Resumo: Este artigo trata da implementação do Processo de Bolonha iniciado em 1998. Tal processo consiste em uma ampla reforma da educação superior na Europa. Após se examinar a trajetória de consolidação dos objetivos e as metas desse programa, é focalizada, privilegiadamente, a situação atual do ensino superior na Alemanha. São abordados três aspectos centrais: o processo de formulação de uma reforma de proporções continentais por meio das conferências e dos comunicados; as mudanças introduzidas na organização do ensino superior; e, por fim, a análise do processo de adoção do modelo Bolonha no sistema de ensino superior na Alemanha e os problemas e desafios dez anos depois.
O artigo analisa a dinâmica de transformações institucionais por que passam as universidades no Brasil e na Alemanha para que assumam papéis estratégicos em um contexto social, político e econômico caracterizado pela dinâmica da inovação. Reformas do sistema de ensino superior, tanto quanto projetos e estratégias institucionais são objetos de análise no trabalho. A Alemanha vem passando por um processo intenso de reforma do ensino superior com a implantação do projeto de Bolonha, no campo de produção da pesquisa científica e tecnológica e na relação com o mercado, com a implantação de vigorosos projetos de fomento e de direção da pesquisa acadêmica nacional. No Brasil, há enormes resistências históricas às mudanças. Predomina, ainda, um modelo de ensino superior pouco diversificado e com baixa relação com a indústria e o mercado, embora, nos últimos, tenham se multiplicado as iniciativas de apoio às transformações. Reformas sistêmicas e institucionais são analisadas à luz das peculiaridades históricas e sociais das relações entre universidade e sociedade nos dois países, focalizando dinâmicas mais contemporâneas.
Partindo das discussões sobre expansão e diversificação do ensino superior, este artigo analisa a relação entre a defesa de causas coletivas voltadas à questão racial e a atuação profissional, baseada na formação acadêmica no Rio Grande do Sul. Os objetivos consistem em examinar, por um lado, o peso da formação acadêmica e de outros recursos sociais para a ocupação de postos em movimentos e grupos voltados à defesa da questão racial. Por outro lado, apreender os princípios de identificação e os sentidos atribuídos à atuação profissional e a formação acadêmica. Este estudo demonstra que os princípios de identificação étnico-raciais e o engajamento militante são fundamentais para conformar novas percepções do título escolar.
Abstract The public debate, policy agents and stakeholders, and academic research brought to the center of the debate the issue of internationalization of higher education. Along with questions about what (and how) should be taught, the definition and measure of teaching and learning quality, the equity and diversification on Higher Education Institutions, a discussion emerges as to the meanings of internationalization trends and models in higher education. What does internationalization mean? Are there any measures or methodological parameters to assess it? What institutional models become dominant in the internationalization processes? Did internationalization increase the importance of science for the autonomy of academic institutions? Does knowledge diplomacy effectively contribute to institutional strengthening? Are there global and local policies and strategies for internationalization? How do they work? How do they connect to democratization of higher education? Which are the main agents in the internationalization processes - are they professors, researchers, staff, students, or other stakeholders? These questions form an entire research program. Some of them are already discussed in the dossier articles. Others are only outlined, indicating new directions for studies in this area.
Abstract In recent years, in Brazil, the theme of the internationalization of universities has become part of the agenda of academic leaders, main funding agencies and representative entities of public and private HEIs. This article aims to analyze the experience of HEIs and funding agencies in Brazil regarding the issue of internationalization. Starting from the process of traditional international academic cooperation, we seek to observe advances of Brazilian universities towards the definition of broader and more complex institutional strategies and objectives regarding internationalization. Drawing on concepts of the internationalization process, we briefly depict the main features of the Brazilian higher education and postgraduate system, analyzing cooperation and international influences within it. Then, we discuss the internationalization policies implemented by central government agencies and the involvement of HEIs in institutional internationalization actions. It is observed that the internationalization of Brazilian higher education system is still incipient and that HEIs are scarcely proactive in the development of institutional policies to receive and in leveraging the opportunities offered in the process.
The public debate, policy agents and stakeholders, and academic research brought to the center of the debate the issue of internationalization of higher education. Along with questions about what (and how) should be taught, the definition and measure of teaching and learning quality, the equity and diversification on Higher Education Institutions, a discussion emerges as to the meanings of internationalization trends and models in higher education. What does internationalization mean? Are there any measures or methodological parameters to assess it? What institutional models become dominant in the internationalization processes? Did internationalization increase the importance of science for the autonomy of academic institutions? Does knowledge diplomacy effectively contribute to institutional strengthening? Are there global and local policies and strategies for internationalization? How do they work? How do they connect to democratization of higher education? Which are the main agents in the internationalization processes: are they professors, researchers, staff, students, or other stakeholders? These questions form an entire research program. Some of them are already discussed in the dossier articles. Others are only outlined, indicating new directions for studies in this area. O debate público, os agentes políticos e a pesquisa acadêmica trouxeram para o centro do debate a questão da Internacionalização do Ensino Superior. Juntamente com perguntas sobre o que (e como) deve ser ensinado, a definição e a medida da qualidade do ensino e da aprendizagem, a equidade e diversificação nas instituições de Ensino Superior, emergem a discussão sobre os significados das tendências e modelos de internacionalização no ensino superior. O que significa Internacionalização? Existem medidas ou parâmetros metodológicos para avaliá-lo? Quais modelos institucionais se tornam dominantes nos processos de internacionalização? A internacionalização aumentou a importância da ciência para a autonomia das instituições acadêmicas? A diplomacia do conhecimento contribui efetivamente para o fortalecimento institucional? Existem políticas e estratégias globais e locais para internacionalização? Como eles funcionam? Como eles se conectam à democratização do ensino superior? Quais são os principais agentes nos processos de internacionalização: professores, pesquisadores, funcionários, estudantes ou outras partes interessadas? Essas perguntas formam um programa de pesquisa inteiro. Alguns deles já são discutidos nos artigos do dossiê. Outros são apenas delineados, indicando novas direções para estudos nessa área. ; The public debate, policy agents and stakeholders, and academic research brought to the center of the debate the issue of internationalization of higher education. Along with questions about what (and how) should be taught, the definition and measure of teaching and learning quality, the equity and diversification of Higher Education Institutions, a discussion emerges as to the meanings of internationalization trends and models in higher education. What does internationalization mean? Are there any measures or methodological parameters to assess it? What institutional models become dominant in the internationalization processes? Did internationalization increase the importance of science for the autonomy of academic institutions? Does knowledge diplomacy effectively contribute to institutional strengthening? Are there global and local policies and strategies for internationalization? How do they work? How do they connect to the democratization of higher education? Which are the main agents in the internationalization processes – are they professors, researchers, staff, students, or other stakeholders? These questions form an entire research program. Some of them are already discussed in the dossier articles. Others are only outlined, indicating new directions for studies in this area. O debate público, os agentes políticos e a pesquisa acadêmica trouxeram para o centro do debate a questão da internacionalização do ensino superior. Juntamente com perguntas sobre o que (e como) se deve ensinar, a definição e a medida da qualidade do ensino e da aprendizagem, a equidade e diversificação nas instituições de Ensino Superior, emerge a discussão sobre os significados das tendências e modelos de internacionalização no ensino superior. O que significa internacionalização? Existem medidas ou parâmetros metodológicos para avaliá-la? Quais modelos institucionais se tornam dominantes nos processos de internacionalização? A internacionalização aumentou a importância da ciência para a autonomia das instituições acadêmicas? A diplomacia do conhecimento contribui efetivamente para o fortalecimento institucional? Existem políticas e estratégias globais e locais para internacionalização? Como elas funcionam? Como elas se conectam à democratização do ensino superior? Quais são os principais agentes nos processos de internacionalização – são professores, pesquisadores, funcionários, estudantes ou outras partes interessadas? Essas perguntas formam um amplo programa de pesquisa e algumas delas já são discutidas nos artigos deste dossiê. Outras são apenas delineadas, indicando novas direções para estudos nessa área.
In recent years, in Brazil, the theme of the internationalization of universities has become part of the agenda of academic leaders, main funding agencies and representative entities of public and private HEIs. This article aims to analyze the experience of HEIs and funding agencies in Brazil regarding the issue of internationalization. Starting from the process of traditional international academic cooperation, we seek to observe advances of Brazilian universities towards the definition of broader and more complex institutional strategies and objectives regarding internationalization. Drawing on concepts of the internationalization process, we briefly depict the main features of the Brazilian higher education and postgraduate system, analyzing cooperation and international influences within it. Then, we discuss the internationalization policies implemented by central government agencies and the involvement of HEIs in institutional internationalization actions. It is observed that the internationalization of Brazilian higher education system is still incipient and that HEIs are scarcely proactive in the development of institutional policies to receive and in leveraging the opportunities offered in the process. Nos últimos anos, o tema da internacionalização das universidades passou a fazer parte, no Brasil, da agenda das lideranças acadêmicas, das principais agências de fomento e de entidades representativas das IES públicas e privadas. Este artigo visa a analisar a experiência das IES e das agências de fomento no Brasil com relação ao fenômeno da internacionalização. Partindo do processo iniciado com a tradicional cooperação acadêmica internacional, busca-se observar avanços das universidades brasileiras no sentido da definição de estratégias e objetivos institucionais mais abrangentes e complexos no tocante à internacionalização. Faz-se um esboço de conceituação do processo de internacionalização e um histórico resumido dos principais traços do nosso sistema de ensino superior e da pós-graduação, analisando a cooperação e as influências internacionais no Brasil. A seguir, trata-se, das políticas de internacionalização realizadas pelas agências do governo central e do envolvimento das IES com ações institucionais de internacionalização. Constata-se o caráter ainda incipiente da internacionalização do sistema de ensino superior brasileiro e a baixa proatividade das IES no desenvolvimento de políticas internas para recepção e aproveitamento das oportunidades oferecidas no processo.