Discutimos neste artigo alguns aspectos teóricos e algumas contradições do modelo de Desenvolvimento Sustentável, apresentando as razões de sua inadequação enquanto modelo de desenvolvimento, já que se propõe a resolver problemas causados pela estrutura social e econômica sem questioná-las, nem às formas históricas de apropriação dos recursos naturais. Nosso argumento central é o de que esse modelo tem como objetivo implementar uma política de gestão racional de recursos naturais estratégicos localizados nos principais nichos ecológicos mundiais, identificados a partir do que chamamos de Divisão Ecológica Internacional.
Presente na agenda global durante praticamente toda a segunda metade do século XX e início do século XXI, e formalmente institucionalizado em 1987 pela Organização das Nações Unidas, o Desenvolvimento Sustentável é hoje uma das maiores preocupações da humanidade e um discurso em constante disputa. O conceito apresenta relação com os conceitos desenvolvimento e sustentabilidade, o Desenvolvimento Sustentável é importante para a compreensão e resolução de problemas enfrentados pela humanidade. A literatura aponta que é um conceito ainda em construção. Este artigo busca apresentar o Desenvolvimento Sustentável enquanto campo de disputa ideologica que enfrenta embates conceituais e políticos. É importante reconhecer que o Desenvolvimento Sustentável não está desvinculado dos níveis de consumo e produção de que trata o seu escopo conceitual. Por isso, as relações de poder rumo ao Desenvolvimento Sustentável precisam desembocar em um agenciamento coletivo. Assim, o objetivo deste estudo é descrever a disputa pelo conceito de Desenvolvimento Sustentável existente entre as teorias da Sustentabilidade Forte e da Sustentabilidade Fraca. Os resultados obtidos foram analisados pelos autores e ajudaram a traçar um panorama temporal dos embates travados entre estas duas linhas teóricas antagônicas.
Traz oito capítulos sobre alguns dos principais tópicos relacionados ao desenvolvimento sustentável, principalmente no Brasil, mas também abordando aspectos relacionados à inserção do país no cenário internacional em relação a esta temática. 7- Apresentação. 11- Presságio do Antropoceno. 27- As políticas ambientais brasileias no contexto da emergência climática. 51- O papel dos governos municipais na promoção da conformidade climática como estratégia de desenvolvimento sustentável. 69 - Instrumentos de Mercado do Acordo de Paris. 89 - Financiamento Climático: uma necessidade para o desenvolvimento sustentável. 109- Amazonia: desenvolvimento pra quem? 129 - Direitos territoriais e diversidade étnica: contextualizando disputas seculares em torno de futuros alternativos. 145- Década do Oceano e Economia Azul: o novo El Dorado do século XXI.
Desenvolvimento sustentável é um termo considerado como recente na literatura, tendo o seu primeiro registro em 1987, no Relatório de Brundtland. Contudo os elementos que envolvem a essência do termo, como limitação dos recursos naturais e a relação consumo e natureza, são discutidos a mais tempo, desde a década de 1960. Apesar da grande aceitabilidade do termo, ou seja, inclusão na pauta de discussão de diversas áreas e o aumento de estudos sobre o tema, se encontram críticas expressivas quanto a ações insuficientes, e até ineficientes, no sentido de se alcançar o desenvolvimento sustentável. Neste contexto, o presente artigo tem como objetivo analisar o desenvolvimento sustentável relacionado às políticas públicas e aos estudos de Ciência, Tecnologia e Sociedade. Para tanto se teve como base a análise de textos pertinentes ao tema, tratando-se assim de um artigo construído a partir de pesquisa bibliográfica. Como resultado, foi verificado que os estudos de Ciência, Tecnologia e Sociedade possuem papel importante no surgimento do desenvolvimento sustentável e que as políticas públicas são ferramentas que podem executar ações em prol da causa. Contudo, apesar de o desenvolvimento sustentável receber cada vez mais atenção nas pautas de discussões, a prática efetiva tem deixado a desejar, trazendo a ideia de que se espera alcançar o desenvolvimento sustentável mesmo com a manutenção de ações que se mostram insustentáveis no longo prazo.
O empreendedorismo sustentável vem sendo debatido recentemente, uma vez que as organizações estão combinando os seus esforços econômicos com ações em prol do bem-estar social e ambiental. Surge na sociedade o conceito de negócios sociais, organismos autossustentáveis, que impactam positivamente por meio da criação de projetos socioambientais e geram receitas como qualquer outra empresa dentro da lógica tradicional capitalista. Dessa forma, o objetivo principal do artigo consiste em analisar como é realizado o desenvolvimento sustentável em negócios sociais, por meio de um estudo exploratório e descritivo em fontes digitais, analisando uma amostra de negócios sociais com a apresentação de suas ações e serviços e quais os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) estão de acordo. Como metodologia, esta pesquisa segue abordagem qualitativa. Quanto aos fins é exploratória e descritiva e quanto aos meios foi realizada pesquisa de campo nos sites de dez empresas localizadas no Estado do Rio de Janeiro. O método da pesquisa foi baseado na análise de conteúdo. Os principais resultados indicam que as empresas executam ações como logística reversa, reciclagem, compostagem, recuperação dos solos e replantio. Apresentam ainda determinadas características como cultura socioambiental, qualificação de mão de obra, identidade, igualdade de gênero, habilidades e atitudes voltadas para conservação do meio ambiente. Conclui-se que os negócios sociais precisam se profissionalizar cada vez mais e estar atentos às práticas mais modernas de gestão no mercado atual, pois ainda há uma falta de conhecimento e atitude para provocar mudanças nos âmbitos administrativo, financeiro e estratégico.
A proposta do Dossiê em Desenvolvimento Sustentável do Semiárido nasceu a partir da articulação entre a coordenação curso de Especialização em Desenvolvimento Sustentável no Semiárido com Ênfase em Recursos Hídricos – DSSERH, promovido pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano – Campus de Senhor do Bonfim. O curso de DSSERH é primeiro curso de pós-graduação do IF Baiano, criado em 2010 a partir de uma proposta de fomento financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e tem princípios norteadores a capacitação contextualizada e a pesquisa enquanto princípio educativo. O objetivo do DSSERH é qualificar profissionais graduados, possibilitando uma inserção crítica, dialógica e prática que viabilize mudanças de hábitos, valores e atitudes acerca da temática indissociável: homem-água-semiárido, atendendo as demandas do desenvolvimento, sob bases sustentáveis. Assim, o Dossiê em Desenvolvimento sustentável buscou publicizar artigos, desenvolvidos por estudantes e docentes ligados ao DSSERH, de impacto e relevância científica validada pela avaliação duplamente cega realizadas por pares e nesse contexto forma selecionados e publicados cinco artigos.