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Este texto ensaístico aborda alguns exemplos de medidas adotadas pelo governo que assumiu a Presidência da República no Brasil após a destituição da presidenta Dilma Rousseff, em 2016, apontando retrocessos institucionais no campo das políticas de igualdade de gênero, em um contexto de conservadorismo político e de riscos à efetividade de direitos sociais para as mulheres. Na última década, foram registrados avanços no combate às desigualdades de gênero e raciais, sobretudo através das políticas transversais impulsionadas pelas Secretarias Nacional de Políticas para as Mulheres (SPM) e de Promoção de Políticas da Igualdade Racial (SEPPIR) – posteriormente, reunidas no Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos –, que restaram prejudicadas em virtude da reforma ministerial, levada a cabo por Michel Temer, que alterou a organização administrativa do Estado, subjugando as competências e a estrutura das pastas específicas das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos para o Ministério interino da Justiça e Cidadania. Considerando o perfil conservador denotado desde a composição do governo provisório, notava-se a tendência de inferiorizar essas áreas temáticas, cuja evolução, tanto política quanto social, diziam respeito a uma conquista da sociedade brasileira. Observando tais movimentos, este ensaio comenta, sem pretensão científica, progressivos sinais de desmontes de direitos das mulheres e das políticas de igualdade de gênero, ao longo dos últimos dois anos, com perdas substantivas em relação ao período anterior e baixa expectativa de retorno diante do resultado das eleições de 2018.

De-democratization in contemporary Brazil : from 2015 to 2019 / Bernardo Bianchi, Jorge Chaloub and Patricia Rangel -- Initial observations on the Brazilian disaster / Antonio Negri -- Cycles of democracy and the racial issue in Brazil (1978-2019) / Flavia Rios -- Democratization and de-democratization in left-led Brazil : from 'low-conflict progressivism' to 'hyper-reactionary neoliberalism' / Barry Cannon -- The right and neo-golpismo in Latin America : a comparative reading of Honduras (2009), Paraguay (2012) and Brazil (2016) / Lorena Soler, Florencia Prego -- Corruption and neoliberalism in contemporary Brazil / Pedro Lima, Jorge Chaloub -- Bolsonaro and the current stage of the Brazilian social crisis : historical continuities as a backdrop for the present situation / Rômulo Lima -- The post-depressive constellation : from political effervescence to the rise of right-wing authoritarianism in Brazil / Arthur Bueno -- Paulo Freire's legacy and the ideological battle in Brazi / lBernardo Bianchi -- The urban crisis in Brazil : from the neodevelopmentalist experiment to the rise of Bolsonarismo / Erminia Maricato & Paolo Colosso -- De-democratization in Brazil and the new puzzle of women's political representation / Patricia Rangel, Eneida Dultra, and David McCoy -- Politics of devastation : remarks on de-democratization, indigenous peoples and the environment in contemporary Brazil / Ana Guggenheim Coutinho -- Politics and religion in contemporary Brazil : the neo-conservative turn in evangelical Christianity / Magali do Nascimento Cunha -- What is post-truth? : a tentative answer with Brazil as a case study / Ernesto Perini-Santos -- Psychiatric power : exclusion and segregation in the Brazilian mental health system / Marlon Miguel -- Post-face : a return to the past or a new beginning? : why the Brazilian case merits broader discussion? /Frieder Otto Wolf.

Con la investidura de Mauricio Macri como presidente de Argentina en 2015, se inició un ciclo electoral en América Latina que parecía poner fin a la llamada «marea rosa» de gobiernos progresistas de izquierdas que habían dominado la región desde principios del nuevo milenio. Hasta entonces, la izquierda había centrado mayoritariamente la atención académica, por lo que apenas existían trabajos sobre la derecha (algunas excepciones son Palau, 2010; Domínguez et al., 2011; Vonmaro y Moressi, 2015). Ha sido a partir de este giro electoral que han ido apareciendo trabajos con la derecha como objeto de estudio (véanse, por ejemplo, López Sagrera, 2016; Colombia Internacional, 2019 Luna y Rovira Kaltwasser, 2014; y, reseñados en este volumen, Cannon, 2016; Bohoslavsky et al., 2019). Sin embargo, la mayor parte de esta literatura adopta o bien una perspectiva principalmente política, centrándose sobre todo en las instituciones y los partidos políticos (a saber, Luna y Rovira Kaltwasser, 2014; Vonmaro y Moressi, 2015; Colombia Internacional, 2019), o bien sigue un enfoque más sociológico o histórico, enfatizando el papel de las autoridades de facto –la Iglesia, los medios de comunicación, las empresas (agrícolas e industriales) y el Ejército–, así como las influencias transnacionales, especialmente de los Estados Unidos (Domínguez et al., 2011; Cannon, 2016; Bohoslavsky et al., 2019.