Neste artigo, discute-se o papel da ciência da história. O conhecimento científico, desde a sua origem, tem se marcado por uma constante busca do rigor na compreensão da realidade. Ao demarcar seu espaço próprio, a ciência caracteriza-se sempre pela referência ao seu outro, a não ciência. A discussão em torno do estatuto da História exige algumas considerações em torno do regimento da ciência em geral. Contudo, uma análise do desenvolvimento da ciência nos mostra a sua historicidade, pois os seus critérios têm se transformado, sofrendo incrementos conforme as vicissitudes ou as marcas da temporalidade da interação humana.
O artigo é resultado de uma reflexão sobre a forma com que a racionalidade neoliberal tem colonizado o campo educativo, empregando na educação, seja escolar, seja superior, uma cultura empresarial, completamente voltado ao mercado capitalista. O neoliberalismo existente no perfil do Estado Brasileiro institui uma normatização da vida na sua totalidade, a partir de valores referenciais, que passam a organizar as instituições e a própria subjetividade. Neste sentido, nosso objetivo vai ao encontro de pontuar como a razão de mundo ancorada nos princípios neoliberais coloniza a educação e, sobretudo, a escola, tornando-a uma instituição que se organiza e opera a partir de uma cultura em que a lógica predominante é a empresarial. O problema norteador da discussão fundamenta-se na defesa de que a escola não deve ser tratada como uma empresa, sob pena de produzirmos experiências formativas contrárias aos ideais republicanos de educação. A pesquisa caracteriza-se como exploratória, com abordagem teórico-bibliográfica e documental. A escrita investigativa dialoga com os autores Dardot e Laval (2016) e com o documento da Comissão das Comunidades Europeias (1995). Portanto, defende-se que a escola como espaço educativo deve ser refletida à luz de certos referenciais que não sejam os da racionalidade neoliberal, a qual, baseada nos princípios de concorrência, competividade e eficiência, passa a organizar as escolas, tornando-as empresas e que essa lógica empresarial no espaço escolar corrói experiências formativas democráticas.Palavras-chave: Racionalidade neoliberal. Escola. Cultura empresarial. Educação.The incorporation of neoliberal rationality in education and the school organization from corporate cultureABSTRACTThe article is the result of a reflection on the way that neoliberal rationality has colonized the educational field employing in the education, whether school or higher, a business culture, completely geared to the capitalist market. The neoliberalism existing in the profile of the Brazilian State, establishes a normalization of life in its totality from reference values that begin to organize institutions and subjectivity itself. In this sense, our objective is to point out the reason of the world anchored in the neoliberal principles colonize the education and, above all, the school, making it an institution that is organized and operates from a culture where the predominant logic is the business. The guiding problem of the discussion is based on the defense that the school should not be treated as a company, otherwise we will produce formative experiences contrary to the republican ideals of education. The research is characterized as exploratory with a theoretical-bibliographic and documentary approach. The research writing, dialogues with the authors Dardot and Laval (2016) and with the document of the Commission of the European Communities (1995). Therefore, neoliberal rationality based on the principles of competition, competitiveness and efficiency starts to organize schools into companies. Business reasoning in school space erodes democratic formative moments For this reason, the school as an educational space must be reflected in the light of certain references that are not of neoliberal rationality.Keywords: Neo-liberal rationality. School. Business culture. Education.La incorporación de la racionalidad neoliberal en la educación y la organización escolar a partir de la cultira empresarialRESUMENEl artículo es resultado de una reflexión sobre la forma con que la racionalidad neoliberal ha colonizado el campo educativo, empleando en la educación, sea escolar, sea superior, una cultura empresarial, completamente orientada al mercado capitalista. El neoliberalismo existente en el perfil del Estado Brasileño instituye una normalización de la vida en su totalidad a partir de valores referenciales que pasan a organizar las instituciones y la propia subjetividad. En este sentido, nuestro objetivo va al encuentro de puntuar cómo la razón de mundo anclada en los principios neoliberales coloniza la educación y, sobre todo, la escuela, tornándola una institución que se organiza y opera a partir de una cultura en que la lógica predominante es la empresarial. El problema norteador de la discusión se fundamenta en la defensa de que la escuela no debe ser tratada como una empresa, bajo pena de que produciremos experiencias formativas contrarias a los ideales republicanos de educación. La investigación se caracteriza como exploratoria con abordaje teórico-bibliográfico y documental. La escritura investigativa dialoga con los autores Dardot y Laval (2016), y con el documento de la Comisión de las Comunidades Europeas (1995). Por tanto, se defiende que la escuela como espacio educativo debe ser reflejar a la luz de ciertos referenciales que no sean los de la racionalidad neoliberal, la cual basada en los principios de competencia, competitividad y eficiencia pasa a organizar las escuelas, tornándolas empresas y que esa lógica empresarial en el espacio escolar desgasta experiencias formativas democráticas.Palabras-clave: Racionalidad neoliberal. Escuela. Cultura empresarial. Educación.
Este texto é fruto do Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas e Processos de Educação Superior da Unoesc no ano de 2022, em parceria com o Grupo Internacional de Estudos e Pesquisas de Educação Superior — GIEPES - Unicamp. Nesse sentido, nosso objetivo neste artigo foi o de discutir o neotecnicismo presente nas políticas curriculares da Educação Básica no Brasil, que culminou, mais especificamente, na criação da Base Nacional Comum Curricular - BNCC e do Novo Ensino Médio - NEM. O problema norteador da discussão tem como foco o retorno e a articulação do tecnicismo da década de 70 do século XX às políticas curriculares de educação básica. Este neotecnicismo valoriza os interesses empresariais, cujas reformas provocam a fragmentação do conhecimento em prol do desenvolvimento de competências e habilidades atreladas aos novos parâmetros produtivos, como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Novo Ensino Médio (NEM). Como resultado, esperamos trazer uma reflexão sobre o contexto histórico educacional brasileiro de 2016 a 2022, tendo como foco a BNCC e o NEM que segundo vários pesquisadores transformam a educação em mercadoria e/ou em business cujo objetivo é somente o lucro (mais-valia), trazido pelo mercado capitalista sob a égide do Estado Neoliberal.
O artigo problematiza as recomendações dos organismos multilaterais para a educação superior, discutindo o papel central que assumem na América Latina e no Brasil, enfatizando a convergência de suas diretrizes para a tendência histórica assumida pelo Estado brasileiro em restringir o público e estimular o privado. O objetivo é analisar elementos importantes das políticas promovidas pelos organismos internacionais para a agenda global da educação, destacando aqueles subjacentes ao discurso do Banco Mundial e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), bem como as implicações dessas políticas para a região. Pesquisa bibliográfica sobre a temática com a análise de documentos, buscando apreender os elementos subjacentes, anunciados ou velados das políticas desses organismos para compreender como se articulam ou revelam contradições com o projeto hegemônico da educação determinada pelo modo de produção capitalista. O referencial teórico explora e mapeia as orientações dos documentos do BM e da OCDE para a educação superior e suas implicações sobre a América Latina orientadas pela economia do conhecimento. As reflexões apresentam argumentos que levam à conclusão de que as orientações e prescrições de políticas educacionais protagonizadas pelos organismos multilaterais vêm induzindo reformas neoliberais e interferindo significativamente na educação superior na América Latina e no Brasil, mostrando-se diretamente articuladas aos princípios da economia do conhecimento.