the imagination and defines specific forms of thinking, acting, speaking, suffering and giving meaning to existence. The article shows that the subjective construction of postcolonial youth and their families is moulded upon a globally-fashioned "desire for modernity and participation", which clashes with the normative process imposed by the new "discipline of the borders" in Europe, manifested through the bureaucratic and administrative procedures of the so-called "reception". The combination of these two dynamics concurs in producing the experience of marginality and the following risk also in terms of "disposition to be sanctioned". Conclusions delve into the paradox of a process in which young migrants are pushed back to the prescribed marginal place in the world which the infringement of the border had tried to subvert.

Objetivo: Se plantea una reflexión sobre la forma en la cual los gobiernos nacionales implementan los compromisos adquiridos para favorecer el desarrollo de la inclusión educativa para enfrentar la problemática de la migración infantil, y proponer alternativas que respondan a las verdaderas necesidades de la población afectada. Metodología. El presente documento corresponde a una revisión bibliográfica alrededor de la temática de migración infantil e inclusión educativa. Se seleccionaron un total de 29 artículos, publicados en un periodo de tiempo que va del 2004 al 2020, principalmente en la región de Latinoamérica. En conjunto, los artículos conceptualizan el tema de la inclusión educativa, analizan la problemática que se establece para la educación de calidad debido al desarrollo de las migraciones, y proponen estrategias para enfrentar dicha situación. En un primer momento del estudio se evidenció que existía una baja producción en cuanto a la temática, por lo cual se decidió evaluarla desde tres categorías diferentes: 1. la inclusión educativa, 2. la migración y la inclusión y 3. la migración infantil y la inclusión educativa. Dichas categorías se ubicaron de forma progresiva y permitieron delimitar un recorrido histórico sobre el desarrollo de los conceptos. Resultados. Los resultados de la investigación evidencian que el concepto de inclusión educativa aplicado a la población migrante infantil ha sido poco desarrollado. No obstante, se cuenta con reflexiones interesantes que dan cuenta de una transformación teórica, la cual debe ser plenamente explorada con la finalidad de contribuir al diseño de política pública y a transformaciones de fondo. Conclusiones. Las conclusiones sugieren que una transformación de este tipo no impacta exclusivamente a la niñez migrante, sino también a sus compañeros y compañeras de aula, sus docentes, su entorno, su familia, entre otros factores, por lo que se precisa de este proceso de reflexión para comprender la inclusión en un contexto multicultural. ; Objective: To reflect on how national governments implement the commitments acquired to favor the development of educational inclusion to face the problem of child migration, proposing alternatives responding to the needs of the affected population. Methodology. This paper provides a review of the literature on the theme of child migration and educational inclusion. A total of 29 articles were selected, published between 2004 and 2020, mainly in the Latin American region. All the articles conceptualize the issue of educational inclusion, analyze the problem of quality education due to the development of migration, and propose strategies to face this problem. At the beginning of the research, it is evident that there is a low production concerning this theme, so it is evaluated from three different categories: (1) educational inclusion, (2) migration and inclusion, and (3) child migration and educational inclusion. These categories were identified progressively and helped to delimit a historical overview of the development of concepts. Results. The results show that the concept of educational inclusion applied to the child migrant population has been poorly developed, regardless of interesting reflections that account for a theoretical transformation that should be explored with the proposal to contribute to the design of public policy and substantive transformations. Conclusions. The specific conclusions suggest that this transformation not only has an impact exclusively on migrant children but also on their classmates, their teachers, their environment, their family, among others, so this reflection process is required to understand inclusion in a multicultural context. ; Objetivo. É proposta uma reflexão sobre a maneira pela qual os governos nacionais implementam os compromissos assumidos para favorecer o desenvolvimento da inclusão educacional para enfrentar o problema da migração infantil, com alternativas que respondam às verdadeiras necessidades da população afetada. Metodologia. Este documento corresponde a uma revisão de literatura sobre o tema migração infantil e inclusão educacional. Foram selecionados 29 artigos, publicados em um período de 2004 a 2020, principalmente na região da América Latina. De forma conjunta, os artigos conceituam a questão da inclusão educacional, analisam os problemas que se estabelecem para uma educação de qualidade devido ao desenvolvimento da migração e propõem estratégias para enfrentá-la. No primeiro momento da pesquisa, ficou evidente a baixa produção em relação a esse tópico, por isso foi decidido avaliá-lo em três categorias diferentes: 1. inclusão educacional, 2. migração e inclusão e 3. migração infantil e inclusão educacional. Essas categorias foram colocadas progressivamente e permitiram delimitar uma visão histórica do desenvolvimento dos conceitos. Resultados. Os resultados da pesquisa mostram que o conceito de inclusão educacional aplicado à população infantil migrante foi pouco desenvolvido. No entanto, há reflexões interessantes que explicam uma transformação teórica que deve ser totalmente explorada para contribuir com o desenho de políticas públicas e transformações fundamentais. Conclusões. As conclusões sugerem que uma transformação desse tipo não afeta exclusivamente crianças migrantes, mas também seus colegas de classe, professores, ambiente, família, entre outros, e é por isso que esse processo de reflexão é necessário para entender a inclusão em um contexto multicultural.