Suchergebnisse

Este texto tem por fim examinar a incontornável presença da religião na sociedade, no Estado brasileiro e no espaço público. A partir de uma perspectiva histórica e sociológica discute que a despeito da separação Igreja/Estado na formação constitucional da República em 1891, a religião nunca deixou de ter presença e influência no espaço público no país. Examina as estratégias pelas quais correntes expressivas de igrejas cristãs (evangélico-pentecostais e católica) ocuparam a política e o parlamento formando suas bancadas e frentes para estabelecer uma normatividade legal através da qual valores de sua dogmática religiosa são embutidos e convertidos em projetos que regerão políticas públicas. É o que se conceitua como uma "confessionalização da política" ou uma "publicização da religião". Por fim, busca-se analisar no "calor da hora" a influência destas forças religiosas cristãs conservadoras na proporcionalidade no Congresso Nacional eleito em 2018, suas preferências pelos candidatos a presidente, sua interferência no resultado final do pleito com a eleição de um governo conservador de direita e as perspectivas que essa interferência religiosa no governo e no Congresso ensejará para o Estado Democrático de Direito no país.

Este artigo busca através dos dados contidos no Relatório da Pesquisa na Jornada Mundial da Juventude 2013, no Rio de Janeiro, estabelecer uma comparação entre os perfis dos jovens católicos da América Latina e "Europa Católica", no que diz respeito à questão do papel público das religiões e do seu lugar no arranjo laico do Estado e das sociedades modernas.Palavras-chave:Juventude. Catolicismo. Espaço Público.

Com o advento dos chamados novos movimentos religiosos e sua crítica às religiões institucionalizadas, a noção de espiritualidade parece ganhar corpo no cenário religioso contemporâneo. Este texto é então, um exercício para utilizar esta noção como forma estabelecer uma tipologia do campo religioso. Diante de esforços taxionômicos anteriores que buscaram estabelecer uma "teoria de estilos de espiritualidade" com núcleos bem demarcados, como foi o de José Jorge de Carvalho, proponho agora um aggiornamento a partir de sua tipologia, levando em conta os trânsitos, as combinações e hibridismos que atravessam os atuais estilos de espiritualidade.

Este artigo contém alguns resultados de uma pesquisa ampla realizada em forma de survey aplicado a estudantes do ensino médio da rede pública do estado de Minas Gerais. A partir dos indicadores extraídos da base de dados da pesquisa busca-se detectar as preferências e pertencimentos religiosos destes jovens e os rebatimentos destes nos seus valores e crenças. Circunscritos a um recorte geracional, os dados aqui analisados podem contribuir também para traçar um panorama atual das tendências em jogo no campo religioso brasileiro. Podem também fornecer um olhar mais refinado para os estudos acerca do segmento juvenil, compondo uma zona de interseção entre "antropologia da religião" e "antropologia da juventude".

O mundo atual tornou-se um campo muito fértil para o estudo do papel da religião no espaço público e do impacto de suas transformações nas sociedades e culturas, mostrando urgência para as análises atualizadas, especialmente da relação dialética entre a religião e o mundo político. Atualmente observamos cada vez mais o rápido aumento do poder da religião: as igrejas e os novos movimentos religiosos tornam-se engajados politicamente e começam a exercer uma influência sem precedentes nas políticas internas e externas dos Estados onde atuam, frequentemente estabelecendo conexões com movimentos conservadores. Várias religiões e igrejas, justificadas pela valorização de um projeto missionário global, se expandem globalmente, tornando-se transnacionais. Com esses deslocamentos transportam-se novas ideias políticas, que marcam ainda mais a importância da relação entre religião, política e direitos humanos. O dossiê busca examinar as tensões, os discursos empregados, as alianças estabelecidas e as razões, ações e estratégias empreendidas para a promoção ou consolidação de posições do religioso e do político no espaço público dos estados nacionais em diferentes partes do mundo. Nesses lugares, a importância da religião na vida política e social é indubitável, independentemente da tradição religiosa; a presença e as influências políticas dos líderes religiosos são bem conhecidas e cada vez mais visíveis, assim como a proximidade ou o distanciamento crítico que mantêm com as elites do poder, às vezes apoiando-as ou desafiando-as abertamente.