Este trabalho busca um diálogo entre educação, cidadania e os direitos humanos na constituição das diversas identidades sexuais e de gênero. Sob a égide dos fundamentos do Estado Democrático de Direito, dos direitos fundamentais com Declaração Universal dos Direitos Humanos buscamos prevenir a violação e negação dos direitos da pessoa no âmbito escolar, no que tange a diversidade sexual e de gênero. Esperase que esse estudo promova reflexões acerca das normas regulatórias do sexo que sejam capazes de operacionalizar gênero, identidade de gênero e orientação sexual sob a égide diversidade e da diferença, bem como uma ação docente que faça cumprir o que estabelece o artigo 5º da Constituição: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza".
O estudo teve como objetivo realizar uma análise teórica acerca do heterossexismo e da heteronormatividade como regulações das identidades sexuais e de gênero, destacando os efeitos produzidos no cotidiano da vida social e no cotidiano escolar. Deste modo, buscamos contribuir com referenciais teóricos numa perspectiva de problematizar as regulações heterossexistas e trazer à tona as identidades de gênero e sexualidades que se apresentam como resistências, subversões e enfrentamentos à hegemonia dos padrões heteronormativos. Nesse sentido, priorizamos questionar as regulações de gênero e das sexualidades que se dão na cotidianidade da vida em sociedade; e, interrogar os movimentos curriculares que (re)produzem a heterossexualidade no cotidiano da escola. Esse trabalho caracterizou-se como uma pesquisa bibliográfica e utilizou-se do materialismo histórico dialético enquanto método que perpassou o estudo.
The main objective of this work is making evident that the Spanish legislation does not regulate, forgets and even harms many of the rights of Trans people. For that, this research performed a study of the resolutions, recommendation and reports of the international organization, as well as the international norms and jurisprudence. As a result of this, the research was able to prove that Spain is far behind countries such as Argentina in matters of gender identity. One of the conclusions of this work is that the Spanish State should approve a new gender identity law that regulates this right from a de-pathologizing perspective, and apply gender studies in all of its laws. ; El objetivo principal de este trabajo es poner de manifiesto que la legislación española no regula, olvida o, incluso, vulnera muchos de los derechos de las personas trans. Para ello se realizó un estudio de las resoluciones, recomendacionese informes de los organismos internacionales, así como de la normativa y la jurisprudencia internacional. Como resultado de lo anterior se pudo comprobar que España se encuentra muy por debajo de países como Argentina en materia de identidad de género. Una de las conclusiones a las que se llega es que el Estado español debería aprobar una nueva ley de identidad de género que regule este derecho desde una perspectiva despatologizadora, y aplicar los estudios de género en todas sus leyes. ; Este trabalho tem o objetivo principal de demonstrar que a legislação espanhola não regulamenta, esquece ou, ainda, viola muitos dos direitos das pessoas trans. Para isso, foi realizado um estudo das resoluções, recomendações e relatórios das organizações internacionais, bem como das leis e jurisprudências internacionais. Como resultado disso, foi possível comprovar que a Espanha se encontra muito abaixo dos países como a Argentina quanto ao tema de identidade de gênero. Chega-se à conclusão, entre outras, de que o Estado espanhol deveria aprovar uma nova lei de identidade de gênero que regulamente esse direito sob perspectiva despatologizadora e aplicar os estudos de gênero em todas as suas leis.
Neste artigo, apresentamos os resultados de uma pesquisa empírica sobre a construção identitária de estudantes de medicina em espaços não formais da universidade, em uma sociedade de consumo. Fundamentaram o estudo noções do pós-estruturalismo, principalmente sobre a natureza construída das identidades de gênero pelos discursos. Os resultados sinalizam a importância de se reconhecer que as experiências e subjetividades são passíveis de mudanças e de se integrar a problematização dos discursos dominantes aos currículos formais, facilitando uma maior igualdade de gênero, etnia e classe social.
Resumo: Este artigo propõe analisar a reação à agenda de igualdade de gênero e diversidade sexual, por meio do acompanhamento das proposições apresentadas na Câmara dos Deputados brasileira que mobilizaram a noção de "ideologia de gênero" e/ou ideologia e gênero conjuntamente. São analisadas proposições apresentadas entre 2012, quando a coleta indicou a primeira aparição conjunta de "ideologia" e "gênero", e 2018, limite do levantamento, coletadas no site da Câmara dos Deputados. Verificaram-se os temas e os objetivos das proposições, assim como o perfil dos parlamentares que as apresentaram. A conclusão é que a noção de "ideologia de gênero" fomentou a convergência de múltiplos atores, em sua maioria conservadores católicos e pentecostais, em torno de dois temas principais: educação sexual e identidade de gênero. A análise contribui para a compreensão da dimensão nacional desse fenômeno, que desafia os direitos das mulheres e da população LGBTQ+, a laicidade do Estado e a própria democracia.
A pressão por igualdade de gênero impulsionada pelo movimento feminista dos anos 70 levou a novos padrões comportamentais e de consumo, de mulheres e homens, fazendo emergir o termo metrossexual, um consumidor heterossexual mas muito vaidoso. Alguns autores brasileiros pesquisaram este perfil de consumo, mas nenhum deles fez uma distinção de perfil de consumo destes homens segundo a sua identidade de gênero, objetivo desta pesquisa. Foi conduzido um survey, com a obtenção de 212 questionários válidos, que foram tratados por meio da análise de Cluster, pela qual foram definidos seis perfis de homens metrossexuais. Esta análise possibilitou entender que este consumidor demonstra sua vaidade nos extremos, onde o nada vaidoso corrobora com uma visão machista dos papeis masculinos, e aquele que busca pela beleza utópica amplia as concepções de identidade de gênero.
Resumen: El objetivo de este trabajo es poner en relación la enseñanza de la filosofía con un problema específico de la infancia: el hecho de que ésta aparezca como un territorio inaccesible para muchos niños y niñas, a causa de su identidad de género. En este sentido, intento trazar aquí un mapa de la infancia según las disposiciones de los organismos internacionales y las legislaciones locales argentinas que se ocupan de protegerla, para contrastar con la realidad de los niños y niñas transgénero, según algunos relevamientos realizados por diferentes organizaciones. Esa comparación muestra hasta qué punto el mapa difiere del territorio y nos permite preguntarnos por las causas de esta divergencia. Hablaré aquí de la construcción social y cultural de una ontología de la monstruosidad para el caso de estos niños y niñas. Esta ontología plantea un desafío a la hora de pensar filosóficamente la enseñanza de la filosofía, puesto que esta disciplina elabora sus reflexiones e investigaciones partiendo de un sujeto cuyas experiencias y problemas suponen una cierta "normalidad" respecto de la cual los niños y niñas trans están excluidos. Palabras clave: Identidad de género. Infancia. Ontología de la monstruosidade. Enseñanza de la filosofia. ; Resumo: O objetivo deste trabalho é colocar em relação o ensino da filosofia com um problema específico da infância: o fato de que esta apareça como um território inacessível para muitas crianças, por causa de sua identidade de gênero. Neste sentido, tento traçar aqui um mapa da infância segundo as disposições das organizações internacionais e as legislações locais argentinas que se ocupam de protegê-la, para contrastar com a realidade das crianças transgêneros, segundo algumas pesquisas realizadas por diferentes organizações. Essa comparação mostra até que ponto o mapa difere do território e nos permite perguntar pelas causas desta divergência. Falarei aqui da construção social e cultural de uma ontologia da monstruosidade para o caso destas crianças. Esta ontologia coloca um desafio no momento de pensar filosoficamente o ensino da filosofia, pois esta disciplina elabora suas reflexões e pesquisas partindo de um sujeito cujas experiências e problemas pressupõem uma certa "normalidade" em relação a qual as crianças trans estão excluídas. Palavras-chave: Identidade de género. Infância. Ontologia da monstruosidade. Ensino da filosofia. Resumen: El objetivo de este trabajo es poner en relación la enseñanza de la filosofía con un problema específico de la infancia: el hecho de que ésta aparezca como un territorio inaccesible para muchos niños y niñas, a causa de su identidad de género. En este sentido, intento trazar aquí un mapa de la infancia según las disposiciones de los organismos internacionales y las legislaciones locales argentinas que se ocupan de protegerla, para contrastar con la realidad de los niños y niñas transgénero, según algunos relevamientos realizados por diferentes organizaciones. Esa comparación muestra hasta qué punto el mapa difiere del territorio y nos permite preguntarnos por las causas de esta divergencia. Hablaré aquí de la construcción social y cultural de una ontología de la monstruosidad para el caso de estos niños y niñas. Esta ontología plantea un desafío a la hora de pensar filosóficamente la enseñanza de la filosofía, puesto que esta disciplina elabora sus reflexiones e investigaciones partiendo de un sujeto cuyas experiencias y problemas suponen una cierta "normalidad" respecto de la cual los niños y niñas trans están excluidos. Palabras clave: Identidad de género. Infancia. Ontología de la monstruosidade. Enseñanza de la filosofia. Abstract: The aim of this paper is to draw a connection between the teaching of philosophy and a specific problem concerning childhood: the fact that it appears as an inaccessible territory to many children because of their gender identity. In this sense, I attempt to present here a map of childhood as conceived by certain international agencies and local Argentine legislations that are responsible for protecting it. In so doing, I intend to contrast this map with the reality of transgender children, recovered in specific studies carried out by different political organizations. This comparison reveals the extent to which the map differs from the actual territory and allows us to raise questions about the causes of this divergence. I will refer here to the social and cultural construction of an ontology of monstrosity in the case of these children. This ontology, in turn, poses a challenge when thinking philosophically the teaching of philosophy, since this discipline reflects upon and examines the experiences and problems of a subject within the boundaries of an assumed "normality" in respect of which transgender children are excluded. Keywords: Gender identity. Childhood. Ontology of monstrosity. Philosophy teaching. REFERENCIAS 1 Autores y autoras BERKINS, Lohana; FERNÁNDEZ, Josefina (Coords.). La gesta del nombre propio: Informe sobre la situación de la comunidad travesti en la Argentina. Buenos Aires: Ediciones Madres de Plaza de Mayo, 2013. BERKINS, Lohana (Comp.). Cumbia, copeteo y lágrimas: Informe nacional sobre la situación de las travestis, transexuales y transgéneros. Buenos Aires: Ediciones Madres de Plaza de Mayo, 2015. BUTLER, Judith. Vida precaria: El poder del duelo y la violencia. Traducción de Fermín Rodríguez. Buenos Aires: Paidós, 2006. BUTLER, Judith. Marcos de guerra: Las vidas lloradas. Traducción de Bernardo Moreno Carrillo. Barcelona: Paidó, 2010. CARRERA AIZPITARTE, Luciana. Vigilar y castigar (los cuerpos): la enseñanza de la filosofía frente al sistema de opresión sexo-género. In: RODRIGUES, A., BERLE, S. y KOHAN, W., Filosofia e educação em errância: inventar escola, infâncias do pensar. Río de Janeiro: NEFI, 2018, p. 169-180. DESCOMBES, Vincent. Lo mismo y lo otro: Cuarenta y cinco años de filosofía francesa (1933-1978). Traducción de Elena Benarroch. Madrid: Cátedra, 1988. FLORES, val. Asco y heteronormatividad. Apuntes para pensar una política de las emociones en educación. II Coloquio Interdisciplinario "Educación, sexualidades y relaciones de género. Investigaciones y experiencias" – UBA, 2007. Disponible on-line: http://escritoshereticos.blogspot.com/2009/04/asco-y-heteronormatividad-apuntes-para.html. Último acceso: 29.07.2019 FLORES, val. Afectos, pedagogías, infancias y heteronormatividad. Reflexiones sobre el daño, XX Congreso Pedagógico UTE – 2015 Poéticas de las pedagogías del Sur. Educación, emancipación e igualdad, 2015. Disponible on-line: https://educacionute.org/wp-content/uploads/2016/05/Afectos-pedagogias-infancias-heteronormatividad-PONENCIA-2.pdf. Último acceso: 29.07.2019 FOUCAULT, Michel. La verdad y las formas jurídicas. Traducción de Enrique Lynch. Barcelona: Gedisa, 1996. WITTIG, Monique. El punto de vista: ¿universal o particular?. In: WITTIG, Monique. El pensamiento heterosexual y otros ensayos. Buenos Aires: Libros de la mala semilla, 2015a, p. 67-74. WITTIG, Monique. Homo Sum. In: WITTIG, Monique. El pensamiento heterosexual y otros ensayos. Buenos Aires: Libros de la mala semilla, 2015b. 2 Normativas e informes internacionales ASAMBLEA GENERAL DE LAS NACIONES UNIDAS. Declaración Universal de los Derechos Humanos, 1948. Disponible on-line: https://www.un.org/es/documents/udhr/UDHR_booklet_SP_web.pdf. Último acceso: 29.07.2019. ASAMBLEA GENERAL DE LAS NACIONES UNIDAS. Declaración de los Derechos del Niño, 1959, Disponible on-line: https://www.humanium.org/es/declaracion-de-los-derechos-del-nino-texto-completo/. Último acceso: 29.07.2019. ASAMBLEA GENERAL DE LAS NACIONES UNIDAS. Convención sobre los Derechos del Niño, 1989. Disponible on-line: https://www.ohchr.org/sp/professionalinterest/pages/crc.aspx. Último acceso: 29.07.2019. CONSEJO DE DERECHOS HUMANOS DE LAS NACIONES UNIDAS. Principios de Yogyakarta, 2007. Disponible on-line: https://www.refworld.org/cgi-bin/texis/vtx/rwmain/opendocpdf.pdf?reldoc=y&docid=48244e9f2. Último acceso: 29.07.2019. CONSEJO DE DERECHOS HUMANOS DE LAS NACIONES UNIDAS. Informe del Alto Comisionado de las Naciones Unidas por los Derechos Humanos (ACNUDH): Leyes y prácticas discriminatorias y actos de violencia cometidos contra personas por su orientación sexual o su identidad de género, 2011. Disponible on-line: https://www2.ohchr.org/english/bodies/hrcouncil/docs/19session/A.HRC.19.41_Spanish.pdf. Último acceso: 29.07.2019. FONDO DE LA NACIONES UNIDAS PARA LA INFANCIA (UNICEF). Infancia y Adolescencia. Guía para periodistas. Perspectiva de género, 2017. Disponible on-line: https://www.unicef.org/argentina/sites/unicef.org.argentina/files/2018-04/COM-1_PerspectivaGenero_WEB.pdf. Último acceso: 29.07.2019. 3 Legislación argentina ARGENTINA. Ley 23.592. Contra Actos Discriminatorios, 1988. Disponible on-line: http://www.ilo.org/dyn/natlex/docs/ELECTRONIC/6916/109135/F1790413888/ARG6916.pdf. Último acceso: 29.07.2019. ARGENTINA. Ley 26.061. Protección Integral de Niñas, Niños y Adolescentes, 2005. Disponible on-line: https://www.oas.org/dil/esp/Ley_de_Proteccion_Integral_de_los_Derechos_de_las_Ninas_Ninos_y_Adolescentes_Argentina.pdf. Último acceso: 29.07.2019. ARGENTINA. Ley 26.150. Programa Nacional de Educación Sexual Integral, 2006. Disponible on-line: http://servicios.infoleg.gob.ar/infolegInternet/anexos/120000-124999/121222/norma.htm. Último acceso: 29.07.2019. ARGENTINA. Ley 26.743. De Identidad de Género, 2012. Disponible on-line: http://servicios.infoleg.gob.ar/infolegInternet/anexos/195000-199999/197860/norma.htm. Último acceso: 29.07.2019. ARGENTINA. Ley 26.791. Modificación del Código Penal (tipificación de los crímenes por orientación sexual o identidad de género como crímenes de odio), 2012. Disponible on-line: http://servicios.infoleg.gob.ar/infolegInternet/anexos/205000-209999/206018/norma.htm. Último acceso: 29.07.2019. 4 Documentales HISTORIAS DEBIDAS: Lohana Berkins. Producido el Canal Encuentro, Televisión Pública, Argentina 2009. Disponible on-line: http://encuentro.gob.ar/programas/serie/8062/1628. Último acceso: 29.07.2019. NIÑOS ROSADOS Y NIÑAS AZULES. Estimados Producciones, Chile, 2016. Disponible on-line: https://www.youtube.com/watch?v=WfBuMoSJsTo. Último acceso: 29.07.2019.
Este artigo tem como propósito a análise do filme O Dia de Jerusa (2014), da diretora Viviane Ferreira. Situa o curta metragem dentro de uma produção do cinema negro no feminino, como herança dos movimentos sociais negros, e reflete sobre as imagens de identidade, lembranças e amores a partir do encontro de duas mulheres negras de gerações diferentes, as protagonistas Jerusa (Léa Garcia) e Sílvia (Débora Marçal). Serão abordadas as representações de gênero e raça; os estereótipos atribuídos às mulheres negras no cinema; e a maneira como a produção de realizadoras e cineastas negras tem sido a interlocução de um cinema comprometido com visões de mundo que privilegiam pertencimentos, identidade, memória e afeto.
No decorrer do século XX o movimento feminista atingiu muitas de suas maiores conquistas. No entanto, por mais que alguns valores e comportamentos sociais tenham se alterado, outros permaneceram irredutíveis. Dentre esses, um em especial é nesse trabalho discutido: a perpetuação da "moça de família". Partindo de orientações metodológicas da História Oral, procurei investigar como mecanismos culturais operam no processo de socialização de um indivíduo, principalmente, buscando compreender em que medida a educação familiar contribui para a constituição de uma identidade de gênero. Por meio das memórias colhidas em entrevistas de mulheres de minha família, pude traçar um perfil comum entre todas elas: as mulheres Escoura são "moças de família", dispostas a seguirem rígidas normas comportamentais para atingirem seus sonhos românticos, uma vez que quanto mais elas se assemelharem com o ideal de feminilidade, estabelecido socialmente, maiores serão as chances de encontrarem um príncipe encantado e fazer um bom casamento, analogamente ao clássico conto da Cinderela.
São abordados os inúmeros e complexos componentes do núcleo de base do sentimento que compõe a identidade de gênero. O transexual apresenta um sentimento de infelicidade, derivado da inadequação entre a realidade psíquica e seu corpo físico, sendo os únicos disfóricos em que há indicação para a trasgenitalização. O transtorno de identidade de gênero é caracterizado segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de transtornos Mentais, (2002) da Associação Americana de Psiquiatria. O projeto de Pesquisa desenvolvido neste trabalho pode ser dividido em quatro etapas: Primeira Fase -avaliações físicas (funcionais, genitais, hormonais) e psicológicas (psiquiátricas e sexológicas); Segunda fase - confirmado o transexualismo, preparação para a efetivação da transgenitalização; Terceira fase -realização do tratamento cirúrgico de transexualização; Quarta Fase -acompanhamento sistemático, após o procedimento cirúrgico. Serão apresentados dois casos de pacientes do projeto Gênero e Trasgenitalização: o primeiro, do masculino para o feminino já na quarta fase, tendo cumprido com êxito as três primeiras fases; o segundo, do feminino para o masculino,o qual se encontra na terceira fase do projeto.
Tendo em vista a natureza social do discurso, a construção de identidades sociais como um dos efeitos ideológicos da prática discursiva e o papel da mídia na construção/representação da realidade social, este trabalho se propõe a analisar as estratégias lingüístico-discursivas utilizadas na produção do texto noticioso para construir identidades sociais de vítimas e criminosos nos relatos de crime de morte. Na abordagem da Análise Crítica do Discurso como método de pesquisa social, nos baseamos na teoria social do discurso de Fairclough (1989, 2001, 2003).
Os temas propostos neste trabalho - cidadania e gênero - levam-nos a buscar referenciais de análise suficientemente abrangentes para que possamos dar conta da sua articulação. A idéia de cidadania e a construção de identidade de gênero têm sido definidas como um entendimento da sociedade que parte da definição de esferas dicotômicas, o público e o privado, responsáveis por uma desqualificação das mulheres no âmbito do político. O feminismo contemporâneo discute esta visão, criticando-a, e propõe novas abordagens que permitem integrar homens e mulheres nas suas relações, no desenvolvimento dos processos sociais.
Este estudo investiga a manipulação do sistema de gênero gramatical entre travestis profissionais do sexo do Sul do Brasil. Verificou-se que há uma preferência êmica do grupo por formas gramaticais femininas. Porém, as tensões ideológicas e corporais que circundam as travestis forçam-nas a utilizar o masculino em contextos específicos. As travestis empregam o masculino gramatical para 1) produzir narrativas sobre o período anterior às suas transformações corporais; 2) reportar discursos produzidos por outros ao falar de travestis; 3) falar de si em suas relações familiares; e 4) distinguir-se de outras travestis com as quais as falantes não se identificam. Assim, o estudo demonstra como essas travestis usam o gênero gramatical do Português como um recurso lingüístico para manipular suas identidades e as identidades da comunidade a que pertencem.
RESUMO: Este artigo toma as trajetórias de elevação da escolaridade das mulheres fora da idade escolar, discutindo a (des)construção da identidade de gênero deste grupo e investigando as relações de dominação e poder nas quais essas mulheres estão inseridas. Para tal realizou-se entrevista oral semiestruturada com grupo de 11 mulheres, categorizando-as: com ou sem trabalho remunerado, com ou sem filho, com ou sem companheiro, de diferentes faixas etárias. As relações de dominação são discutidas fazendo o diálogo entre uma abordagem sociológica, estendendo ao mundo do trabalho e à educação, à luz dos estudos de Pierre Bourdieu e de Max Weber. A trajetória dessas mulheres ao romper com o espaço doméstico e voltar à escola demonstra que a avaliação de políticas públicas focadas nas relações de gênero deve ir bem além das fronteiras do mercado de trabalho.