Este artigo apresenta resultados de pesquisa sobre a obra e a trajetória de Brian Simon (1915-2002), o mais importante historiador da educação inglesa. Com foco em sua campanha pela escola secundária única ("comprehensive school"), que começou no final da década de 1940, o objetivo foi buscar a presença (ou não) de princípios gramscianos na sua concepção de educação. Além da coleção em quatro volumes de <strong>Studies in the History of Education, </strong>da autobiografia, <strong>A life in education,</strong> e de outros livros do autor, a pesquisa baseou-se em documentos e textos não publicados que se encontram no Arquivo depositário do seu acervo no Instituto de Educação da Universidade Londres. Os resultados confirmaram a presença de Gramsci em artigos, resenhas e cursos de Brian Simon a partir da década de 1970.
O objetivo deste artigo é apresentar as divergências gnosiológicas entre Louis Althusser e E. P. Thompson sobre o materialismo histórico concebido por Karl Marx e Friedrich Engels, e tomou como referência as seguintes obras produzidas pelos dois marxistas da segunda metade do século XX: "A favor de Marx" (1965), "Ler o Capital" (1965) e "A miséria da teoria ou um planetário de erros" (1978), as duas primeiras de Althusser; a terceira de Thompson. Em Althusser, o materialismo histórico se expressa como uma teoria científica geral da história, cujo conceito central é o de "modo de produção". Já em Thompson, o materialismo histórico assume a configuração de categorias e de conceitos críticos (classe, ideologia e modo de produção) usados para "escrutinar os fatos".
Vivemos a passagem do século XX para o XXI em meio à crise provocada pelo fimdo "socialismo real", que desencadeou uma onda de ataques aos "velhos esquemasinterpretativos" valorizando o fragmentário, o efêmero e o imaginário, bem como propagandoa "morte do marxismo". Presenciamos o reduzido valor dos "produtos" marxistasno "mercado de bens simbólicos", fartamente alimentado pelos "novos paradigmas".Ao mesmo tempo, em nossa prática acadêmica como professores universitários,ouvimos críticas que revelavam desconhecimento da obra de Marx e Engels,entre elas, por exemplo, a de que o marxismo seria anti-humanista por haver substituídoo homem por forças produtivas e relações de produção. Para enfrentar essas questões teóricas, aprofundamos o estudo do marxismo epassamos a oferecer um curso anual possibilitando a leitura e o debate entre estudantesda pós-graduação, para os quais, na quase totalidade, foi a primeira oportunidadede ler um texto original dos dois pensadores.O trabalho que ora apresentamos é resultado dessas reflexões e com ele desejamosdiscutir o conceito de homem em Marx e Engels demonstrando exatamente ocontrário daquelas críticas. Iniciamos com a indagação: neste começo de século emque se fala tanto da redescoberta do valor do indivíduo, há algo mais atual do que olugar que Marx reservou para o indivíduo na sua concepção de emancipação humana? Foi com Marx que aprendemos que o capitalismo é um sistema no qual o processode produção domina os homens e não os homens o processo. O humanismo deMarx em O Capital não é um simples protesto moral: ele rasga o véu mítico da reificação,decifra o "hieróglifo" do valor, apreende a realidade social (humana) oculta pelaopacidade do mercado. Nessa obra em que dissecou o processo de degradação físicae intelectual dos trabalhadores, o capítulo sobre o fetichismo é a chave para a compreensãodo seu humanismo. Mas será que os "novos críticos" a leram?
Interessados em conhecer a forma de aplicação do marxismo na universidade,uma vez que a nossa formação nessa corrente de pensamento havia sido realizada noâmbito da militância de esquerda marxista, realizamos uma pesquisa sobre as dissertaçõesdefendidas na área de Fundamentos da Educação do Programa de Pós-Graduaçãoem Educação da Universidade Federal de São Carlos (PPGE/UFSCar). Com estepropósito, analisamos as dissertações produzidas desde a primeira defesa, ocorridaem abril de 1979, adotando a seguinte metodologia: (A) levantamento das dissertaçõesem Fundamentos da Educação defendidas entre 1979 e 1993; (B) leitura dessasdissertações para coleta de dados, como: objeto de estudo; referencial teórico utilizadoou anunciado; tipo de pesquisa (bibliográfica; de campo; uso ou não de fontesprimárias etc.).
Embora já tenham se passado 400 anos de seu o nascimento, estudiosos reunidos em inúmeros fóruns ainda discutem a relevância da palavra de Vieira, em busca de respostas que iluminem o significado da vida e da obra do jesuíta enquanto inspiração para o desenvolvimento de pesquisas. Este artigo analisa como a obra de Antonio Viera foi apropriada nos estudos acadêmicos desenvolvidos no Brasil, por meio do reconhecimento da produção científica consolidada em teses e dissertações defendidas nos programas de pós-graduação do país, no que diz respeito às temáticas abordadas em seus mais variados aspectos. A metodologia adotada constou da leitura dos resumos e textos integrais dos estudos e categorização de autores e temas abordados, os quais foram analisados à luz das abordagens dos estudos bibliométricos e da pesquisa histórica analítico-descritiva.