Trabalho doméstico: intercruzamentos de opressões
In: Estudos feministas, Band 31, Heft 1
ISSN: 1806-9584
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In: Estudos feministas, Band 31, Heft 1
ISSN: 1806-9584
In: Revista de administração Mackenzie: RAM, Band 16, Heft 6, S. 19-47
ISSN: 1678-6971
O trabalho, que antes era visto apenas como meio de sobrevivência e acúmulo de riqueza, tornou-se uma das principais dimensões da vida humana, fazendo com que os indivíduos sejam identificados mediante as atividades que realizam. Assim, o trabalho adquiriu um novo sentido para os indivíduos, uma vez que a realização pessoal está intimamente relacionada ao seu reconhecimento perante a sociedade. Diversos estudos têm abordado o trabalho por meio dos sentidos que os trabalhadores atribuem à atividade que realizam, como é o caso da presente pesquisa que investiga os sentidos produzidos por uma categoria distante das profissões formais: as prostitutas. Nesse intuito, objetiva-se apreender os sentidos subjetivos produzidos por mulheres que atuam na prostituição, em boates do interior de Minas Gerais. Para tanto, buscou-se, inicialmente, contextualizar a prostituição como profissão, desvendar a trajetória das participantes e a inserção delas nessa atividade, e levantar os sentidos subjetivos relacionados ao trabalho na prostituição. Participaram da pesquisa seis prostitutas que trabalham em boates. O levantamento dos dados deu-se por meio de uma entrevista que focou especificamente um fato marcante na trajetória profissional dessas mulheres. Optou-se pelo estudo de natureza qualitativa baseada na epistemologia qualitativa (Rey, 2005), e as análises foram fundamentadas pela acepção de sentido subjetivo. Rey (2005) defende que, entre o pensamento e a linguagem, está a emoção e que, por isso, nem sempre os sentidos subjetivos podem ser captados nas expressões diretas do sujeito. Ao final, apreenderam-se sentidos subjetivos relacionados ao trabalho na prostituição que se relacionam a violência, aborto induzido, abandono, desconfiança, preconceito, discriminação, humilhação, medo, insegurança e solidão. A análise dos sentidos subjetivos das prostitutas perante o trabalho que realizam mostrou-se oportuna para o entendimento de aspectos importantes da relação entre as participantes da pesquisa e os sentidos que atribuem ao seu trabalho, e possibilitou evidenciar que as relações no espaço do trabalho estão permeadas por inúmeras outras que ocorrem em outros espaços sociais de atuação dos sujeitos.
In: Revista Alcance: revista científica do Programa de Mestrado Acadêmico em Administração da Universidade do Vale do Itajaí, Univali, Band 20, Heft 2, S. 203
ISSN: 1983-716X
In: Revista de administração Mackenzie: RAM, Band 11, Heft 3, S. 71-99
ISSN: 1678-6971
Com esta pesquisa, objetivou-se compreender o trabalho operacional feminino na 8ª Região da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), um universo originalmente masculino, à luz das relações de poder e de gênero. Partiu-se do pressuposto que, apesar de a presença de mulheres na Polícia, muitas vezes, ainda reproduzir os padrões de gênero vigentes na sociedade, sua inclusão deve ser compreendida de maneira mais dinâmica, com base nas estratégias adotadas por homens e mulheres para conviverem e se posicionarem na organização. Isso pode se concretizar dependendo das relações de poder estabelecidas pelos e pelas policiais em seu cotidiano de trabalho. A metodologia utilizada foi um estudo de caso qualitativo na 8ª Região da PMMG, realizado por meio de entrevistas com dez professores que são pesquisadores especialistas sobre a Polícia Militar, 33 mulheres policiais do policiamento operacional e 18 membros de suas equipes de trabalho; pesquisa documental e observação não participante. Os dados foram examinados por análise de conteúdo e permitiram evidenciar que o trabalho das policiais do operacional da PMMG está marcado pelas relações de poder e de gênero em seu cotidiano, seus relacionamentos, na sua vida pessoal ou nas dificuldades que enfrentam no exercício de sua função.
In: Revista de administração, sociedade e inovação: RASI, Band 9, Heft 2, S. 10-24
ISSN: 2447-8156
Este estudo investigou os impactos da nova rotina de cuidado com os filhos sobre as atividades profissionais, vivenciada por mães em home office, com filhos de até 12 anos de idade, em meio ao contexto da crise de Covid-19. Realizou-se uma pesquisa qualitativa por meio de entrevistas semiestruturadas com 12 sujeitas de pesquisa e, após, aplicou-se o método de análise de conteúdo temática. A pesquisa revelou a intensificação da sobrecarga de trabalhos domésticos e de cuidado com os filhos quando acumulados com atividades profissionais remuneradas. Observou-se que sentimentos de medo e angústia, que marcaram o início da pandemia, se trasformaram em sensações de cansaço mental e estresse, provocados, sobretudo, pela impossibilidade de estabelecimento de uma rotina e pelo compartilhamento de um único espaço para as várias esferas da vida. Este trabalho destacou como um contexto de pandemia evidencia ainda mais a situação de desigualdade já existente entre homens e mulheres. As mulheres, mesmo inseridas em espaços públicos de trabalho profissional remunerado, anteriormente dominados pelo sexo masculino, precisam se desdobrar em inúmeras obrigações domésticas e cuidado com os filhos, tradicionalmente associadas a elas. Nesse sentido, o artigo pode contribuir para ampliar o debate acerca das vantagens e desafios de mães que trabalham em home office. O trabalho remoto, apesar de trazer a vantagem de as mães poderem acompanhar os filhos e estarem mais presentes, deve ser avaliado de forma mais ampla, uma vez que a sobrecarga mental e o estresse podem acarretar perdas de qualidade daqueles momentos aparentemente prazerosos.
In: Revista de administração Mackenzie: RAM, Band 15, Heft 2, S. 15-37
ISSN: 1678-6971
Este ensaio visa refletir sobre a importância da corporeidade e do conhecimento estético no avanço teórico da aprendizagem organizacional. A teorização em torno da aprendizagem organizacional tem se direcionado rumo à superação das dicotomias tradicionalmente enraizadas nas ciências sociais assentadas em tradicionais dualidades, como sujeito/objeto, mente/corpo, indivíduo/organização. A emergência de novos estudos aponta para a necessidade de valorizar as temáticas do corpo e da estética para ampliar o entendimento da aprendizagem organizacional. Dessa forma, este ensaio teórico de natureza argumentativa busca refletir a aprendizagem organizacional a partir da perspectiva da teoria da estética, em que a corporeidade assume especial relevância. Uma das mais importantes contribuições da abordagem estética reside em buscar a superação de tais dicotomias que permeiam a vida organizacional e em sociedade. A partir do momento em que as bases de constituição do conhecimento são questionadas, não sendo apenas lógica, mas também estética e sensível, uma série de outras questões emerge em conjunto. O conhecimento estético, fruto das corporeidades em interação, é constantemente ativado por sentimentos, desejos, emoções, representações acerca do que a organização mostra aos seus e fundamenta as escolhas dos atores em interação. Tal reflexão permite buscar novos insights que possam contribuir para o avanço teórico da aprendizagem organizacional, ampliando assim a sua compreensão. Como principais insights conclusivos, evidencia-se o potencial da aprendizagem organizacional residindo na corporeidade e intercorporeidade, que, devido a sua complexidade constitutiva, demanda epistemologias e metodologias ampliadas das práticas organizacionais para clarear o entendimento da aprendizagem organizacional. Acredita-se que a aprendizagem organizacional deva ser vista como um processo fluido, que está diluído no tempo, no espaço e nas práticas individuais e sociais, em que corpos e subjetividades se entrelaçam para dar os contornos específicos a cada ponto do processo e que ao mesmo tempo constituem e são constituídos em tal processo, significam e são significados, ressignificam e são ressignificados.
In: Caos: revista eletrônica de ciências sociais, Band 2, Heft 31, S. 294-315
ISSN: 1517-6916
Este artigo explora a presença e o papel das mulheres no campo da tatuagem, uma prática que tem evoluído ao longo da história com diversos significados e contextos sociais. Apesar do aumento atual do número de mulheres tatuadoras, a desigualdade de gênero ainda persiste nessa profissão. A tatuagem e a ocupação de tatuador têm sido objeto de debates e estigmas, mas também estão passando por um processo de transformação cultural. Neste artigo, propomos uma investigação sobre a representação e a experiência das mulheres tatuadoras em estudos acadêmicos, por meio de uma revisão integrativa de literatura. Além disso, discutimos as barreiras enfrentadas pelas mulheres no mercado de trabalho de forma mais ampla, incluindo os estereótipos de gênero e a desigualdade de oportunidades. Os procedimentos metodológicos adotados abrangem a busca sistemática de teses, dissertações e artigos científicos relacionados ao tema, com o objetivo de contribuir para uma compreensão mais aprofundada das questões de gênero no campo da tatuagem. Por meio da análise proposta, percebemos que as mulheres ainda são minoria nesse ambiente de trabalho, enfrentando barreiras como, o preconceito, falta de reconhecimento, desigualdade e outros problemas relacionados a gênero.
In: Revista de administração Mackenzie: RAM, Band 16, Heft 1, S. 40-61
ISSN: 1678-6971
A diversidade é um tema bastante complexo e controverso. Engloba as chamadas "minorias" não em termos numéricos, mas em termos do exercício do poder. Compõem as minorias os negros, pessoas com deficiência, mulheres, indígenas e outros. Embora haja avanços nessa discussão, inclusive na legislação, ainda se observam lacunas quando se fala do trabalho para essas minorias. Para o presente trabalho, escolheram-se, entre as minorias, as pessoas com deficiência (PCDs), pois, segundo a Organização Internacional do Trabalho (2010), elas representam 10% da população mundial, ou seja, cerca de 650 milhões de pessoas, dentre as quais aproximadamente 72% estão em idade produtiva. Nesse sentido, o objetivo do presente artigo foi compreender a dinâmica identitária de PCDs inseridas em organizações de trabalho, localizadas no Brasil e nos Estados Unidos. Para isso, elaborou-se um arcabouço teórico com base na abordagem sociológica da identidade de Dubar (2005). Optou-se pela pesquisa qualitativa e exploratória, a partir de uma abordagem interpretativa. As técnicas de coleta de dados utilizadas foram: entrevista semiestruturada e pesquisa documental. Foram entrevistadas 12 PCDs no Brasil e oito nos Estados Unidos, entre homens e mulheres. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas por meio da análise de conteúdo. Constatou-se que, tanto no Brasil como nos Estados Unidos, o trabalho das PCDs entrevistadas configura-se como um importante instrumento para dar sentido a suas vidas, e suas respectivas deficiências se fazem presentes no processo de socialização organizacional. Além disso, uma das principais barreiras enfrentadas pelas PCDs entrevistadas, no que tange ao emprego, era a própria deficiência. Assim, percebeu-se um conflito entre quem o indivíduo é e quem ele acha que deve ser para poder trabalhar. Observou-se que a identidade do indivíduo é resultado de um movimento de construção e reconstrução entre as suas (muitas) identidades e que o indivíduo não consegue se identificar apenas por seus olhos, mas ele necessita se ver pelo olhar do outro.
In: Revista de Ciências da Administração: RCA, S. 59-74
ISSN: 2175-8077
Recentemente, o método história de vida tem sido usado na área de Administração como uma importante estratégia metodológica nas pesquisas qualitativas. Com esse método busca-se compreender os grupos ou a coletividade a partir de trajetórias de vida individuais. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é discutir a contribuição do método da história de vida para a compreensão da dinâmica identitária de professoras gerentes de uma universidade pública, por meio de um exemplo proveniente de um estudo empírico. Verificou-se, a partir dos relatos de quatro professoras gerentes, que o resgate de memórias do passado e de valores, fatos, normas e acontecimentos ligados à socialização primária e organizacional das entrevistadas contribui para a compreensão da dinâmica identitária delas. Emergiram algumas categorias de análise que expressam relações entre a história de vida e a identidade como: a descontinuidade, subjetividade e a importância de "dar voz ao sujeito"; o individual e o social e as transformações sócio-históricas: uma interação dinâmica na construção de identidades; e a análise temporal na construção de identidades.
In: Revista administração em diálogo: RAD, Band 14, Heft 3
ISSN: 2178-0080
O objetivo deste trabalho foi o de compreender como as relações de poder se manifestam no cotidiano de professoras-gerentes de uma universidade pública. Foi utilizada a pesquisa de caráter qualitativo, com o método de pesquisa história de vida. Os sujeitos da pesquisa foram cinco professoras que ocuparam/ocupam cargos gerenciais em uma universidade pública. Dentre as dificuldades enfrentadas por algumas professoras no exercício da função gerencial estão a questão das assimetrias de poder expostas de forma simbólica, casos de assédio moral, o fenômeno do "teto de vidro", a discriminação e o preconceito, principalmente por meio do discurso e do humor.
In: Sociais e humanas: revista do Centro de Ciências Sociais e Humanas, Band 25, Heft 1
ISSN: 2317-1758, 0103-0620
In: Revista ciências sociais em perspectiva, Band 14, Heft 27, S. 88-107
ISSN: 1981-4747
Partindo-se do pressuposto de que o contexto histórico constitui-se de um elemento fundamental para o entendimento dos fenômenos organizacionais, esse ensaio teórico teve como objetivo apresentar uma análise histórica das principais transformações ocorridas na cultura das organizações brasileiras após o programa de desestatização do governo de Fernando Henrique Cardoso, ocorrido na década de 90. Percebeu-se que o choque gerado pelas acentuadas diferenças culturais existentes entre empresas privadas e estatais representou um grande desafio para organizações e indivíduos. Se, por um lado, as organizações precisaram mudar suas estratégias de gestão para se adaptar ao novo contexto, de outro, muitos atores organizacionais relutavam contra os novos padrões que estavam sendo impostos. Até que a nova ordem se restabelecesse, crises de identidade eram motivo de angústia e de discórdia. Pode-se dizer que uma das grandes contribuições que este artigo proporcionou foi uma visão mais ampla de um fenômeno exaustivamente estudado, confirmando o que muitos estudiosos (Ferreira, 2010; Costa, Barros e Martins, 2010; Jacques, 2006; Booth & Rowlinson, 2006) defendem como a grande contribuição da perspectiva histórica aos estudos sociais.
In: Revista de administração Mackenzie: RAM, Band 14, Heft 2, S. 42-68
ISSN: 1678-6971
Esta pesquisa tem o objetivo de analisar o sentido do trabalho para as pessoas com deficiência (PcD). Optou-se por adotar a perspectiva da psicologia social para compreender a produção de sentidos relacionados ao trabalho devido à sua relação com a produção da subjetividade dos sujeitos. A dimensão do trabalho como realidade social, como bem afirma Dejours (2004), é essencial à atividade humana, contribuindo para a satisfação de necessidades não apenas econômicas, mas também psicológicas e sociais. Para as PcD, o estudo dessa atribuição de sentidos se torna instigante, visto que o trabalho tem sido considerado uma importante via de inclusão social dessas pessoas na sociedade. Para o desenvolvimento da pesquisa qualitativa que deu origem a este artigo, optou-se pela aplicação do método de análise das práticas discursivas, cujos pressupostos ontológicos e epistemológicos estão ancorados na abordagem sociocontrucionista descrita por Spink (2004). Adotou-se a pesquisa qualitativa para a compreensão da produção de sentidos, com a análise das práticas discursas. O construcionismo social foi utilizado como método da pesquisa. Foram realizadas entrevistas em profundidade com pessoas com deficiência inseridas no mercado de trabalho escolhidas por meio da técnica bola de neve. Para o procedimento, realizou-se uma adaptação do recurso dos mapas de associação de ideias utilizados por Spink (1999). A análise dos resultados permitiu a elaboração das categorias que revelam os sentidos do trabalho para as pessoas com deficiência, entre as quais se destacam o trabalho como meio de sobrevivência, a necessidade de ser útil à sociedade, de garantia da independência financeira e pessoal. Observou-se, nas produções discursivas, a centralidade do trabalho na vida de todos eles, estando, para alguns, mais relacionado à sobrevivência e, para outros, à inserção social. As vivências no trabalho estão relacionadas ao sentimento de capacidade e utilidade para com a sociedade. Este trabalho permitiu compreender que as regularidades encontradas nos repertórios discursivos remetem o sentido do trabalho para o exercício pleno de cidadania.
In: Revista de administração Mackenzie: RAM, Band 17, Heft 5, S. 15-35
ISSN: 1678-6971
ABSTRACT Purpose: The aim of the current study is to use the Ivory Tower metaphor to discuss and question the false dichotomy between theory and practice, as well as the insufficient pragmatic and performative solution towards the market logic, and to problematize the concept of praxis as a possibility through critical approaches. Originality/gap/relevance/implications: 1. the Ivory Tower demonstrates the existence of a gap in the relation between theory and practice; 2. the essay is conducted according to critical approaches; 3. the Critical Theory has the potential to deconstruct the assigned and socially constructed meanings of the Ivory Tower. Key methodological aspects: This is a theoretical essay that dialectically explores the Ivory Tower metaphor. Summary of key results: 1. the organizational science linked to the instrumental logic makes no place for praxis; 2. the Traditional Theory does not allow thinking about the relation between theory and practice through praxis, because it polarizes such categories and gives primacy to practice by demanding performance and productivity from theory; 3. based on the Ivory Tower metaphor, it is necessary to make criticisms for the sake of praxis and not for the sake of the practice understood just as technical and instrumental utility. Key considerations/conclusions: We pursuit solutions to remove the dichotomies that take the dialectical nature away from reality; it is necessary (re)constructing new ways to get in and out of the tower on behalf of emancipation, in the permanent and inseparable relation between theory and practice.
In: Administração Pública e Gestão Social: APGS, Band 5, Heft 2
ISSN: 2175-5787