O presente trabalho tem como objetivo geral abordar os resultados históricos das eleições municipais brasileiras em 2020, a respeito do grande número de candidatos travestis e transexuais eleitos e dos seus impactos para o movimento LGBTI+, dentro do aspecto da democracia representativa. A pesquisa se divide em duas partes, objetivando: contextualizar as candidaturas de travestis e transexuais nas eleições municipais de 2020 e a sua repercussão na democracia representativa brasileira. Dessa forma, busca responder a problemática "quais os impactos positivos da expressividade travesti e transexual nos resultados das eleições municipais de 2020?". A hipótese do artigo é a de que a eleição cada vez mais abrangente de membros da comunidade travesti e transexual, dentro da democracia brasileira, expressa uma maior participação, reivindicação e necessidade de representação desse grupo social dentro da esfera política. A metodologia é do tipo qualitativa, utilizando notícias recentes a respeito das eleições municipais de 2020, dados factuais sobre a classe estudada, além de obras de teóricos que estudam a democracia representativa e a pluralidade política.
In pre-colonial Peru the distinctions between male and female were far more flexible than they are today. A traditional travesti or transgender/transvestite identity and culture existed and played an important role in Andean religion and society. Colonial and subsequently development influences suppressed these identities and communities, although the Peruvian travesti remained. In contemporary Peru travestis face violence from the public and police, as well as economic exclusion and discrimination by health services. Travestis have assimilated the worst of both gender roles. Sometimes they are seen as male and thus fair game for violence from the police. However, they have also assumed some aspects of the stereotypical 'hysterical' woman, such as body transformation even at the cost of their health, choosing macho and possibly violent partners, and passivity in sex. Travestis need a new kind of post-feminism to enable them to make active choices about which genders they wish to claim, and to live out their chosen genders in ways that validate themselves. Rights are needed for all people to choose and transit between gender identities whether male, female, or a combination of the two. (IDS Bull/GIGA)
In: Portuguese studies: a biannual multi-disciplinary journal devoted to research on the cultures, societies, and history of the Lusophone world, Band 14, S. 92-103
In 2012, after decades of trans and travesti activism in Argentina, the law on gender identity was finally adopted. Travesti activists Diana Sacayán and Lohana Berkins were at the forefront of these efforts. The same year, after the long struggle of the feminist movement, 'femicide,' understood as the murder of women by men in the context of gender-based violence, was incorporated into the Criminal Code as aggravated murder. This legal amendment also criminalized hate crime based on the sexual orientation or gender identity of the victim. Mobilized by Sacayán's murder in 2015, the trans and travesti collective sought to make the experiences of exclusion and marginalization of the travesti collective visible by coining the notion of 'travesticide,' and demanded it to be used in the ensuing criminal trial that followed her death. Constrained by the legal notions of femicide, gender-based violence, and hate crimes, the Tribunal introduced 'travesticide' in their decision, yet questions on how to properly operationalize this notion in criminal law remain. Each notion offers opportunities and poses difficulties in making the murder of travestis politically visible and accounted for. By a detailed analysis of the final judgment, this article reflects on the implications of the notions used in the trial and the possible lessons for future interactions with the criminal justice system.
Le but de cette étude est de faire de la notion de « populisme russe » ( narodnitchestvo , de narod , le peuple) un objet de questionnement, d'en retracer l'évolution en la dégageant des nombreuses interprétations qui l'ont modelée au fil du temps, jusqu'à faire parfois disparaître les seuls acteurs qui s'en revendiquèrent. Après une présentation de la conception courante du narodnitchestvo (un mouvement socialiste ayant émergé en Russie au milieu du xix e siècle et dont les grandes figures – Herzen, Bakounine, Lavrov et Tkatchev notamment – souhaitaient adapter leurs idées socialistes à la vie russe), on en questionnera la réalité en nous appuyant sur différents textes produits par les révolutionnaires russes. Comme le montre notre étude, pour les acteurs qui s'auto-désignèrent comme des populistes, le populisme fut tant une pratique qu'une philosophie. Par ailleurs, les textes émanant des milieux littéraires et politiques russes montrent que le terme narodnitchestvo échappa rapidement à ses créateurs, entra en usage dans le milieu littéraire russe, devint une catégorie vague et mouvante, pour finir par presque disparaître. Ce terme connut ensuite une nouvelle vie sous la plume des marxistes russes, qui défigurèrent le narodnitchestvo pour des raisons idéologiques et politiques. Puis, au début du xx e siècle, le narodnichestvo devint un objet d'histoire. Enfin, on évoquera la postérité du concept de « populisme russe » tout au long du xx e siècle et jusqu'au xxi e siècle.
Sara Wagner York ou Sara Wagner Pimenta Gonçalves Júnior, apresenta-se como Travesti da/na Educação - em razão da decisão judicial (de 2017) que concede o direito ao uso de um nome feminino, mas não a readequação de gênero. É uma pessoa com deficiência visual, pai, avó, é Mestra em Educação (GENI/ProPEd / UERJ - com bolsa CNPq), Especialista em Gênero e Sexualidades (CLAM / Instituto de Medicina Social - UERJ - com bolsa da própria instituição) e Especialista em Orientação Escolar, Supervisão Escolar e Inspeção Escolar (ISV). Graduada em Letras - Literatura Inglesa (Licenciatura / UNESA), Pedagogia (Licenciatura / UERJ) e Letras Vernáculas e Literaturas Brasileiras, Portuguesas e Africanas em Língua Portuguesa (Licenciatura / UNESA), cursou Jornalismo (UNESA/2021-2023) é considerada a primeira âncora do jornalismo brasileiro através da mídia (pós TV) Brasil 247. Voluntária na ONG Britânica Sahir House no Reino Unido (2011/2012), onde trabalhou em ações de inclusão social e permanência de refugiados oriundos do Oriente Médio, América Latina e África. Recebeu a Medalha ALUMNI da Universidade Estácio de Sá (2017) pela luta na implantação do nome social, nas plataformas educacionais da instituição nacionalmente e por atuar junto à comunidade carioca pela trans-inclusão. Recebeu o Diploma de reconhecimento e gratidão em atividades durante a pandemia de COVID-19 da Câmara Municipal do Rio de Janeiro - RJ (2021). Conferida pela Câmara Municipal da cidade do Rio de Janeiro com a Medalha de Reconhecimento Chiquinha Gonzaga (2023). Prêmio Antonieta de Barros em relevância aos mês das mulheres pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ-2023). Membro da Associação Nacional de pessoas trans e travestis - ANTRA e da Rede Campanha Pelo Direito à Educação. Membro do Comitê Científico de Acessibilidade da ANPED - Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação, Segunda secretária financeira da ABEH - Associação Brasileira de Estudos da Transhomocultura(2021-2023). É professora mediadora na disciplina de Informática em Educação no curso de Pedagogia / Ensino à Distância na UERJ. Membro cofundadora da CIPAAI - Câmara de Implementação de Políticas Afirmativas Antirracistas e Interseccionais da UERJ. Atualmente é doutoranda em Educação pela Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - (GESDI/FFP/UERJ). Pesquisa: desigualdades e a diferença, a laicidade e o backlash e a bio/necropolítica e as identidades como estruturas determinantes para a EXCLUSÃO/inclusão travesti/trans no contexto homo-conversador-nacionalista brasileiro. Interessa-se pelos feminismos interseccionais, QUEER e CRIP. Pesquisa, traduz e escreve sobre TRANSEPISTEMOLOGIAS (e o corpo Intersexo) na Edu(comuni)cação. A Entrevista foi realizada no dia 29 de maio de 2023, online, via aplicativo WhatsApp.
Discutir corpo, gênero e sexualidade no domínio da Geografia ainda provoca polêmicas, especialmente, quando são as travestis, mulheres e homens trans que narram suas próprias experiências de espaço e lugar. Os corpos trans no ensino geográfico e na formação do sujeito acabam rompendo com o discurso de neutralidade que por muito tempo a Geografia se esquivou ao abordar gênero e sexualidade. Deste modo, é possível cogitar que um corpo, um sujeito, uma professora trans e sua prática pedagógica não apenas representa parte do que é tido enquanto paisagem de uma escola como interroga um estigma que é atribuído a partir de um imaginário social transfóbico sobre determinados ensaios paisagistas. O corpo travesti e geográfico marcado pela metamorfose e estigmas busca uma nova forma de produzir conhecimento e demandas educacionais, para promover visibilidade e abrir caminhos entre paisagens, territórios e lugares, mesmo que a passos lentos, porém largos, dentro de uma sociedade que condena as pessoas que estão fora de uma certa cisheterossexualidade compulsória.
PALAVRAS-CHAVE: Travesti. Corpo. Metamórfico. Geografia. Lugar.