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Resumo Neste artigo, a Arqueologia e a sua interface com a Etnografia – Arqueologia Etnográfica – são apresentadas como possibilidades de ouvir as muitas vozes que se manifestam durante uma escavação – a estas vozes, chamarei de multivocalidades, e as usarei como um dos meios para investigar as percepções das pessoas sobre a escavação de um sítio histórico. O cenário para as discussões aqui propostas foi um projeto de Arqueologia Urbana executado no bairro da Campina, no arrabalde imediato de cartões postais singulares da capital paraense. O objetivo do texto é, tendo como paisagem o Centro Histórico de Belém, argumentar que a pesquisa arqueológica muito se beneficia e serve ainda como instrumento de informação sobre a participação das cidadãs e dos cidadãos que fruem pela cidade, sejam as pessoas que trabalham diretamente junto com o arqueólogo, sejam aquelas que têm a oportunidade de visitar as escavações. Uma das conclusões é a de que o patrimônio cultural arqueológico perde um pouco de seu 'mistério', tornando-se mais fácil para as pessoas reconhecê-lo e, por isso, talvez preservá-lo.

Tomando por referência os critérios de inclusão, exclusão e temporalidades relativas à custódia de pessoas no Sistema Penitenciário Federal destacamos algumas dinâmicas institucionais, legais e relacionais importantes para a compreensão dos presídios federais no conjunto de estabelecimentos prisionais no país. As transformações sociais estabelecidas com a presença das facções criminosas no início dos anos 2000 nas prisões, somada à incidência do Governo Federal à época, impulsionaram a criação destas prisões. Nesse sentido, além de produzir sociabilidades e redes particulares, os presídios federais também fornecem um importante registro sobre as ações tomadas pelos estados da federação e da própria União quanto ao enfrentamento às facções criminosas. De modo geral, a estigmatização e o fortalecimento de políticas de confinamento mais repressivas em relação às pessoas associadas e/ou vinculados às facções criminosas são um traço comum destes espaços, bem como, exemplificam alguns dos efeitos decorrentes do investimento no Sistema Penitenciário Federal. Nossas análises são baseadas na análise qualitativa de documentos, pedidos de Lei de Acesso à Informação e entrevistas com pessoas que atuam ou atuaram junto ao Sistema Penitenciário Federal.

AbstractThe distribution of productivity levels, and its evolution over time, is a research topic of utmost importance in empirical and theoretical economics. On the theory side, simple analytical models, involving intertemporal optimization, typically characterize agents' investment decisions about ways to upgrade technology and enhance productivity. The prototypical model endogenously splits the productivity distribution in two: the right-hand side of the distribution is populated by innovators; the left-hand side is occupied by agents who follow a strategy of adoption or imitation. Given the assumptions of the model, the productivity of innovators grows at a constant rate (which directly depends on a constant probability of innovation). The evolution of the productivity of adopters may, in turn, implicate complex dynamics. Because the pace of productivity growth for adopters depends on the shape of the productivity distribution, different distributions might induce distinct growth paths, some of them potentially leading to the emergence of nonlinearities, such as limit cycles and chaos. This study investigates the presence of nonlinearities in technology adoption, for different configurations of the productivity distribution. Under reasonable parameterizations, endogenous fluctuations emerge as a plausible long-term equilibrium.

O texto que segue ensaia, ao modo da bricolagem, costuras, encaixes e acoplamentos entre ideias e modos de pensar inspirados nos diálogos entre Antropologia, Filosofia e Literatura, a fim de refletir sobre processo de criação e incentivar etnografias poéticas que se aproximem da experiência-limite do limite, no intuito de aguçar os sentidos e exercitar a imaginação do leitor. Em uma conjuntura em que a imaginação é capturada e capitulada por negacionismos que matam, e o desencanto prepara o terreno para a semeadura do ódio e da ética da indiferença; e em contextos de um suposto realismo capitalista, em que parece ser mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo; o esforço por identificar os modos de pensamento que, pela força do hábito, alimentam silenciosamente a besta desenfreada, e a escolha deliberada em assumir a tarefa de contar outras estórias capazes de nos ajudar a seguir outras trilhas, são atitudes éticas que tomam contornos políticos mais do que relevantes: urgentes.

What has been the impact of COVID-19 lockdowns on international students and how have they coped with living, often in isolation, in a foreign country? This article examines the challenges and coping strategies of current and recently graduated higher degree by research (HDR) international students in the Australian city of Melbourne through a transient migration lens. Through interviews with eight international students during one of Melbourne's lockdown periods, this pilot study provided participants the opportunity to explain that not only were they dealing with the difficulties posed by lockdowns (e.g., loneliness and lack of sense of belonging) but doing so while balancing non-lockdown-related issues as students and transient migrants (e.g., passing their degree courses). Students interviewed however also revealed that they made the most out of lockdowns while taking charge of their own well-being by working towards their postgraduate futures and using the time to discover new non-study-related talents (e.g., watercolouring). The results of this study provide international education stakeholders and higher education institutions with ways of moving forward in the student support space.

Tomando como aporte teórico, poético e político uma certa ciência social minoritária, o pensamento negro-travesti radical e a filosofia da diferença, busco mais compartilhar sussurros e fagulhas do que oferecer respostas neste texto. Trata-se de um estudo (precário) acerca da pesquisa que tenho desenvolvido em direção à tese de doutoramento. Primeiramente, compartilho brevemente meu argumento de que o sexo/gênero moderno/colonial é um circuito de afetos que reduz a subjetividade à experiência do sujeito identitário. Em seguida, argumento em favor da pesquisa do que chamo de manadas dissidentes sexuais e desobedientes de gênero, e como suas estratégias poético-políticas de sobrevivência se dão à revelia do Entendimento, fugindo de toda captura. Concluo compartilhando algumas pistas para tal pesquisa e sobre os limites da captura representacional e da política patrimonialista.