Territorialização da Mineração e os Efeitos Socioambientais nas Áreas de Territorialization of Mining and Environmental Effects in the Areas of the CerradoCerrado |

In: PEGADA: a revista da geografia do trablho

Abstract

Introdução: A pesquisa tem como centralidade a análise do processo de apropriação mineradora dos territórios cerradeiros, os efeitos socioambientais e as (Re)Existências construídas pelos trabalhadores, camponeses na Mesorregião do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba – Minas Gerais. Esta proposta baseia-se na visão integrada do Cerrado, "[...] enquanto território que passa a ser um produto histórico, apropriado e disputado por agentes sociais que o fazem a partir do seu poder econômico, cultural, político, de informação, de capacidade estratégica, de resistência etc". (CASTILHO; CHAVEIRO, 2010, p. 45). O intuito é demonstrar que a inserção contraditória nos territórios cerradeiros dos fluxos nacionais e internacionais de acumulação do capital (mineração, agronegócio, hidrelétricas etc.), não transforma apenas as riquezas naturais, mas, o trabalho e as culturas dos Povos Cerradeiros (MENDONÇA, 2004). Esse processo aglutina (Re)Existências, compreendidas "[...] enquanto um processo de permanência, modificada por uma ação política que se firma nos elementos socioculturais. [...] as (Re)Existências são ações construídas no processo de luta pelos territórios da vida". (PELÁ; MENDONÇA, 2010, p.54). Metodologia: A metodologia apóia-se na pesquisa qualitativa e quantitativa com utilização de procedimentos metodológicos como levantamento documental, dados estatísticos, pesquisa de campo e diário de campo. Considerações finais: Com base nos levantamentos de dados, informações e leituras preliminares para a construção da pesquisa em desenvolvimento no doutorado, percebeu-se que há uma geopolítica das grandes empresas de mineração na ocupação planejada do Cerrado, gerada pela apropriação do subsolo e expansão da atividade mineradora, associadas à crescente demanda por minérios, exportação de commodities e ao processo hegemônico de reprodução do capital e exploração da natureza e do trabalho. O subsolo torna-se um território em disputa e sua exploração substancia relações de poder, efeitos socioambientais, (re)organização do trabalho e das diferentes formas de lutas dos trabalhadores (em associações, sindicatos, movimentos sociais etc.) e comunidades camponesas nas áreas de Cerrado. A pesquisa contribui para situar o papel da mineração e a exploração do subsolo nas pesquisas sobre o Cerrado, desvendando as contradições da apropriação dos minérios e as novas dinâmicas territoriais, sem perder de vista os efeitos sobre os homens e mulheres que continuam (Re)Existindo nos territórios da vida.