Este trabalho tem o objetivo de analisar o processo de impeachment da presidenta do Brasil Dilma Rousseff, em 2016, a partir da circulação de falsos rumores políticos em redes sociais. A investigação compreende duas linhas principais: i) pensar como falsos rumores serviram para dar sustentação popular ao impeachment e desconstruir da imagem da presidenta e seu partido e ii) refletir sobre como as novas tecnologias da comunicação estão sendo apropriadas nas comunicações políticas cotidianas e na ação estratégica de coletividades políticas organizadas. A dinâmica de boatos é analisada a partir de duas perspectivas: i) por meio de sites de criam e que desmentem falsos rumores; ii) pelo mapeamento dos compartilhamentos desses rumores no Facebook. A primeira abordagem abarca a parte da produção de rumores políticos. Nesse sentido, mapeia sites de criação de notícias falsas no contexto do processo de impeachment, coletando e organizando os principais rumores que circularam pela internet. Já a segunda abordagem enfoca a esfera da circulação de rumores e notícias falsas, analisando o seu alcance e principais disseminadores.
Este trabalho busca adicionar o entretenimento às análises sobre a dimensão comunicativa da ascensão política de Jair Bolsonaro. Na primeira seção, dialogamos com a literatura sobre entretenimento e política, argumentando por sua pertinência e propondo a integração das abordagens que enfatizam mediação, lógica e celebridades. Na segunda seção, apresentamos um panorama sobre os dados coletados, que correspondem a 34 participações de Bolsonaro em programas de entretenimento da TV aberta de alcance nacional entre 2010 e 2018. Por fim, à luz dos dados, discutimos as hipóteses de que a inserção de Bolsonaro no entretenimento contribuiu para sua normalização e projeção. No primeiro sentido, pontuamos que o formato e recorrência dos programas abriu espaço para a normalização da imagem de Bolsonaro e seu discurso. No segundo, exploramos como a mudança de postura e foco de Bolsonaro ao longo dos programas contribuiu para sua projeção não só entre telespectadores, mas também nas redes sociais.
O objetivo deste artigo é examinar a dinâmica do debate nas plataformas de redes sociais sob a perspectiva da identidade e da ação coletiva. Mais especificamente, buscamos identificar quem foram os atores centrais no Twitter em torno do debate sobre duas paralisações de entregadores de aplicativo contra o regime e as condições de trabalho durante o período da pandemia (UberEats, iFood, Rappi, etc.) ocorridas a 1 e 25 de julho de 2020 no Brasil. Examinamos, além disso, se os perfis mais influentes protagonizaram a formação de comunidades em torno de sua interpretação sobre esse tema. Para isso, coletamos um total de 535.178 tweets publicados em dois episódios de manifestações dos trabalhadores, ocorridos entre junho e julho de 2020. A partir da análise temporal de clusters, identificamos o momento de entrada de cada comunidade no debate sobre o tema e discutimos como perfis de influenciadores, movimentos sociais, políticos e celebridades desempenharam funções centrais na mobilização de apoiadores e no engajamento público ligado às manifestações nas redes. Os resultados mostram que a mobilização social em ambientes digitais ocorre a partir de interações entre grupos com grande envolvimento com as causas defendidas e perfis de atuação mais efêmeros, cuja participação é fundamental para a promoção e divulgação dos atos. ; The purpose of this article is to examine the dynamics of the debate on social networking platforms from the perspective of collective identity and collective action concepts. More specifically, we seek to identify who are the central actors on Twitter in the debate about the two delivery app workers' strike against the work regime and working conditions during the pandemics (UberEats, iFood, Rappi, etc.) occurred on July 1 and 25, 2020, in Brazil. We also examined whether the most influential users played a role in the formation of communities around their interpretation of this topic. To do so, we collected 535,178 tweets published in two periods of workers' demonstrations, which occurred between June and July 2020. Based on temporal analysis of clusters, we identified the moment of entrance of each community on the debate and discussed how profiles of influencers, social movements, politicians, and celebrities on Twitter played central roles in mobilizing supporters and fostering public engagement linked to acts on the networks. The results show that social mobilization in digital environments occurs from interactions between groups with great involvement with the causes and profiles of more ephemeral performance, whose participation is fundamental for the promotion and dissemination of acts.
O objetivo deste artigo é examinar a dinâmica do debate nas plataformas de redes sociais sob a perspectiva da identidade e da ação coletiva. Mais especificamente, buscamos identificar quem foram os atores centrais no Twitter em torno do debate sobre duas paralisações de entregadores de aplicativo contra o regime e as condições de trabalho durante o período da pandemia (UberEats, iFood, Rappi, etc.) ocorridas a 1 e 25 de julho de 2020 no Brasil. Examinamos, além disso, se os perfis mais influentes protagonizaram a formação de comunidades em torno de sua interpretação sobre esse tema. Para isso, coletamos um total de 535.178 tweets publicados em dois episódios de manifestações dos trabalhadores, ocorridos entre junho e julho de 2020. A partir da análise temporal de clusters, identificamos o momento de entrada de cada comunidade no debate sobre o tema e discutimos como perfis de influenciadores, movimentos sociais, políticos e celebridades desempenharam funções centrais na mobilização de apoiadores e no engajamento público ligado às manifestações nas redes. Os resultados mostram que a mobilização social em ambientes digitais ocorre a partir de interações entre grupos com grande envolvimento com as causas defendidas e perfis de atuação mais efêmeros, cuja participação é fundamental para a promoção e divulgação dos atos. ; The purpose of this article is to examine the dynamics of the debate on social networking platforms from the perspective of collective identity and collective action concepts. More specifically, we seek to identify who are the central actors on Twitter in the debate about the two delivery app workers' strike against the work regime and working conditions during the pandemics (UberEats, iFood, Rappi, etc.) occurred on July 1 and 25, 2020, in Brazil. We also examined whether the most influential users played a role in the formation of communities around their interpretation of this topic. To do so, we collected 535,178 tweets published in two periods of workers' demonstrations, which occurred between June and July 2020. Based on temporal analysis of clusters, we identified the moment of entrance of each community on the debate and discussed how profiles of influencers, social movements, politicians, and celebrities on Twitter played central roles in mobilizing supporters and fostering public engagement linked to acts on the networks. The results show that social mobilization in digital environments occurs from interactions between groups with great involvement with the causes and profiles of more ephemeral performance, whose participation is fundamental for the promotion and dissemination of acts.