Resumo Desde 2020, o mundo vive uma crise sanitária atingindo com maior gravidade segmentos da população mais vulneráveis em termos socioeconômicos. Nesse contexto, este artigo defende a necessidade de um novo modelo civilizacional alternativo ao neoliberalismo atual, baseado no conceito dos comuns. Coloca-se a hipótese que conceitua as tecnologias digitais, a cidade e seus serviços públicos, a mobilidade em especial, enquanto instituições dos comuns, podendo contribuir para a construção de outro modelo civilizacional relativo a cidades sustentáveis, resilientes e inclusivas. Abordagens diversas sobre comuns urbanos apontam evidências que comprovam essa hipótese. Conclui-se com diretrizes para uma agenda baseada nos comuns urbanos que forneçam, às lideranças políticas, elementos para construir um novo modelo de gestão participativa da mobilidade nas cidades.
This paper aims to propose an analytical framework devoted to understand competition moments and their respective features in different stages of a land passenger transport infrastructure investment undertaking. As it will be argued, competitive processes arise well before the procurement stage which is considered the main competitive instance in the undertaking: the setup of investment policies and the choice of the specific projects are already subject of political pressures, which are competitive struggles between relevant stakeholders, some of which will take part in the final procurement stage. And even after this stage the competition does not cease, as competitive services shall challenge the undertaking. Also, the external benefits of the investment gives rise to competition between different stakeholders, for instance in the real estate market. The paper explains the different stages of competition and illustrates the outcomes in a selected study case ; O presente artigo visa a propor um quadro analítico para estudar os diferentes momentos de competição e suas características específicas em empreendimentos de infra-estrutura de transporte terrestre de passageiros. Como é argüido, os processos competitivos emergem bem antes do estágio licitatório, o qual é considerado a principal instância de competição nesse tipo de empreendimento. O estabelecimento de políticas de investimento e a escolha de projetos específicos já estão sujeitas a pressões políticas que refletem processos competitivos entre atores interessados, entre os quais alguns potenciais participantes da futura licitação. E, mesmo depois desse estágio, a competição não cessa, uma vez que serviços competitivos de transporte irão desafiar permanentemente o empreendimento. Também, benefícios externos do investimento dão origem à competição entre diferentes interessados, por exemplo, no mercado imobiliário. O artigo examina os diferentes estágios de competição e ilustra os resultados por meio de um estudo de caso selecionado
The present study aims to analyze the policies of the insertion of private capital into mass transit systems, As it is argued in the introduction, the different relative weights of political factors and of economic reasons in every project may produce particular outcomes and affect distinctively the success of the undertaking. A set of question is defined for the scope of the analysis to be performed. Initially, the concept of public-private partnership is explained, and in the further sections, examples of developing and industrialized countries are discussed. A brief conclusion based on the initial questions closes the study ; O artigo pretende analisar as políticas de inserção do capital privado em sistemas de transporte de massa. Como se argumenta na introdução, os diferentes pesos relativos dos fatores políticos e dos argumentos econômicos em cada projeto podem levar a resultados diferentes e afetar de forma distinta o sucesso do empreendimento. Uma série de questões selecionadas compõe o escopo analítico a ser desenvolvido. Inicialmente, o conceito de parceria público-privada é explanado, e nas seções subsequentes, casos originários de países em desenvolvimento e industrializados são discutidos. O artigo encerra-se com conclusões pautadas pelo conjunto das questões selecionadas
Em 2020, um Fórum de universidades públicas, em parceria com atores sociais, colocou como questão central: como inserir na agenda dos decisores políticos o tema da mobilidade sustentável, de modo que suas propostas possam ser implantadas? Este artigo busca na ciência política conceitos que permitam a construção de uma narrativa suficientemente robusta para ser assumida politicamente como agenda. Para isso, propõe-se a hipótese que define o espaço público das cidades como Commons ou Comum, aíincluídos os serviços públicos e a mobilidade urbana. Através da análise da importância das instituições e organizações da Sociedade, da identificação dos grupos de interesse e de suas lideranças e do conceito dos Commons, foram identificadas evidências que comprovam a hipótese. Conclui-se pela necessidade de repensar o papel do Estado, que passaria a ter funções de definição de diretrizes, de construção de um quadro jurídico sob o conceito do Comum, além do financiamento dos serviços e infraestruturas de transportes. A gestão da mobilidade urbana passaria a ser gerenciada por atores sociais, através de processos participativos. Para isso, é essencial que as lideranças políticas conduzam o processo político de viabilizar a agenda proposta com efetiva inclusão da sociedade na gestão dos serviços de mobilidade urbana. ; In 2020, a Forum of public universities, in partnership with social actors, proposed a central question: how to insert the theme of sustainable mobility into the agenda of policy makers, so that their proposals can be implemented? This article seeks in the political science concepts that allow the construction of a narrative robust enough to be politically assumed as an agenda. For this, it is proposed the hypothesis that defines the public spaces of cities as Commons or Common, including public services and urban mobility. By analyzing the importance of institutions and organizations of Society, the identification of interest groups and the role of their leaders and the concept of Commons, we identified evidence that proves the hypothesis. We conclude for the need to rethink the role of the State, which should assume functions of defining guidelines, of constructing a legal framework under the concept of Common, in addition to financing transport services and infrastructures. The management of urban mobility would be carried out by social actors by participatory processes. For this, is essential that political leaders conduct the process to make the agenda feasible with effective participation of society in the management of urban mobility services.
In 2020, a Forum of public universities, in partnership with social actors, proposed a central question: how to insert the theme of sustainable mobility into the agenda of policy makers, so that their proposals can be implemented? This article seeks in the political science concepts that allow the construction of a narrative robust enough to be politically assumed as an agenda. For this, it is proposed the hypothesis that defines the public spaces of cities as Commons or Common, including public services and urban mobility. By analyzing the importance of institutions and organizations of Society, the identification of interest groups and the role of their leaders and the concept of Commons, we identified evidence that proves the hypothesis. We conclude for the need to rethink the role of the State, which should assume functions of defining guidelines, of constructing a legal framework under the concept of Common, in addition to financing transport services and infrastructures. The management of urban mobility would be carried out by social actors by participatory processes. For this, is essential that political leaders conduct the process to make the agenda feasible with effective participation of society in the management of urban mobility services. ; Em 2020, um Fórum de universidades públicas, em parceria com atores sociais, colocou como questão central: como inserir na agenda dos decisores políticos o tema da mobilidade sustentável, de modo que suas propostas possam ser implantadas? Este artigo busca na ciência política conceitos que permitam a construção de uma narrativa suficientemente robusta para ser assumida politicamente como agenda. Para isso, propõe-se a hipótese que define o espaço público das cidades como Commons ou Comum, aíincluídos os serviços públicos e a mobilidade urbana. Através da análise da importância das instituições e organizações da Sociedade, da identificação dos grupos de interesse e de suas lideranças e do conceito dos Commons, foram identificadas evidências que comprovam a hipótese. Conclui-se pela necessidade de repensar o papel do Estado, que passaria a ter funções de definição de diretrizes, de construção de um quadro jurídico sob o conceito do Comum, além do financiamento dos serviços e infraestruturas de transportes. A gestão da mobilidade urbana passaria a ser gerenciada por atores sociais, através de processos participativos. Para isso, é essencial que as lideranças políticas conduzam o processo político de viabilizar a agenda proposta com efetiva inclusão da sociedade na gestão dos serviços de mobilidade urbana.