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O artigo aborda a violência por arma de fogo cometida contra crianças e adolescentes na região sul do estado do Espírito Santo, tendo por objetivo desenvolver uma análise crítica e reflexiva respeito das expressões dessa forma de violência. Resulta de uma pesquisa documental realizada a partir de dados extraídos de boletins unificados do Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes) nos registros realizados no período de 2015 a 2017. Os resultados apontam índice crescente da violência por arma de fogo em municípios do sul do estado, incluindo pequenos municípios. Quanto às vítimas, os dados obtidos revelam que os adolescentes, em especial aqueles entre 16 e 17 anos, do sexo masculino, de cor parda e preta são as maiores vítimas da violência armada, com ferimentos na cabeça e tórax, tendo como elemento motivador o tráfico de drogas. Conclui-se que crianças e adolescentes encontram-se inseridos em processos sociais que potencializam a violência, na dinâmica desigual perversa que marca a sociedade brasileira, exacerbada pela sociabilidade do capital na sua atual organização produtiva e pela política neoliberal, em que o desmonte do Estado, a retração dos direitos sociais, a precarização do trabalho culmina na desproteção social de amplas parcelas da sociedade incluindo o segmento infanto-juvenil.