Agent-Based models in macroeconomics
Doutoramento em Economia ; A crise financeira de 2007/2008 desencadeou uma onda de críticas à teoria económica. Ataques baseados em quatro críticas principais: os economistas não terem previsto a maior crise desde a Grande Depressão; as autoridades deixarem formar bolhas sem controlo; o falhanço da supervisão bancária; e os modelos usados serem desfasados da realidade. No caso dos modelos, o alvo principal são os modelos DSGE (dinâmicos, estocásticos e de equilíbrio geral) e duas das suas hipóteses simplificadoras: o agente representativo e a racionalidade. As economias são realidades complexas, não-lineares e heterogéneas, e o recurso a métodos computacionais pode ser uma alternativa para ultrapassar as limitações dos modelos tradicionais. O objectivo desta tese é alargar a aplicação dos modelos de agentes em Macroeconomia com três exemplos distintos. O primeiro é um modelo de crescimento endógeno, de gerações sobrepostas, em que a decisão dos agentes sobre estudar é baseada na satisfação e na influência dos seus pares. É usado para testar os efeitos de longo prazo do paradoxo de Easterlin, que sugere que a satisfação e o rendimento não têm uma relação linear. Verifica-se que, no cenário de Easterlin, o crescimento é menor do que no cenário base onde os agentes atribuem igual importância ao rendimento absoluto e relativo. O segundo modelo visa avaliar o contágio dos defaults da dívida pública e a forma como as estratégias dos governos afetam o seu aparecimento e propagação. As simulações mostram que os países mais gastadores e com menor aversão ao risco tendem a entrar mais vezes em default e que políticas monetárias muito expansionistas podem originar fenómenos de risco moral. No terceiro modelo, estudamos o fenómeno da 'fuga de cérebros' e as consequências no crescimento económico. Concluímos que o efeito positivo do brain drain na acumulação de capital humano depende fortemente da probabilidade de emigrar. ; The 2007/2008 financial crisis triggered a wave of criticism of the economic theory. These attacks are based in four main critics: economists had not foreseen the biggest crisis since the Great Depression; authorities let bubbles form without control; weak banking supervision; and the models used in macroeconomic policy being out of touch with reality. In the particular case of the macroeconomic models, the target are the DSGE models (dynamic, stochastic and general equilibrium) and their two simplifying hypotheses: the representative agent and rationality. Economies are complex realities, with nonlinearities and heterogeneities, and computational economics can be an advantageous alternative to overcome the shortcomings of the traditional models. The aim of this thesis is to extend the application of agent-based models to macroeconomic topics in three distinct models. The first one is an endogenous growth model, in an overlapping generations environment, in which the agents' individual decision to study is based on the satisfaction of their peers. It is used to evaluate the long-term effects of the Easterlin paradox, which states that satisfaction and income have a non-linear relation. The second model is used to study sovereign default contagion in order to assess how different government strategies affect default and propagation across countries. Simulations showed that high spending and low risk aversion levels are associated to a high prevalence of default and that monetary stimulus can create moral hazard problems. In the third model, we study the brain drain phenomenon and its economic growth effects. We conclude that beneficial brain hypothesis depend heavily on emigration probability. ; info:eu-repo/semantics/publishedVersion