Just in Time/Kanban, robôs máquinas de controle numérico, células e ilhas de produção, polivalência, terceirização, automação, defeito zero, CCQ. CEP, TPM, TQC... Cada vez mais essas palavras e siglas estranhas fazem parte do cotidiano do trabalhador. São os nomes dados às novas tecnologias e às novas formas de organização e gestão da produção e do trabalho. Até algum tempo atrás essas novidades estavam restritas a alguns setores em países desenvolvidos. Hoje, estão em toda a parte, modificando a maneira de produzir bens e serviços, mexendo com o trabalho e a vida das pessoas. [...]
O trabalho trata do universo de representações das novas tecnologias reprodutivas, refletindo sobre as implicações desses procedimentos para as noções ocidentais de pessoa e de parentesco. Tais técnicas incidem no modo ocidental de pensar a reprodução e o domínio da natureza. A abordagem sobre pessoa se detém em textos relacionados à figura do embrião extracorporal gerado por meio da fertilização in vitro. A análise do parentesco enfoca como as novas tecnologias reprodutivas reconfiguram as representações de parentesco e, reciprocamente, de que forma as concepções ocidentais de parentesco constituem a compreensão das tecnologias, levando em conta crenças ocidentais sobre a natureza enquanto fundamento da realidade. A pesquisa utiliza como material para análise matérias sobre novas tecnologias reprodutivas publicadas na grande imprensa brasileira entre os anos de 1994 e 2000.
This article seeks to report and analyze a research experiment conducted in a municipal school in the city of Rio de Janeiro who recently hosted a unique political-pedagogical project. This project proposes significant changes to the school involved as the broad integration of information and communication technologies in everyday school life change the spatial organization and the teaching-learning relationship. From the research results some of the key practices of this institution were analyzed. The work took place in order to elucidate whether the changes promoted by the project were potentiating of inventive and libertarian processes.
Este artigo trata de alguns dos múltiplos aspectos éticos/bioéticos e de gênero no campo das novas tecnologias reprodutivas conceptivas (NTRc). A literatura nele apresentada aponta para a pluralidade de situações e abordagens possíveis em um campo multidimensional e controvertido. Explicita alguns princípios éticos/bioéticos do agir biomédico encontrados durante pesquisa com casais heterossexuais que fizeram reprodução assistida e com médic@s especialistas em reprodução humana no Sul do Brasil.<A NAME="top1"></A><A HREF="#back1">1</A> Apresenta os pressupostos éticos/bioéticos sancionadores do agir médico e da continuidade dos chamados tratamentos para engravidar, e analisa os mecanismos utilizados para reerguer as expectativas dos casais em situação de desconfiança ou de insucesso.
Neste artigo, discuto as contribuições de algumas autoras feministas contemporâneas para o debate que envolve questões éticas, políticas, religiosas, econômicas, culturais, de gênero e de etnia que permeiam o desenvolvimento e a aplicação das Novas Tecnologias Reprodutivas conceptivas (NTRc) nas so-ciedades capitalistas contemporâneas, sobretudo no que diz respeito ao Brasil. Grande parte das teóricas feministas entende o desenvolvimento das NTRc e sua aplicação como uma questão que deva ser discutida, principalmente, con-siderando o contexto dos países pobres ou em desenvolvimento, como o Brasil. Algumas visões feministas são, inclusive, bastante críticas dessas tecnologias.
Tendo em vista o reconhecido predomínio da televisão privada no país, em canal aberto, o objetivo do presente trabalho é investigar as relações entre essa mídia e os elementos de caráter econômico e tecnológico nela imperantes, analisando seus efeitos na especificidade da produção discursiva televisual, sobretudo aquela de caráter promocional. Para tanto, discute as propriedades da televisão no país, influência dos fatores econômico e tecnológico, relação entre tecnologia e discurso televisual, e o exame dessas repercussões em um programa da emissora.
As novas tecnologias reprodutivas, procedimentos médicos que substituem o ato sexual para a concepção, são objeto privilegiado na Antropologia para se debater a relação entre Natureza e Cultura. Schneider lança a hipótese que, sendo a conexão biogenética a definição fundante da concepção norteamericana de parentesco, a descoberta pela ciência de novos fatos sobre a relação biogenética transformaria noções nativas ocidentais. A assistência dessas tecnologias questiona não somente a naturalidade do processo reprodutivo, ao ampliar as margens de escolha na reprodução e na constituição do parentesco, mas afeta a noção de natureza como condições de vida isentas de intervenção. Baseado em observação etnográfica e entrevistas, o artigo analisa o discurso de profissionais e pacientes envolvidos com a reprodução assistida e tratamentos convencionais de infertilidade. O foco está em como concepções de pessoa e parentesco formuladas sobre vivências e práticas concernentes às tecnologias reprodutivas se referem às categorias de Natureza e Cultura. New Reproductive Technologies: redefining Nature and Culture Abstract Anthropology has discussed Nature/Culture opposition through the analysis of the new reproductive technologies, medical procedures aiming at conception which replace sexual intercourse. According to Schneider's hypothesis, Western notions of kinship will change if Science discovers new facts regarding biogenetic relationships, which is the basis of American kinship conception. Technologies' assistance questions not only the natural aspect of the reproductive process, by broadening the margin of choice in the reproduction and constitution of kin, but also compromises the definition of nature as conditions of life from which intervention is absent. The article is based on ethnographic observation and interviews with professionals and patients dealing with assisted reproduction and conventional infertility treatment, and analyses their discourse. The text focuses on how notions of personhood and kinship related to the new reproductive technologies refer to the concepts of Nature and Culture.