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A Teoria Institucional se propõe a explicar fenômenos organizacionais partindo do entendimento de como e por que ocorre a legitimação de estruturas e processos bem como as consequências que impactam nos resultados projetados pelas organizações. Nesse sentido, a Contabilidade Gerencial é considerada uma instituição que está inserida na organização e que pode ser estudada, dentre outros enfoques, sob a vertente do New Institutional Sociology (NIS). O objetivo deste estudo é analisar a produção científica publicada por congressos e periódicos que contenham a abordagem institucional em sua plataforma teórica entre os anos de 2009 e 2012 como forma de complementação ao estudo conduzido por Barbosa Neto e Colauto (2010). Os achados demonstram que há uma crescente relevância destes estudos na academia, mas ainda não suficiente para o desenvolvimento desta teoria no ambiente nacional. Tal assertiva pode ser constatada no alto percentual de artigos internacionais utilizados para subsidiar as pesquisas realizadas no contexto brasileiro. Constatou-se que apenas 48% dos trabalhos analisados foram convertidos ou originados de produção permanente (dissertações, teses ou monografias), podendo incorrer na possibilidade de que parte desta produção esteja ainda em processo de análise e aprovação junto a periódicos.

O presente artigo visa compreender a influência da articulação de organizações públicas e privadas, por meio da mobilização de recursos e estratégias de framing, no processo de construção social da Lei Federal n. 9.454/97, que instituiu o Registro Único de Identificação Civil brasileiro (RIC) no período de 1997 a 2011. O trabalho se fundamenta na ideia de que textos legais são passíveis de interpretações acerca de sua aplicabilidade, alcance e validade no campo organizacional, o que implica admitir diferentes concepções de legalidade. Para tanto, considera organizações públicas e privadas como agentes engajados na política de produção e manutenção de significados legais. A coleta dos dados considerou fontes documentais, tratadas longitudinalmente, e entrevistas semiestruturadas, de natureza seccional retrospectiva. Utilizou-se análise qualitativa de conteúdo, de base temática, a partir de categorias predefinidas e emergentes. O período considerado vai de 1997 a 2011, marcado pela lacuna entre a vigência legal e a vigência social da Lei Federal n. 9.454/97. Apesar dos interesses distintos, resultados evidenciaram o engajamento de organizações públicas e privadas com o compartilhamento de uma interpretação acerca da legalidade. Também foram constatadas ações que conflitavam com parâmetros institucionalizados e que contrariavam leis existentes - as quais foram legitimadas em função de sua aderência à noção de legalidade socialmente compartilhada. Conclui-se que noções de legitimidade e legalidade estão articuladas por meio do significado dado às leis e compartilhado entre os pares no campo organizacional. Nesse sentido, o trabalho favorece a aproximação de aspectos do institucionalismo organizacional e da sociologia do direito no tratamento do ambiente legal, como parte do contexto institucional das organizações.