Agricultura de corte e queima e florestas tropicais em um mundo em mudança
In: Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi. Ciências humanas, Band 3, Heft 2
ISSN: 2178-2547
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In: Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi. Ciências humanas, Band 3, Heft 2
ISSN: 2178-2547
In: Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi. Ciências humanas, Band 12, Heft 3, S. 839-853
ISSN: 2178-2547
Resumo Neste artigo, tomamos como ponto de partida um estudo de caso etnoecológico, desenvolvido entre quilombolas, no Vale do Ribeira, São Paulo, para lançar algumas reflexões sobre como articular as proposições de Tim Ingold à pesquisa etnocientífica. A proposta teórica de Ingold conecta práxis, percepção e conhecimento do ambiente. Aqui, veremos que a proposta ingoldiana pode ser tomada como: (1) modelo interpretativo para padrões observados em repertórios etnobiológicos/etnoecológicos; (2) modelo hipotético passível de teste empírico; e (3) referencial teórico para análises dirigidas à gênese do conhecimento na práxis. Este último caso é particularmente significativo, pois nele o conhecimento é concebido fenomenologicamente, o que implica um registro qualitativo de sua manifestação, sendo mediado pelo método etnográfico. Por fim, ressaltamos o caráter incipiente do diálogo entre Ingold e o campo etnocientífico, que representa um desafio ainda maior no ambiente acadêmico brasileiro, onde as etnociências figuram mais como um ramo da biologia do que da antropologia, diferente de suas raízes históricas na Europa e nos EUA.
In: Ambiente & Sociedade, Band 18, Heft 4, S. 139-160
ISSN: 1414-753X
O conhecimento ecológico local (CEL) tem sido abordado em suas dimensões cognitivas, históricas e de interface com a ciência normativa. Para uma compreensão mais aprofundada das potencialidades presentes nos estudos sobre o CEL é imprescindível uma visão mais abrangente dos marcos teóricos que pontuaram a história das etnociências, notadamente da etnobiologia. Assim, o presente artigo traz uma síntese dos debates centrais na etnobiologia e dos seus desdobramentos em linhas de pesquisa correntes e também incipientes, sobretudo no Brasil. As transformações no CEL e as comparações deste com o conhecimento científico também são aqui abordadas. Também é desenvolvido o argumento de que, mais do que nas similaridades, são nas divergências entre esses conhecimentos que reside o maior potencial para se aprofundar no entendimento do CEL. Trazer à luz a parcela de seu repertório que lhe é particular alimenta novas hipóteses de interesse tanto etnoecológico quanto antropológico sobre seu processo de aquisição individual.
In: Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi. Ciências humanas, Band 9, Heft 1, S. 37-60
ISSN: 2178-2547
O cultivo da mandioca (Manihot esculenta Crantz) tem uma estreita relação com a formação do Brasil, especialmente com a agricultura familiar de pequena escala. Esta espécie ainda é muito importante na subsistência de milhões de pequenos agricultores no país - especialmente nas regiões setentrionais - e desempenha um papel significativo na dieta da população das áreas rurais. Apesar dessa importância histórica, o cultivo da mandioca por pequenos agricultores sofreu grandes transformações nos últimos dois séculos, inclusive um acentuado declínio, observado em algumas regiões de maior crescimento econômico, como aquela que abrange hoje o estado de São Paulo. Este artigo analisa o declínio e quase completo colapso do cultivo de mandioca na agricultura de pequena escala do estado de São Paulo, entre o século XVI e meados do XX, assim como os fatores socioeconômicos, culturais e ambientais que interagiram desde o século XVIII para formar esse cenário.
In: Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi. Ciências humanas, Band 3, Heft 2, S. 153-174
ISSN: 2178-2547
A agricultura de corte e queima é praticada há milhares de anos nas áreas florestadas do planeta, principalmente nas regiões tropicais. Sua prática envolve uma gama de técnicas que denotam seu caráter diversificado e itinerante, aproveitando o capital energético da floresta em recomposição. Muitos estudos atestam a sustentabilidade desses sistemas quando praticados tradicionalmente e sob baixas densidades populacionais, mantendo, ou mesmo, promovendo a biodiversidade local e garantindo a subsistência de muitas populações pobres rurais. No entanto, é crescente na literatura acadêmica e no debate político o papel que a agricultura de corte e queima vem desempenhando no desmatamento e demais impactos ambientais e socioeconômicos. Esse processo é conseqüência das mudanças no uso do solo, da intensificação agrícola e do aumento demográfico que, estão alterando as práticas e comprometendo a sustentabilidade desses sistemas agrícolas tradicionais. No rastro dessas preocupações, este estudo traz uma revisão do tema na literatura com os objetivos de traçar um panorama geral do que foi produzido até o momento, identificar as principais correntes teóricas envolvidas e apontar as alternativas propostas para sua manutenção.
In: Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi. Ciências humanas, Band 3, Heft 2, S. 227-252
ISSN: 2178-2547
Este estudo tem como objetivos caracterizar o perfil demográfico e socioeconômico de nove comunidades remanescentes de quilombos no vale do Ribeira, estado de São Paulo, e identificar os principais fatores responsáveis pelas mudanças recentes nos seus padrões de subsistência. Desde a formação das primeiras aglomerações de escravos libertos e foragidos no século XVIII, as relações estabelecidas entre estas populações com as cidades próximas e com o mercado regional têm vivenciado momentos de retração e de expansão, adaptando-se e ajustando-se a novas mudanças políticas e socioeconômicas. Nas últimas cinco décadas, o impacto de fatores externos na aceleração das mudanças nos padrões de subsistência locais parece ter tido um aumento significativo. Os resultados mostram que as restrições impostas pela legislação ambiental, os conflitos de terra, a construção de uma rodovia na região, a crescente inserção no mercado regional e a atuação de órgãos governamentais e não-governamentais de desenvolvimento são os principais fatores responsáveis pelas mudanças observadas no sistema agrícola de corte e queima e, conseqüentemente, na organização socioeconômica destas populações.
In: Ambiente & sociedade, Band 22
ISSN: 1809-4422
Abstract The channel of the Valo Grande (VG) in the Ribeira de Iguape River (São Paulo State, Brazil), inaugurated in 1852, is one of the largest environmental disasters in the Brazilian coast. This article presents a synthesis of the historical, ecological, geographic and sociopolitical dimensions involving the VG. The VG has promoted the ecosystem disrupting and the landscape reconfiguration of Cananéia-Iguape estuary-lagoon complex. Studies have also indicated that part of these environmental changes could be reversible, in the case of VG closure, which was determined by Brazilian jury at second instance in 2018. Such a decision, however, shall be accompanied by an extensive monitoring program aiming at the environmental and social effectiveness of this action in long-term. The VG question still remains unsolved, although more than 150 years have passed since its first impacts in the region. It is a unique case in Brazil, which this article seeks shed some light.