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The concept of intersectionality has brought forward a new way of tackling discrimination and equality and diversity matters that is less segmented and more dynamic. The research applies the concept to the situation of women lawyers and judges in England and Wales, whose identity is multilayered. The study offers new perspectives for the understanding of exclusionary mechanisms in patriarchal professions, bypass strategies to escape them and resulting tensions. The centrality of law is made clear in the depiction of the role played by the European Union, anti-discrimination legislation and the recent reforms of the justice system. Traditions and binary reasoning – that seek to oppose merit and diversity for instance – are confronted to the complexity of the social realities they distort. In order to grapple with the multidimensional stakes of diversity, the career of women in the law is also looked at through the maternal wall. This illustration shows how entangled the various aspects taken into account by intersectionality can be and eventually leads to reflect on the changing dynamics that characterise identity and its perception. ; Le concept d'intersectionnalité permet d'envisager de manière dynamique et non segmentée les discriminations et les questions d'égalité et de diversité. Il est ici mis en œuvre pour analyser la situation des femmes avocates et juges en Angleterre et au pays de Galles, dont l'identité est plurielle. Cette étude offre de nouvelles perspectives en vue de la compréhension des mécanismes d'exclusion propres aux professions patriarcales, des stratégies qui en permettent le contournement, ainsi que des tensions qui en résultent. Une place importante est faite au droit, à travers une présentation de l'influence de l'Union européenne, de la législation visant à lutter contre les discriminations, et des récentes réformes de la justice anglo-galloise. Traditions et logiques binaires opposant par exemple le mérite à la diversité sont confrontées à la complexité des réalités sociales, dont elles engendrent une déformation. Pour mieux cerner les enjeux de la diversité dans leur multidimensionnalité, la carrière professionnelle des femmes de loi est également envisagée sous le prisme du mur maternel. Cette illustration de l'imbrication des facettes prises en compte par l'intersectionnalité mène à une réflexion sur la dynamique fluctuante qui s'établit entre l'identité et ses perceptions.

The concept of intersectionality has brought forward a new way of tackling discrimination and equality and diversity matters that is less segmented and more dynamic. The research applies the concept to the situation of women lawyers and judges in England and Wales, whose identity is multilayered. The study offers new perspectives for the understanding of exclusionary mechanisms in patriarchal professions, bypass strategies to escape them and resulting tensions. The centrality of law is made clear in the depiction of the role played by the European Union, anti-discrimination legislation and the recent reforms of the justice system. Traditions and binary reasoning – that seek to oppose merit and diversity for instance – are confronted to the complexity of the social realities they distort. In order to grapple with the multidimensional stakes of diversity, the career of women in the law is also looked at through the maternal wall. This illustration shows how entangled the various aspects taken into account by intersectionality can be and eventually leads to reflect on the changing dynamics that characterise identity and its perception. ; Le concept d'intersectionnalité permet d'envisager de manière dynamique et non segmentée les discriminations et les questions d'égalité et de diversité. Il est ici mis en œuvre pour analyser la situation des femmes avocates et juges en Angleterre et au pays de Galles, dont l'identité est plurielle. Cette étude offre de nouvelles perspectives en vue de la compréhension des mécanismes d'exclusion propres aux professions patriarcales, des stratégies qui en permettent le contournement, ainsi que des tensions qui en résultent. Une place importante est faite au droit, à travers une présentation de l'influence de l'Union européenne, de la législation visant à lutter contre les discriminations, et des récentes réformes de la justice anglo-galloise. Traditions et logiques binaires opposant par exemple le mérite à la diversité sont confrontées à la complexité des réalités sociales, dont ...

No período de 10 a 12 de julho de 2022, em Paris, França, foi realizada a Conferência Internacional "Feminismo, Direito e Cidadania" (Congrès International Féminisme, Droit et Citoyenneté / International Congresso on Feminism, Law and Citizenship), pela Universidade Paris 1 Panthéon Sorbonne e Universidade de Reading, juntamente com o Gender, Law and Society e Society Working Group of the Research Committee for the Sociology of Law (RCSL). A conferência explorou questões contemporâneas no campo do feminismo, direito e cidadania, abarcando trabalhos relacionados às seguintes perspectivas: democracia e ascensão do populismo; ativismo feminista; gênero e sexualidade; igualdade de gênero; interseccionalidade; direitos reprodutivos e justiça reprodutiva; direito das mulheres, dentre outras. As organizadoras do evento foram a Professora Rosemary Auchmuth e a Professora Alexandrine Guyard-Nedelec. Rosemary Auchmuty é Professora Emérita de Direito na Universidade de Reading (Reino Unido). Pioneira dos estudos das mulheres e dos estudos jurídicos feministas no ensino superior na Grã-Bretanha, Rosemary ensina direito imobiliário e escreve sobre sexualidade, casamento/sociedade civil, história jurídica feminista e abordagens feministas do direito em geral. Ela cofundou o Grupo de História Lésbica, em 1984, e escreveu dois livros sobre histórias escolares de meninas. Recentemente, ela editou Great Debates in Gender and Law (Palgrave, 2018) e coeditou Women's Legal Landmarks (Hart, 2018), ambos sem tradução para o português. As áreas de pesquisa de Rosemary Auchmuty são Sociologia do Direito, educação jurídica, profissões jurídicas, feminismo, direito imobiliário, casamento, história e biografia jurídica. Alexandrine Guyard-Nedelec é Professora Emérita de estudos da área britânica na Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne. Ela é especialista em discriminação de gênero e questões de interseccionalidade. Ela também se interessa por questões de tradução. Trabalha numa perspectiva interdisciplinar e pretende questionar a esfera jurídica britânica através do prisma do gênero. Coeditou os livros "My Body, My Rights!" Abortion under threat? (Paris, Mare et Martin, 2018) e 21st Century Feminisms: A Third Wave? (Rennes, PUR, 2017), ainda sem tradução para o português. Seus temas de pesquisa são gênero, identidade, discriminação, interseccionalidade, profissões jurídicas e Sociologia do Direito. Uma das entrevistadoras, Carolina Pereira Lins Mesquita, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e editora chefe da Revista Confluências, teve oportunidade de estar presente no evento e apresentar o trabalho "Me Too and the decisions: diary and analysis of the sexual crimes of the spiritual surgeon 'John of God". Foi a partir daí que surgiu a ideia de construir uma entrevista com as duas professoras, expoentes internacionais dos estudos sobre o feminismo, em conjunto com Thaís Henriques Dias, doutoranda em Ciências Jurídicas e Sociais pelo Programa de PósGraduação em Sociologia e Direito da Universidade Federal Fluminense (PPGSD/UFF), e de Clara Possebom Pinto, graduanda em Ciências Sociais na Universidade Federal do Paraná (UFPR), esta última na tradução das entrevistas para o Português.