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RESUMO Este artigo, redigido no campo da história conceitual, examina a relação entre a escravidão negra e os três conceitos políticos fundamentais do liberalismo na Era das Revoluções: representação, cidadania e soberania. Seu propósito é avaliar o peso do escravismo na organização constitucional do poder público no Brasil depois da Independência de 1822. Embora diversos estudos tenham avaliado a importância da escravidão para as fundações políticas do Brasil, com foco ora na construção da unidade nacional, ora na opção pela monarquia, as relações conceituais entre escravidão e ordem constitucional ainda permanecem pouco exploradas na historiografia. Como a história constitucional de um país é sempre parte de uma história global do constitucionalismo, este artigo explora o problema procedendo a uma história conceitual comparada das experiências constituintes escravistas atlânticas em cinco espaços políticos: Estados Unidos (1787), França (1789-1791), Espanha (1810-1812), Portugal (1821-1822) e Brasil (1823-1824).

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This article examines the political impact of slave activism in Brazil and Cuba from 1790 to 1825, covering the period from the beginning of the Revolution of Saint-Domingue to the establishment of the Constitution of Brazil (1824) and the granting of absolute power to the captains general of Cuba (1825), in the immediate context of the end of the wars of independence on the continent. Instead of discussing and classifying the specific character of the different expressions of collective slave resistance in a typological order, this article tries to understand the effect of those actions on the macro-political dynamic of these two aspects by verifying to what extent they made up the political and institutional framework of slavery in Brazil and Cuba. ; El artículo examina el impacto político del activismo esclavo, en Brasil y Cuba, de 1790 a 1825, esto es, desde el inicio de la Revolución de Saint-Domingue al otorgamiento de la Constitución del Brasil (1824) y al decreto de facultades omnímodas para los capitanes generales de Cuba (1825), en el contexto inmediato del término de las guerras de independencia en el continente. En lugar de discutir y clasificar en un orden tipológico el carácter específico de las diversas expresiones de resistencia esclava colectiva, el artículo intenta comprender el efecto de esas acciones en la dinámica macropolítica de los dos espacios, verificando en qué medida aquéllas conformaron el cuadro político e institucional de la esclavitud en Brasil y en Cuba. [pt] O artigo examina o impacto político do ativismo escravo, no Brasil e Cuba, de 1790 a 1825, isto é, do início da Revolução de Saint-Domingue à outorga da Constituição do Brasil (1824) e à decretação das faculdades onímodas para os capitães generais de Cuba (1825), no contexto imediato do término das guerras de independência no continente. Ao invés de discutir e classificar em uma ordem tipológica o caráter específico das diversas expressões de resistência escrava coletiva, o artigo procura compreender o efeito dessas ações na dinâmica macro-política desses dois espaços, verificando em que medida elas conformaram o quadro político e institucional da escravidão no Brasil e em Cuba.

"In March 1812, while Napoleon's brother Joseph sat on the throne of Spain and the armies of France occupied much of the country, legislators elected from Spain and its overseas territories met in the Andalusian city of Cádiz. There, as the cornerstone of a government in exile, they drafted and adopted the first liberal constitution in the Hispanic world, a document that became known as the Cádiz Constitution of 1812. The 1812 Constitution was extremely influential in and beyond Europe, and this collection of essays explores how its enduring legacy not only shaped the history of state-building, elections, and municipal governance in Iberian America, but also affected national identities and citizenship as well as the development of race and gender in the region. A bold blueprint for governing a global, heterogeneous monarchy, the Constitution represented a rupture with Spain's Antiguo Regimen (Old Regime) in numerous ways-in the limits it placed on the previously autocratic Bourbon monarchs, in the admission to its governing bodies of deputies from Spain's American viceroyalties as equals, and in its framers' vociferous debate over the status of castas (those of mixed ancestry) and slaves. The Rise of Constitutional Government in the Iberian Atlantic World covers these issues and adopts a transatlantic perspective that recovers the voices of those who created a vibrant political culture accessible to commoners and elite alike. The bicentenary of the Constitution of 1812 offered scholars an excellent moment to reexamine the form and role of constitutions across the Spanish-speaking world. Constitutionalism remains a topic of intense debate in Latin America, while contemporary Spain itself continues to seek ways to balance a strong central government with centripetal forces in its regions, notably the Basque and Catalan provinces. The multifaceted essays compiled here by Scott Eastman and Natalia Sobrevilla Perea both shed new light on the early, liberal Hispanic societies and show how the legacies of those societies shape modern Spain and Latin America"--