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O artigo pretendeu examinar em linhas gerais as relações entre a crise do capital e o fenômeno educacional, precisamente, as manifestações da crise no contexto da Reforma do Ensino Médio. Em nossas análises e argumentações fora possível estabelecer nexos entre as novas morfologias do trabalho no Brasil, estampadas na Reforma Trabalhista, com o conjunto de proposições que aprofundam o caráter utilitarista da educação nestas primeiras décadas do século XXI. Sustentamos que a dinâmica da crise do capital, em suas especificidades na concreta conjuntura brasileira, aponta para o recrudescimento da racionalidade neoliberal dinamizando, como tal, os processos de mercadorização e mercantilização da educação e, não obstante, considerando o caráter autocrático da formação do Estado no Brasil, impulsionando o avanço de elementos conservadores e mesmo fascistizantes sobre a escola, processo que denominamos de miséria do saber.

O artigo investigou os fenômenos das chamadas fake news, pós-verdade e o recente avanço de teorias negacionistas e seus impactos para a educação e a produção científica. As análises e argumentações desenvolvidas buscaram adentrar no debate sobre verdade, totalidade e objetividade, reiterando a atualidade do método da filosofia da práxis empregado por Antonio Gramsci (1891-1937). Circunscritos a um contexto de crise estrutural do capital, as fake news, pós-verdade e os negacionismos expressaram a congruência entre a excessiva ênfase relativista, subjetivista e revisionista postulada por parte da crítica pós-moderna que, no limite, incidira sobre o tensionamento dos critérios de verdade, totalidade e objetividade.