Americanização das trajetórias e a renegociação da dívida externa: notas sobre o início do governo Sarney
In: Agenda política, Band 10, Heft 1, S. 38-64
Abstract
O artigo analisa o embate ocorrido no início do governo Sarney entre os defensores do chamado tratamento técnico da dívida externa – o qual alinhava-se com o monetarismo e implicava na manutenção do acordo draconiano da ditadura – e os proponentes de uma reconversão ao tratamento político – mais próximo a heterodoxia e baseado num endurecimento das negociações. Mobilizando análise documental, entrevista e prosopografia, examinou-se a relação entre a americanização das trajetórias e a preferência pela negociação técnica. Retomando a discussão sobre o papel do capital internacional nas guerras palacianas dos países periféricos, interpretou-se tal relação como uma forma positiva de "afinidade eletiva", ou seja, uma convergência e atração mútua entre uma socialização caracterizada pela passagem pelos EUA e contato com sua ideologia liberal e a predileção por uma política externa alinhada à ortodoxia econômica e complacente frente aos interesses internacionais e, sobretudo, estadunidenses.
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