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Lugares de terra e de água dos Kokama de Nova Aliança, Alto Solimões, Amazonas
In: Tellus, S. 59-87
O estudo teve por objetivo analisar os lugares de uso, conservação e os saberes relacionados às diferentes paisagens e à dinâmica espaço-temporal das espécies cultivadas na Aldeia Kokama Nova Aliança, município de Benjamin Constant, no Amazonas. Foi realizado um estudo de caso tendo como referencial teórico a dialética da complexidade. Nos agroecossistemas em Nova Aliança, ocorre uma associação recursiva com o sistema ambiental, e os saberes transmitidos são reproduzidos e reconstruídos geracionalmente por manifestarem o processo de acoplamento estrutural. Os moradores produzem e reproduzem a diversidade agrícola nos agroecossistemas para viabilizar a manutenção da unidade familiar. As formas de produção adotadas correspondem a sistemas integradores da agricultura aos diversos sistemas acessados. Isto, porque a organização dos agroecossistemas é representada pela conjunção dos ambientes terrestres e aquáticos. Estes agroecossistemas apresentam-se como um conjunto de expressões de conhecimentos e saberes diferenciados, resultantes das espécies cultivadas, do uso, manejo e conservação dos lugares de terra e de água. Por consequência, a experiência comum de vida dos Kokama é resultante, da cultura material e imaterial em sua prática viva nos agroecossistemas.
A Família nos Agroecossistemas Amazônicos: o caso do Complexo Ambiental Sacaí, Baixo rio Branco, Roraima, Brasil
In: Revista de economia e sociologia rural, Band 56, Heft 3, S. 501-516
ISSN: 1806-9479
Resumo: Este estudo teve por objetivo caracterizar a família no movimento de conservação da autopoiese da vida nos agroecossistemas do Complexo Ambiental Sacaí, Caracaraí, Roraima, Brasil. A estrutura teórico-metodológica teve como base o paradigma da complexidade sistêmica a partir da categoria de análise organização autopoiética familiar estruturada como meio para compreensão do real, a partir do desenho da pesquisa como estudo de múltiplos casos. Foram aplicadas técnicas como entrevistas com roteiro prévio, questionário censitário, diários de campo e fotografias. Participaram deste estudo 41 famílias. O artigo revelou a necessidade, desde a conservação dos autos dos sujeitos, o entendimento das estruturas organizacionais primárias nos sistemas ecológicos humanos, os quais não são padronizáveis nem replicáveis em sua totalidade. Os resultados apontam para o Complexo Ambiental Sacaí como fruto do processo recursivo da autopoiese, em que, ao mesmo tempo, assume organização de família nuclear, de família extensa troncal e de família extensa comunitária. Dessa forma, o Complexo Ambiental Sacaí, enquanto uma organização agroecossistêmica, assume como ponto de partida para a conservação da autopoiese, a múltipla possibilidade de (re)construção da vida desde a organização familiar.
Paisagens e etnoconhecimentos na agricultura Ticuna e Cocama no alto rio Solimões, Amazonas
In: Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi. Ciências humanas, Band 7, Heft 2, S. 397-416
ISSN: 2178-2547
As unidades de paisagem na agricultura dos povos Ticuna e Cocama, no alto rio Solimões, são caracterizadas por arranjos produtivos e formas de gestão dos recursos naturais. Caracterizar essas práticas de base agroecológica, os resultados paisagísticos e as possibilidades de sua aplicabilidade regional foram os objetivos dessa pesquisa, realizada em duas localidades: Novo Paraíso, na ilha do Bom Intento, e Nova Aliança, ambas no município de Benjamin Constant, Amazonas. A organização social e econômica dos povos Ticuna e Cocama é fundada no parentesco e na apropriação comunal dos recursos naturais existentes, incluindo os espaços para o extrativismo. As unidades familiares, apesar da fraca vinculação com o mercado e suas regras, têm na lógica da reciprocidade a motivação para a produção, a transmissão e o manejo dos recursos e dos fatores de produção. As paisagens são reconstruídas por meio da produção de base agroecológica, derivada do etnoconhecimento, e correspondem aos mecanismos inerentes ao processo de manejo e conservação da flora e fauna. Esse processo permite a existência de complexa imbricação de paisagens em constante modificação, nas quais formas de produção são recriadas para a suficiência e a sustentabilidade.