Tourism involving indigenous communities has been developed in various parts of the world. In Brazil, several initiatives, however, were not regulated due to issues such as State jurisdiction, lack of consensus among scholars, government entities and communities on the importance of regulation, among others. However, the national legislation did not explicitly forbid tourism in indigenous territories, and in various documents, the State pointed the importance of indigenous autonomy and leadership, including in sustainable projects of ecotourism and ethnotourism; as well as highlighted the need for regulating these segments. In June 2015, tourism in Indigenous Lands was regulated, taking the debate on tourism involving indigenous communities to a new level. Therefore, this article, based on legal instruments and on the literature on the subject, addresses the Brazilian indigenous legislation and the new prospects for touristic activities, economic development and autonomy of these peoples. The research demonstrated that the regulation of the activity does not fully contribute to the autonomy of the communities, since it demands an authorization from the Brazilian National Indigenous Foundation, which may even deny it. In addition, despite being guided by the principle of precaution, the bureaucracy of the process allows for the continuity of illegal tourism. ; O turismo envolvendo comunidades indígenas vem sendo desenvolvido em diversas partes do mundo. No Brasil, há inúmeras iniciativas que, no entanto, não eram regulamentadas por conta de questões como a tutela do Estado, falta de consenso entre estudiosos, governo, entidades e comunidades sobre a importância da regulamentação, entre outras. No entanto, a legislação nacional não proibia explicitamente o turismo em territórios indígenas e, em diversos documentos, o Estado apontava a importância da autonomia e protagonismo indígena, inclusive em projetos sustentáveis de ecoturismo e etnoturismo; e, também ressaltava a necessidade da regulamentação desses segmentos. Em junho de 2015, o turismo em Terras Indígenas foi regulamentado, trazendo o debate sobre o turismo envolvendo comunidades indígenas a um novo patamar. Assim, este artigo, embasado em instrumentos legais e na literatura sobre o tema, aborda a legislação indigenista brasileira e as novas perspectivas para a atividade turística, o desenvolvimento econômico e autonomia desses povos. A pesquisa demonstrou que a regulamentação da atividade não contribui integralmente para a autonomia das comunidades, uma vez que se faz necessária a autorização da Fundação Nacional do Índio, que pode, inclusive, negá-la. Além disso, apesar de estar voltada ao princípio da precaução, a burocracia do processo dá margem à continuidade do turismo ilegal. ; El turismo desarrollado en comunidades indígenas se ha practicado en diversas partes del mundo. En Brasil, hay numerosas iniciativas que, sin embargo, no están reguladas debido a cuestiones como la tutela del Estado, la falta de consenso entre los académicos, agencias gubernamentales y las comunidades sobre la importancia de la regulación del turismo, entre otros. No obstante, la legislación no prohibía explícitamente el turismo en las zonas indígenas. En varios documentos, el Estado señaló la importancia de la autonomía y el liderazgo indígena, incluyendo proyectos en ecoturismo sostenible y etnoturismo, enfatizando también la necesidad de una regulación de estos segmentos. En junio de 2015, el turismo en Tierras Indígenas (TIs) fue regulado, haciendo con que el debate sobre el asunto llegase a un nuevo nivel. En este artículo, se discute la legislación indígena brasileña y nuevas perspectivas para el turismo, el desarrollo económico y la autonomía de estos pueblos. La investigación ha demostrado que la regulación de la actividad no contribuye plenamente a la autonomía de las comunidades, ya que es necesaria la autorización de la Fundação Nacional do Índio (FUNAI), que podrá no autorizar la iniciativa. Además, aunque esté centrada en el principio de precaución, la burocracia del proceso da lugar a la continuación del turismo ilegal.