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O artigo discute o potencial de Brasília se inserir na rede mundial de cidades, considerando sua peculiar dinâmica socioeconômica. Consolida-se aqui, 54 anos após sua inauguração, uma cidade que vive constantes processos de mudança, mas que ainda se acha atrelada ao setor público, esfera que lhe dá sua identidade. A assimetria que se observa entre, de um lado, uma cidade racional que se rebate num desenho modernista e, de outro, uma cidade que cresce nas suas periferias de forma anárquica, reproduzindo modelos das demais cidades brasileiras, evidenciam uma estrutura social com enormes graus de desigualdade e de diferenciação. A dinâmica populacional do Distrito Federal e entorno ultrapassa cada vez mais as determinações e os estímulos oriundos do setor público, concentrados no seu Plano Piloto. Ao contextualizá-la na lógica contemporânea das cidades "globais", na tentativa de diversificar a fonte de investimentos, Brasília procura oferecer vantagens comparativas frente a outras metrópoles que com ela concorrem. Nesse sentido, o artigo defende que a capital vive hoje uma etapa original na sua evolução, mesmo se a incompatibilidade aparente entre sua função política, que de certa forma restringe suas potencialidades, e as forças de mercado, a levam a modificar sua natureza original.

Este texto reflete sobre a natureza das relações entre os jovens e a cidade, com um recorte que privilegia a esfera do consumo, dimensão essencial na construção identitária nesta etapa da vida. As reflexões partem de uma pesquisa feita em uma área específica do Distrito Federal, a cidade da Estrutural, uma das que compõem o espaço urbano da capital do País. Em se tratando de uma área pobre para os padrões locais, os jovens que ali moram são marcados por esta condição que, por um lado, deixa-os socialmente vulneráveis e, por outro, produz resistências que se manifestam no estilo de se comportar na vida cotidiana. Tem-se, neste caso, uma dupla determinação da posição social destes jovens: o local de moradia e as suas faixas etárias, ou seja, estigmatizados por um lado e vulneráveis pelo outro, criam uma forma de existência social particular, que nos auxiliam na compreensão dos vínculos sociais na cidade.

O presente artigo procura discutir aspectos da cultura do Plano Piloto de Brasília, ocupado em grande parte pelos funcionários públicos que aí trabalham e vivem. A partir da bibliografia que estuda o espaço urbano sob o enfoque sociológico, procuramos nas características da burocracia, enquanto categoria analítica, alguns elementos que nos auxiliem na compreensão dos aspectos gerais do habitante médio dessa área do Distrito Federal. No momento de sua construção e durante sua consolidação muitos dos que optaram pela cidade conseguiram se inserir na lógica social aí presente; hoje ela apresenta em termos gerais problemas sociais semelhantes aos das demais cidades do país, à exceção, justamente, do Plano Piloto. Desta forma, apesar de se apresentar aos olhos da nação como uma área de exceção, este Plano Piloto é, de fato, um excelente laboratório para compreender a relação entre urbanismo e práticas sociais, a partir de uma categoria sócioprofissional específica. PALAVRAS-CHAVE: Brasília, funcionalismo, urbanismo, planejamento urbano, classe média, burocracia. BRASÍLIA: problematizing the culture of a city state Brasilmar Ferreira Nunes This article discusses aspects of the culture of the Pilot Plan of Brasilia which is mostly peopled by public servants who work and live there. Starting from the bibliography witch studies the urban space under a sociological focus some elements which help in the understanding of several aspects of the Federal District have been searched in the characteristics of the bureaucracy as an analytical category. At the moment of its constitution and during its consolidation, many of those who opted for the city engaged themselves in the on-going logic. Today it presents, in general, social problems which are similar to those of the others cities of the country, except for the Pilot Plan itself. This way, spite the fact that it is presented to the nation as an area of exception, this same Pilot Plans, in fact, an excellent laboratory for the understanding of the relationships between urbanism and social practices, standing from a specific socio professional category. KEY WORDS: Brasilia, officials, urban planning, middle class, bureaucracy BRASÍLIA: la problématique de la culture d'une Ville-État Brasilmar Ferreira Nunes L'article discute quelques caracteristiques de la culture du "Plano Piloto" de Brasília, habité en sa grande majorité par les fonctionnaires publics qui y vivent et y habitent. Partant de la bibliographie qui étudie l'espace urbain dans la perspective sociologique, nous avons cherché dans les caracteristiques de la bureaucratie, en tant que catégorie analytique, quelques éléments pour nous aider dans la comprheénsion des caracteristiques generales de l'habitant moyen du District Federal. Pendant sa cons truction, et tout au long de sa consolidation, plusieurs de ceux qui ont choisi d´habiter dans la ville ont réussi à s'adapter dans la logique sociale y présént; aujourd'hui le District Federal présente en termes généraux des problémes sociaux semblables a ceux des autres villes du pays, à l'exception exactement du "Plano Piloto". Ainsi, en tant que ville exceptionnelle, le "Plano Piloto" est, en fact, un excellent laboratoire pour comprendre le rapport entre l'urbanisme et les pratiques sociales, à partir d'une categorie sócio-professionalle particulière. MOTS-CLÉS: Brasília, fonctionnaires publics, urbanisme, planification urbaine, classe moyenne, bureaucratie. Texto completo: Publicação Online da Caderno CRH: http://www.cadernocrh.ufba.br

Dans le Nordeste du Bresil, le contraste entre la modernisation de certains secteurs et espaces de production et le maintien de structures traditionnelles est particulierement important. Cette opposition cree dans l'espace regional des divisions dont l'auteur etudie dans cet article le sens et les implications economiques et sociales. Il signale egalement pourquoi l'industrialisation du Nordeste pose le probleme de l'assimilation d'une mutation imposee de l'exterieur et decrit l'utilisation que font de cette mutation les groupes traditionnels dominants