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A migração de mulheres do ale do Jequitinhonha para São Paulo: de camponesas à proletárias
Constância e permanência: as mulheres de um bairro na periferia de São Paulo
Mulher: sujeito ou objeto do planejamento familiar
Operárias na calçada
"De mulher pra mulher"
Terra vermelha (conto)
O rosto feminino da migração sazonal
A volta por cima
Viagens de ida e volta: a migração de camponesas pobres na Argentina
Mudança, crise e redefinição de papéis: as mulheres brasileiras lá fora
Trabalhadoras brasileiras em Boston
A mulher migrante em Honduras
A estrada, a rua e a zona
"Nos trajetos da sujeição" – as brasileiras na Suíça
Distante do Éden: as condições de trabalho das migrantes na região do São Francisco
Cooperação e competição entre emigrantes brasileiras
Mulheres imigrantes no Japão
Mulheres migrantes na fronteira Brasil-Bolívia
Tráfico de mulheres: um novo/velho drama amazônico
Apresentação – A importância da categoria "gênero" nos novos estudos migratórios
A face feminina na migração "permanentemente" temporária no estado de São Paulo: o caso das trabalhadoras da citricultura
Rostos femininos nas migrações internacionais: mulheres
brasileiras no Sul da Flórida
Rostos goianos na migração
Mulheres em movimento: registrando memórias migrantes
Vivencias discriminatorias según colombianas e paraguayas radicadas en Ecuador y Brasil
A feminização como tendência da migração boliviana para São Paulo
Mulheres japonesas e suas famílias: migração e colonização privada no estado de Mato Grosso – 1952
Vozes de mulheres migrantes não apenas em 8 de março

Apresentação – possibilidades de travessias (Ed. 77 – Dossiê Migração, sexualidade e identidade de gênero)
Vivendo em liberdade? Homossexualidade, diferenças e desigualdades entre brasileiros na Espanha
Migrações internas e internacionais motivadas por orientação sexual e identidade de gênero
Refugiados LGBTI no Brasil
Apresentação – A importância da categoria "gênero" nos novos estudos migratórios
"Refugiados LGBTI": gênero e sexualidade na articulação com refúgio no contexto internacional de direitos

Neste segundo dossiê "Refugiados", o primeiro foi publicado na edição de Travessia, nº 37, Ano XIII, MAIO-AGO/2000, a Revista Travessia e seus colaboradores querem contribuir para a melhor compreensão dos interesses, disputas, conflitos, efeitos das mudanças climáticas no âmbito das relações sociais e políticas que colocam em risco a vida de milhares de pessoas. Mas também quer contribuir para apontar o protagonismo dos migrantes e refugiados na sua busca por melhores condições de vida e inserção social. [...]

Envolvendo trabalho, política, imaginário, saúde, cultura, redes, desejos, gênero, etc. desde Marcel Mauss ([1950], 2005) e Abdelmaleck Sayad (1998) se compreende a migração como um fato social total. Isto é, um fato histórico que preserva características sociais e sociológicas próprias, mas que alcança e envolve as mais diversas relações institucionais e sociabilidades cotidianas de migrantes e não migrantes.

Se tornamos hoje o mapa-mundi e tentamos vizualizar graficamente o que vem ocorrendo em termos de deslocamentos humanos, provavelmente teríamos ante nossos olhos um emaranhadode setas, tais a magnitude com exatidão o volume da mobilidade em curso. [...]

Em diferentes regiões do Brasil, trabalhadores rurais, Índios, moradores de pequenas cidades ( e mesmo, de cidades não tão pequenas) descobrem que foi decidido, por alguém, em algum lugar, que aquele rio vai ser tomado por outros, servir a usos de objetivos que lhes são estranhos.[...]

Migrar não é apenas sair, caminhar.É também ficar, resistir.
Migrar é caminho para superar a fome pela fartura, a escravidão pela liberdade, o sobreviver pelo viver.Migrar é movimento que buscaeducação,saúde,nova terra,uma melhora.Migrar é passagemda rua, cortiço, favela ou aluguelpara a casa própria;da desocupação e trabalho de "bico"para o emprego estável;do jugo da precisãopara o reino da abundância. [...]

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Após alguns anos do início do êxodo dos brasileiros, é hora de perguntar-nos o que se passa com as crianças e adolescentes filhos dessa migração. Primeiramente, épreciso constatar as distintas e por vezes múltiplas situações por eles vivenciadas: há os que participam do processo migratório 'presenciando a partida dos pais; há os que partem e acabamficando; há os que uão e acabam voltando; há os que nascem no exterior e por lá permanecem e, ainda, há os filhos do exterior que são trazidos para a terra dos pais. [...]

A expressão "migração laboral" costuma ser utilizada, mormente em outros países para designar igrações condicionadas única ou preferencialmente pela bursca ou exercício do trabalho. Uma espécie de "verbete" ou palavra chave utilizada para classificar ou criar tipolagias e, assim, distinguir determinadas formas de migração de outras, no unverso dos deslocamentos humanos. No entanto, tal expressão suscita questionamentos, justamente porque na sociedade moderna e na economia de mercado, a relaidade do trabalho não seria simplismente uma forma de catalogação ao lado de outras, sem mais. Na medida em que o trabalho seria construtivo do fato mesmo da migração numa sociedade capitalista, não se poderia falara de migração sem referir-se à mobilidade no mundo do trabalho. Na verdade, a migração seria uma realidade própria e específica da sociedade capitalista, porque ela seria um dos fatores principais na produção da força-de-trabalho, emquanto uma mercadoria ímpar na formação do capitalismo, ou seja, aquela qye propriamente realiza a criação de valor, motor do processo de acumulação capitalista. [...]

TRAVESSIA dedica um número especial ao tema da educação. Momento importante para reiterar questões muitas vezes obscurecidas diante da grave crise por que passa o sistema educacional público, uma das principais alternativas de escolaridade para os trabalhadores, sobretudo migrantes. Iletrados, analfabetos, ignorantes e até mesmo considerados marginais, os migrantes vivem o estigma que tinge com cores trágicas aqueles que carregam consigo os dramas miúdos e cotidianos da luta pela sobrevivência; aqueles que migraram do campo para a periferia das metrópoles expulsos da terra de origem, os que vivem nos assentamentos ou nas vilas rurais próximas das pequenas e médias cidades. Compartilhando o quadro comum da exclusão social, da dominação politico-cultural os artigos aqui apresentados buscam desvelar outras facetas, outras aproximações sobre a questão educativa e os migrantes. De um lado porque procuram registrar e resgatar o ponto de vista de sujeitos condenados ao silêncio e ao anonimato nas políticas educacionais vigentes e algumas vezes transformados em peças de propaganda político-eleitoral mediante a apresentação de soluções milagrosas como as grandes campanhas de alfabetização ou promessas de educação integral traduzidas em mecanismos de caráter assistenciaL De outro porque mostram o quanto são múltiplos e diferençados os espaços educativos; as aspirações, a recusa da opressão, o sonho, as práticas, as experiências e projetos pedagógicos estão presentes na vida de cada um dos que migraram, nos seus grupos primários, nas escolas e nos movimentos que buscam constituir novas identidades e novos sujeitos. [...]

Não importa a localização geográfica ou metrópole campo ou cidade, em toda a parte exibem-se os traços da migração e as marcas do sagrado. Perfilar a realidade brasileira desconhecendo estas duas facetas, é no mínimo distração de conhecimento. Mas não basta que isso conste no rol das nossas informações, são dados da realidade que requerem consideração. É esta a tentativa deste número da Travessia. [...]

Quem de nós não ouve ou não faz, frequentemente, referências ao termo família? Seu emprego parpassa os mais diversos momentos e contextos, indo desde a simples saudação de dois compadres na rua até os institutos de pesquisa sócio-econômica, além de ser prato cheio para muitos sermões domenicais. Entretanto, entre a simples utilização da palavra e a compreensão que se possa ter da mesma, nem sempre o caminho é curto. [...]