We present an overview of the field of conflict economics. We begin by explaining important distinctions between standard textbook economics and conflict economics regarding assumptions, subject matter, and interrelations between economics and conflict. We then provide summaries of selected economic theories and empirical evidence that together help reveal important aspects of conflict – and peace – through an economics lens. Among the topics covered in the theoretical and empirical overview are why violence is sometimes chosen over peaceful approaches to address intergroup disputes, why it is "rational" for political leaders to sometimes mass kill civilians (and what can be done to prevent this), how social norms of committing harm against outgroups can propagate (or be stopped), why it can be difficult to develop laws and institutions to promote stable peace, and how third-party efforts to promote peace can sometimes make things worse. Lastly, we provide samples of data resources, working paper archives and journals, and readings consisting of major textbooks, handbooks, and edited books in the field of conflict economics. ; Apresentamos uma visão geral do campo da economia de conflito. Começamos explicando distinções importantes entre a economia padrão de livros didáticos e economia de conflito em relação a suposições, assunto e inter-relações entre economia e conflito. Em seguida, fornecemos resumos de teorias econômicas selecionadas e evidências empíricas que, juntos, ajudam a revelar aspectos importantes do conflito - e da paz - por meio de uma lente econômica. Entre os tópicos abordados na visão teórica e empíricau, por que é "racional" que líderes políticos às vezes matem civis em massa (e o que pode ser feito para evitar isso), como normas sociais de cometer danos contra grupos externos podem se propagar (ou ser interrompido), por que pode ser difícil desenvolver leis e instituições para promover a paz estável e como os esforços de terceiros para promover a paz podem às vezes piorar as coisas. Por último, fornecemos amostras de recursos de dados, arquivos e periódicos de trabalho, e leituras que consistem em grandes livros-texto, manuais e livros editados no campo da economia de conflito.
A guerra é um fenômeno em transformação. Desde meados dos anos 1970, houve uma queda significativa dos conflitos armados interestatais, de modo que os conflitos intraestatais passaram a dominar as formas de violência organizada. Mais de 400 conflitos armados entre atores não-estatais ocorreram entre o fim da Guerra Fria (1947-1991) e o ano de 2010. A globalização, possibilitada pela revolução das tecnologias da informação e pelo aperfeiçoamento dramático da comunicação e do processamento de dados, levou a uma intensificação da interconectividade global, nas esferas política, econômica, militar e cultural. Essas transformações impactaram os conflitos armados, o que tem conduzido à emergência das chamadas "novas guerras". Essas novas formas de conflito são combatidas por uma grande variedade de atores estatais e não-estatais, estes de natureza privada e assimétrica, e eles são altamente descentralizados e operam por meio de uma mistura de confronto e cooperação, mesmo quando em lados opostos. Assim, esta pesquisa procura analisar os impactos dos novos atores combatentes nas "novas guerras". Conduzimos uma análise de fontes secundárias a fim de identificar as transformações no combate dessas novas formas de conflito e os efeitos sobre a população civil causadas pelos novos atores combatentes. Os resultados para os principais impactos da diversidade de atores no fenômeno das novas guerras são: o questionamento do monopólio do Estado sobre os meios de violência; e a assimetria, "subnacionalização", transnacionalização e o aprofundamento do conflito.
Ao se pensar o subcomplexo regional do Norte Andino, processos de amizade e inimizade se configuram. A grande instabilidade dessa região de governança de segurança híbrida tem como maiores expoentes a interferência estadunidense e o narcotráfico, ambos retratados de maneira intensa na Colômbia. O Plano Colômbia e a tentativa de construção de bases dos Estados Unidos em seu território, foram alguns dos mais importantes acontecimentos que marcaram essas questões no país durante o século XXI. Atualmente, sobre o governo de Iván Duque, retornou de maneira mais explícita a abertura à interferência estadunidense, por meio por exemplo, do envio da brigada SFAB, junto a quebra de acordos estabelecidos no Acordo Final de Paz com as FARC. Todos esses acontecimentos contribuíram para a instabilidade sub-regional, ampliando a desconfiança e gerando processos de securitização. A Venezuela, por sua história conjunta, por sua grande fronteira compartilhada, pelo fluxo migratório e mais atualmente, pela diferença ideológica de governos e conflito ao governo dos Estados Unidos, foi um dos países que mais afetou-se com essas dinâmicas. Este paper busca investigar esses processos do século XXI colombiano por meio de bibliografia sobre o tema, e responder que a instabilidade sub-regional, em principal em relação com a Venezuela, tem se intensificado com o atual governo de Iván Duque.
O presente trabalho tem como objetivo explicitar o debate que circunda a definição conceitual de terrorismo. Com vistas em fomentar reflexões e problematizar as definições atuais, apresenta-se alguns elementos considerados centrais para se compreender a complexidade do terrorismo enquanto um fenômeno e as diversas variáveis que envolvem a sua definição enquanto conceito. Objeto de diversas discussões entre pesquisadores e autoridades políticas, o tema terrorismo se consolidou como pauta prioritária na agenda internacional de diversos países no século XXI. No entanto, o debate que envolve a sua definição ainda se encontra distante do fim, devido à complexidade política e social envolvida. Para exemplificar essa discussão, analisa-se o caso do Hezbollah, grupo atuante no Líbano que divide a opinião dos países sobre se enquadrar como um grupo terrorista ou não, evidenciando-se a inexistência de um consenso sobre o que é terrorismo. Para se realizar esse estudo, partiu-se de fontes secundárias e de uma análise bibliográfica focada em identificar os pontos de divergência e convergência entre diferentes pesquisadores do assunto. Como perspectiva teórica, optou-se em compreender o conceito de terrorismo como uma construção social, que envolve a disputa de interesses políticos e ideológicos, e se prevalece aquela designação que é imposta pelo mais forte nas relações de poder. O estudo não objetiva apresentar, nesse momento, conclusões finais, expondo apenas algumas considerações sobre os elementos principais da discussão conceitual que envolve o fenômeno do terrorismo, assim como as consequências que esse debate acarreta.