Lideranças Kaingang no Brasil Meridional (1808 - 1889)
In: Pesquisas
In: Antropologia 56
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In: Pesquisas
In: Antropologia 56
In: Tellus, S. 35-55
O trabalho visa estudar os Kaingang como sujeitos históricos em relação à missão jesuítica, capuchinha e luterana, as quais, representando mecanismos da Frente de Expansão, penetraram sobre o mundo nativo. Neste sentido, temos entre 1845/1852, as tentativas de Missão Jesuítica com os Kaingang no Rio Grande do Sul. Logo a seguir, as Missões Capuchinhas atuaram, por volta de 1855/1895, com os Kaingang no Paraná, no período de 1888/1889 e 1902/1907, com os de São Paulo e, no decênio de 1903 a 1913, com os do Rio Grande do Sul. Entre 1900/1904, a Missão Luterana atuou com os Kaingang em territórios rio-grandenses. Em relação a estas missões, constatamos que os Kaingang, orquestrando os eventos pelos seus próprios parâmetros culturais, em algumas situações, aceitaram as negociações propostas pelos religiosos enquanto em outras, recorreram à guerra.
In: Fronteiras: journal of social, technological and environmental science, Band 8, Heft 3, S. 135-156
ISSN: 2238-8869
Os imigrantes italianos que chegaram a partir das últimas décadas do século XIX no Rio Grande do Sul e no Vale do Taquari são provenientes do norte da Itália e foram instalados na porção territorial entre os vales do Rio Caí e das Antas. O Vale do Taquari é uma região composta por 36 municípios, dividida em seis microrregiões e situada na porção centro-leste do Rio Grande do Sul. O objetivo deste trabalho é analisar a história ambiental dos imigrantes italianos e seus descendentes na região de colonização italiana no Vale do Taquari. A metodologia da pesquisa é qualitativa e os procedimentos metodológicos consistiram na revisão bibliográfica, pesquisa documental e de campo com famílias de descendência italiana. Os dados levantados e analisados demonstraram que a história ambiental deste grupo étnico acarretou impactos ao ambiente por meio da derrubada e queima da mata, diminuição de espécies animais e pela rotação dos cultivos.
In: Sociedade & natureza: revista do Departamento de Geografia da Universidade de Uberlândia, Band 29, Heft 2, S. 257-269
ISSN: 1982-4513
In: Tellus, S. 103-128
Os territórios das Bacias Hidrográficas do Taquari-Antas e Caí inserem-se no nordeste do Estado do Rio Grande do Sul. Foram formadas pelas movimentações de grupos indígenas, africanos escravizados, europeus e seus descendentes, compondo um mosaico étnico e cultural diversificado. O estudo tem como objetivo analisar as relações estabelecidas entre grupos distintos que se movimentaram pelo mesmo espaço no século XIX, em particular, envolvendo relações entre indígenas Kaingang e imigrantes holandeses. No século XIX, os espaços entre o planalto sul-rio-grandense e as Bacias Hidrográficas do Taquari-Antas e do Caí compreendiam parte do tradicional território Kaingang, cujo grupo passou a manter relações de conflito ou aliança com o elemento europeu a partir da introdução de colonos que compunham as frentes de expansão criadas pelo Estado Nacional Brasileiro. Os imigrantes holandeses, introduzidos na segunda metade do século XIX, compuseram parte das referidas frentes de expansão, sendo instalados em colônias em formação na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Nesse contexto colonizatório, ocorreram contatos interétnicos entre os referidos agentes históricos, cujas relações, na maior parte das vezes conflituosas, tiveram significados culturais distintos para cada um dos grupos.
In: Sociedade & natureza: revista do Departamento de Geografia da Universidade de Uberlândia, Band 24, Heft 3, S. 435-447
ISSN: 1982-4513
O presente trabalho versa sobre a história do grupo indígena Kaingang da Terra Indígena Linha Glória, localizada no município de Estrela, Vale do Taquari, Rio Grande do Sul, no que se refere às suas movimentações pelo tradicional território Kaingang. Por meio deste estudo, temos a intenção de mostrar que este grupo, apesar de ter permanecido fora das terras indígenas tomadas como oficiais pelo Estado Nacional, onde residem muitos de seus parentes, continuou a vivenciar práticas culturais da tradição Kaingang. O objetivo do estudo é também demonstrar que esses indígenas têm sido agentes de sua própria historicidade, e os sentidos pelos quais envolvem sua territorialidade têm a ver com a cosmologia tradicional Kaingang, que se constitui numa verdadeira riqueza cultural e patrimonial para o Vale do Taquari.
In: Novos cadernos NAEA: NCN, Band 21, Heft 3
ISSN: 2179-7536
O objetivo do artigo consiste em analisar os conflitos entre indígenas e colonizadores envolvendo o estabelecimento de sesmarias e fazendas em territórios da bacia hidrográfica do rio Taquari- Antas, na primeira metade do século XIX. Trata-se de um estudo qualitativo recorrendo à abordagem etno-histórica para a revisão bibliográfica e análise das fontes documentais encontradas no Arquivo Histórico e Público do Rio Grande do Sul. Inicialmente, apresenta-se o avanço da Frente de Expansão do Estado Nacional brasileiro em direção aos territórios da bacia hidrográfica do Taquari-Antas, por meio do estabelecimento de sesmarias e fazendas erguidas em tradicionais territórios dos indígenas Kaingang. Na sequência, analisam-se os conflitos ocorridos entre os Kaingang e os membros da frente de expansão ao longo das décadas de 1830 e 1840. Constatou-se que os conflitos ocorridos se deram em decorrência de lógicas culturais distintas entre os grupos envolvidos, pois, enquanto, para os Kaingang, os territórios e seus recursos eram concebidos como algo coletivo, para os colonizadores eram tomados como algo privado.
In: Tellus, S. 9-27
O território compreendido entre os atuais estados brasileiros de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e a Província de Misiones, na Argentina, pertence tradicionalmente ao povo Kaingang. Sempre fez parte da lógica Kaingang a movimentação pelo seu tradicional território a fim de desenvolver suas atividades de subsistência material e de reprodução social. A trajetória do grupo que atualmente constitui a Terra Indígena Jamã Tÿ Tãnh, localizada no município de Estrela, insere-se nessa lógica de movimentação espacial, através da qual existe uma relação de pertencimento com o espaço ocupado, na medida em que seus antepassados passaram pelo Vale do Taquari e, nesse espaço, deixaram as marcas de sua ocupação. O objetivo deste estudo será discutir os processos de territorialidade, sentidos e práticas pelos quais o grupo da Terra Indígena Jamã Tÿ Tãnh tem firmando sua relação de pertencimento com o atual espaço ocupado. Para tanto, o evento da duplicação da BR 386 que afeta diretamente o grupo em questão, trará importantes possibilidades de análise da questão estudada. Há toda uma relação de pertencimento dos Kaingang da Terra Indígena Jamã Tÿ Tãnh a essa região conhecida como Vale do Taquari, e o fato de ocuparem espaços em contextos urbanos e estabelecerem nele uma aldeia fixa não restringe suas tradicionais movimentações que sempre fizeram para satisfazer suas necessidades físicas e culturais. Palavras-chave: Kaingang; movimentação espacial; reconhecimento; territorialidade.