Article(electronic)October 15, 2007

"Remédio da Ciência" e "Remédio da Alma": os usos da secreção do kambô (Phyllomedusa bicolor) nas cidades

In: Campos: revista de antropologia social, Volume 8, Issue 1

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Abstract

Desde a metade da última década, em grandes cidades do Brasil, começou a se difundir o uso da secreção da rã Phyllomedusa bicolor. Tradicionalmente usada como revigorante e estimulante para caça por grupos indígenas do sudoeste amazônico (entre eles, Katukina, Yawanawá e Kaxinawá), tem havido um duplo interesse pelo kambô nos centros urbanos: como um "remédio da ciência" – no qual se exaltam suas propriedades bioquímicas – e como um "remédio da alma" – onde o que mais se valoriza é sua "origem indígena". A difusão urbana do kambô tem-se dado, sobretudo, em clínicas de terapias alternativas e no ambiente das religiões ayahuasqueiras brasileiras. Os aplicadores são bastante diversos entre si: índios, ex-seringueiros, terapeutas holísticos e médicos. Neste artigo apresentamos uma etnografia da difusão do kambô, analisando sobretudo o discurso que esses diversos aplicadores têm elaborado sobre o uso da secreção, compreendida por alguns como uma espécie de 'planta de poder', análoga ao peiote e a ayahuasca.

Publisher

Universidade Federal do Parana

ISSN: 1519-5538

DOI

10.5380/cam.v8i1.9553

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