Este é um estudo sobre a história das educadoras sanitárias e das enfermeiras de saúde pública na primeira metade do século XX, em São Paulo. Tem por objetivo mostrar o desafio, às mulheres, de demarcar um território de decisões e atuação que não fosse simples "poder delegável" pela profissão médica. A sociologia histórica (no tocante às relações entre instituições, poder e identidades profissionais) proporcionou um instrumental teórico e metodológico para o presente trabalho. Entre as conclusões, destacamos a importância do surgimento de um novo campo profissional, relacionado à educação sanitária e à enfermagem de saúde pública. O texto destaca, brevemente, a participação da Fundação Rockefeller na organização do campo de saúde pública, uma vez que a Rockefeller apoiou a valorização do papel da mulher educadora e enfermeira em São Paulo, com recursos humanos e financeiros.
As transformações econômicas, sociais, tecnológicas e culturais acontecidas durante a modernidade constituíram um campo de tensão entre, de um lado, a valoração da individualidade no plano político e o surgimento de novas subjetividades e, de outro, a tendência à normalização, homogeneização e gestão de tais subjetividades. Dentro desse cenário, transformam-se e sofisticam-se práticas de exclusão social orientadas aos sujeitos que não se adequam aos padrões culturais positivamente valorados. Este texto objetiva apresentar uma reflexão teórico-epistemológica sobre a atualidade desse campo de estudos. Para tal, são contrastadas três perspectivas para o estudo das práticas de exclusão social: a teoria da dialética exclusão/ inclusão, a abordagem da exclusão a partir de estudos sobre a interação social e a possibilidade de uma psicologia da exclusão fundamentada na teoria do reconhecimento intersubjetivo. Finalmente, reconhecemos o caráter transdisciplinar do campo de estudos sobre as práticas de exclusão social, a partir de uma perspectiva psicossocial.
The economic, social, technological and cultural transformations that took place during the modern era constituted a field of tension between, the valuation of individuality in the political plane and the emergence of new subjectivities and, the tendency towards normalization, homogenization and management of such subjectivities. Within this scenario, social exclusion practices, of those subjects that do not conform to the positively valued standards, are transformed and are more sophisticated. This paper aims to present a theoretical-epistemological reflection on the current relevance of social exclusion studies. Three perspectives are examined: the theory of the exclusion/inclusion dialectic, the approach of exclusion from studies on social interaction and the possibility of a psychology of exclusion based on the theory of intersubjective recognition. Finally, we recognize the transdisciplinary character of social exclusion, from a psychosocial perspective. ; Las transformaciones económicas, sociales, tecnológicas y culturales que tuvieron lugar durante la modernidad constituyeron un campo de tensión entre, por un lado, la valoración de la individualidad en el plano político y la aparición de nuevas subjetividades y, por el otro, la tendencia a la normalización, homogeneización y gestión de tales subjetividades. Dentro de este escenario, se transforman y se sofistican prácticas de exclusión social orientadas a los sujetos que no se ajustan a patrones culturales valorados positivamente. Este texto tiene como objetivo presentar una reflexión teórico-epistemológica sobre el estado actual de este campo de estudio. Para ello, se contrastan tres perspectivas para el estudio de las prácticas de exclusión social: la teoría dialéctica de exclusión / inclusión, el enfoque de exclusión de los estudios sobre interacción social y la posibilidad de una psicología de exclusión basada en la teoría del reconocimiento intersubjetivo. Finalmente, reconocemos el carácter transdisciplinario del campo de estudio sobre las prácticas de exclusión social, desde una perspectiva psicosocial. ; As transformações econômicas, sociais, tecnológicas e culturais acontecidas durante a modernidade constituíram um campo de tensão entre, de um lado, a valoração da individualidade no plano político e o surgimento de novas subjetividades e, de outro, a tendência à normalização, homogeneização e gestão de tais subjetividades. Dentro desse cenário, transformam-se e sofisticam-se práticas de exclusão social orientadas aos sujeitos que não se adequam aos padrões culturais positivamente valorados. Este texto objetiva apresentar uma reflexão teórico-apistemológica sobre a atualidade desse campo de estudos. Para tal, são contrastadas três perspectivas para o estudo das práticas de exclusão social: a teoria da dialética exclusão/inclusão, a abordagem da exclusão a partir de estudos sobre a interação social e a possibilidade de uma psicologia da exclusão fundamentada na teoria do reconhecimento intersubjetivo. Finalmente, reconhecemos o caráter transdisciplinar do campo de estudos sobre as práticas de exclusão social, a partir de uma perspectiva psicossocial.
Resumo O presente ensaio de leitura se insere na linha das avaliações mais densas ou encorpadas dos review essays, composição típica das ciências sociais inglesas e norte-americanas. O foco do ensaio é a obra Gênero e trabalho no Brasil e na França: perspectivas interseccionais, uma coletânea organizada pelas sociólogas Alice Rangel de Paiva Abreu, Helena Hirata e Maria Rosa Lombardi. Procura captar, de modo cuidadoso, o cenário aberto por múltiplos olhares suscitados pelas organizadoras da coletânea. Como foco comum, que dá sentido à diversidade de contribuições, discutem-se os desafios e obstáculos enfrentados por protagonistas, seus movimentos sociais e instituições no mundo da divisão sexual do trabalho e do cuidar. Nossa narrativa procura transmitir a visão geral das complexas relações entre trabalho, cuidado, cidadania, ética, políticas do corpo e políticas sociais mais amplas, no Brasil e na França, abordadas nos capítulos.
O presente texto busca situar os cenários do envelhecer e da morte nas sociedades contemporâneas, com base em análises e interpretações da psicologia social. Ao tempo em que se descortinam processos e escolhas do idoso, diante de instituições e padrões de interação social em rápida transformação, o artigo aborda aspectos sociais e culturais dos itinerários do "envelhecer e morrer" em diferentes sociedades, de modo a sugerir como alguns valores modernos influenciam a experiência do envelhecimento. Conclui-se, em síntese, que o envelhecimento e a morte são processos que não se restringem a uma dimensão biológica, mas envolvem dimensões socioculturais que condicionam a experiência dos sujeitos. A psicologia social esclarece tais dimensões ao partir das representações e narrativas sobre a vida, o envelhecimento e a morte, que orientam nossas práticas sociais.
O texto é uma reflexão sobre as noções de risco, vulnerabilidades, desigualdades, violências e seus impactos nas sociedades em tempos de pandemia. Abordar as interrelações entre esses conceitos e os fatores que fragilizam as relações sociais é uma problemática que ainda carece de discussão. O objetivo foi analisar algumas proposições conceituais e epistemológicas da teoria da sociedade global de risco de Ulrich Beck, da teoria dos sistemas e o conceito de risco de Niklas Luhmann e a produção de sentidos sobre riscos de Mary Jane Spink, em consonância com a relação paradoxal entre autonomia e vulnerabilidade no "pensar e agir" humano de Paul Ricoeur. Aborda também, o cenário de aprofundamento das desigualdades e das violências entre os grupos em situação de vulnerabilidade, em tempos de pandemia, mais evidente em função do crescimento das taxas de homicídios nos últimos três anos. Essas análises ajudam a entender as inseguranças com as quais a sociedade de risco diariamente se defronta, como uma pandemia, que podem fragilizar ainda mais as condições básicas de vida das populações em situação de vulnerabilidade e ampliar as desigualdades e violências.
O artigo tem como objetivo discutir o aumento do idadismo no Brasil durante a pandemia da covid-19. É um artigo de reflexão sobre alguns fatores que impactam os riscos de adoecer e morrer entre idosos, como preconceitos, discriminações, desigualdades sociais, iniquidades em saúde e ausência de políticas públicas que acolham as demandas na velhice. Procurou dialogar sobre como esses fatores impactam nas condições de vida da pessoa idosa, com base nos relatórios produzidos pelas agências internacionais. Discute também, a importância das atividades educacionais para dissipar conceitos errôneos e reduzir discriminações que fortalecem estereótipos na idade avançada. Neste sentido, torna-se fundamental o preparo dos profissionais na rede de cuidados à saúde do idoso.