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Objetivo deste artigo: abordar, de modo introdutório, a extraordinária carga de ideologização presente na atual crise do imperialismo. A representação, ao final da Guerra Fria, de uma ordem globalizada na qual territórios, estados nacionais e soberania perdiam qualquer importância rapidamente cedeu primazia à reconstrução ideológica do Ocidente, agora necessitado de se expandir e consolidar suas fronteiras com vistas a se preparar para o choque com outras civilizações. A hipótese que norteia este artigo é que, na atual crise do imperialismo, a defesa do Ocidente encontra sérias dificuldades para se articular à defesa e ao aprofundamento da democracia. Abordamos este processo por meio da análise de um pequeno artigo do importante intelectual de esquerda Slavoj Žižek, cujas formulações cotejamos com algumas teses centrais de dois importantes intelectuais do establishment estadunidense.

Nas últimas quatro décadas, o debate sobre o Estado foi praticamente dominado pela problemática liberal, o que foi decisivo para restringir a concepção de democracia também à sua configuração liberal. O primeiro objetivo deste artigo é criticar essa unilateralidade, que oculta os vínculos privilegiados desse regime com o imperialismo em sua terceira fase, ou seja, desde 1945, sob a hegemonia dos Estados Unidos da América. O segundo objetivo é destacar a necessidade de retomar o debate sobre novas perspectivas de democracia sem as quais é impossível avançar na luta por profundas transformações sociais.

Lutas Sociais, vol. 24, n. 44, 2020.

Diferentemente do estonteante século XX, que começou, prosseguiu e terminou em uma sucessão de cataclismas, cada um deles produzindo a forte sensação de que um mundo se encerrava, as duas primeiras décadas do presente século assemelham-se a placas tectônicas cujo movimento é quase imperceptível e a perspectiva de que se choquem não tira o sono, não impulsiona grandes mobilizações de massas, não atropela a vivência cotidiana de quase todo mundo.A pandemia de Covid-19 acabou com isso. Foi percebida imediatamente como uma gravíssima ameaça em nível planetário que coloca, no curtíssimo prazo, a espécie humana em risco. Como se fosse um simulacro da primeira grande guerra (1914-18), o combate se apresentou como uma "guerra total" que, portanto, só pode ser travada por meio de uma "mobilização total"...

Diversos cientistas sociais que se dedicam à difícil tarefa de estudar o governo Lula da Silva têm retomado a reflexão sobre o período desenvolvimentista brasileiro. Neste artigo, examinamos as relações entre poder político, regime político e política de Estado durante: 1) o apogeu e crise final do nacional‑desenvolvimentismo; 2) o neonacional‑desenvolvimentismo. Nosso objetivo é contribuir para a análise de dois importantes momentos do Brasil contemporâneo.

Ibiúna, 68: um complicado momento de um grande ano.

Os objetivos centrais desta conferência estão calcados em duas direções: analisar os movimentos sociais a partir da noção de modo de produção capitalista e, rever, criticamente, os conceitos difundidos por vários autores dos "novos" movimentos sociais, demonstrando as insuficiências teóricas que balizaram as suas análises. Nesse sentido, aponta para o fato de que, enquanto alguns movimentos sociais lutavam exclusivamente por cidadania, outros propunham o rompimento com o Estado capitalista.

Nesta entrevista, a assistente social e psicanalista em formação Fernanda Almeida discorre sobre sua trajetória política e acadêmica, desde a atuação no Bairro da Brasilândia, periferia empobrecida de São Paulo, que, nestes tempos de coronavírus, se tornou um grande laboratório necropolítico. Trabalhadores/as negros/as e moradores/as das periferias precarizadas formam a grande maioria entre as vítimas fatais da Covid-19. Filha da classe trabalhadora, Fernanda aposta na ciência e na campanha de vacinação para todos/as e destaca o quanto o Sistema Único de Saúde é fundamental no combate à pandemia. É por meio da saúde pública, e não da saúde como mercadoria, que se poderá efetivamente salvar vidas. Para isso, é preciso defender a saúde pública e romper com a máquina ideológica de destruição do SUS.