Este artigo apresenta algumas das alterações e consequentes desafios que se colocam actualmente ao ensino superior universitário, com destaque para os decorrentes do Processo de Bolonha e da sociedade da informação e da conhecimento, assinalam-se as implicações para o processo de ensino e aprendizagem, especificamente na modificação do papel do discente e na importância da formação pedagógica do docente.
A suposição de que o rendimento escolar pode situar-se muito abaixo das potencialidades dos alunos tem vindo a tomar corpo (v.g., Benet et ai., 1990). De facto, considerando diferentes níveis de ensino, inclusive o universitário, não parece ser possível explicar os desempenhos na aprendizagem tendo apenas em conta factores de ordem intelectual. A necessidade de investigar outras variáveis, tanto cognitivas como motivacionais, para esclarecer as diferenças de realização entre os alunos é, hoje em dia, amplamente aceite (Fontaine, 1990).
Relato de um período de nove meses trabalhando na Divisão Hispânica da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, com uma bolsa de estudos patrocinada pela Fundação Lampadia através de sua representante no Brasil, VITAE Apoio à Cultura, Educação e Promoção Social. Focaliza dados históricos, números do acervo, estrutura física e quadro de pessoal de uma das mais tradicionais instituições americanas, considerada a maior biblioteca do planeta. Dá a conhecer alguns tipos de projetos desenvolvidos enfatizando a importância da experiência anterior para o bom aproveitamento e crescimento profissional, possibilitando ainda o compartilhamento com os pares quando da volta ao país de origem.
A liderança surge como uma temática vastamente estudada nas várias publicações científicas nacionais e internacionais. Nesse sentido, importa averiguar se a liderança no feminino merece destaque idêntico. Objetivou-se analisar a produção científica publicada na biblioteca do conhecimento online (b-on) entre 2010 e 2017, inclusive. Para tal foram analisados 20 artigos, em resultado da limitação da pesquisa através das palavras-chave "liderança", "feminina" e "género". A maioria dos estudos revelaram-se descritivos, qualitativos, exploratórios e de cariz transversal, com a recolha de dados a ser efetuada através de entrevistas, e a análise de conteúdo como método de tratamento de informação. Os estudos focaram-se nas dificuldades de ascensão feminina a cargos de hierarquias superiores, bem como nas suas características e estilos de liderança. As amostras de estudo tipicamente consistiram em mulheres executivas, de diversos setores. Verifica-se um aumento das publicações nesta matéria; ainda assim, são propostas recomendações para futuras investigações.
Atualmente, os riscos psicossociais são reconhecidos por parte dos governos e instâncias nacionais, europeias e mundiais, como um dos maiores desafios para a saúde e segurança ocupacional, visto serem capazes de originar uma grave deterioração da saúde física e mental aos trabalhadores, acarretando consequências significativas para as organizações e para a sociedade. A necessidade de avaliação de riscos psicossociais surge num contexto de importantes transformações sociais, políticas, económicas e tecnológicas que têm impacto nas caraterísticas de trabalho e nas organizações do século XXI.
As empresas ou organizações têm um elemento comum: todas são constituídas por pessoas, que constituem o seu capital humano, a sua energia vital, assegurando a sua capacidade de transformação. Os meios técnicos e as infraestruturas são importantes, mas, em última análise, são as pessoas que levam a cabo os desenvolvimentos e as mudanças a favor das organizações para se adaptarem ao seu ambiente e se tornarem competitivas. O contexto atual globalizado ao nível da economia, tecnologia, mercado e recursos humanos, altamente competitivo, mais não fez do que reforçar o valor das pessoas, convertendo-as no elemento que, estando motivadas, empoderadas, e sob uma liderança dinamizadora, é capaz de potenciar a capacidade inovadora das empresas. É aí que nasce o empowerment, como ferramenta capaz de libertar o poder das pessoas, convertendo-as em parceiras da organização.
A Perturbação da Aprendizagem Específica com défice na leitura carateriza-se por um padrão de leitura em que se verifica, fundamentalmente, desde as primeiras fases de aprendizagem, uma grande dificuldade na identificação das palavras escritas. Sendo as competências de leitura e escrita essenciais para a aprendizagem e para o sucesso escolar, torna-se imperioso que o diagnóstico seja realizado atempadamente, de forma a proporcionar estratégias educativas adequadas, que aplicadas de forma sistemática e permanente, contribuirão para que os alunos com a perturbação em causa vejam facilitada a aprendizagem e o desenvolvimento do processo de leitura e de escrita. Consideramos que os pais e os professores de educação especial devem agir como uma equipa e encetar um trabalho conjunto e planeado, que permitirá incrementar atividades/estratégias que ajudarão a desenvolver a capacidade de autonomia e o sentido de responsabilidade dos alunos com Perturbação da Aprendizagem Específica com défice na leitura. A revisão da literatura efetuada aponta para a importância de uma intervenção especializada regular, com medidas educativas adequadas e com a colaboração dos pais/encarregados de educação.
O presente trabalho reporta todo um percurso civilizacional ancorado no desenvolvimento do professor. Na sequência deste estudo, foram retratados, numa perspetiva diacrónica, os vários contextos e as correntes educacionais que, em parte, assumem perenidade no pensamento e no agir atual. No entanto, a busca incessante do desenvolvimento da vida social destacou a figura do professor como o principal agente a quem são atribuídos inúmeros e diferentes papéis, progressivamente mais exigentes e complexos, em resultado da evolução da sociedade. Do reverenciado estatuto de transmissor dos saberes, ele ocupa, na atualidade, uma função multifacetada, que lhe exige uma postura de contínuo questionamento e autorreflexão da sua praxis, no sentido de responder da forma mais eficaz ao aspeto basilar que é o sucesso das aprendizagens dos alunos. Neste seguimento, procura-se dar uma visão do que foi a pedagogia ao longo dos tempos, nomeadamente, na antiguidade oriental, clássica e cristã; passando pela idade média, moderna e Iluminismo e, por fim, na idade contemporânea.
O equilíbrio entre a vida profissional e familiar é um dos grandes desafios dos países em desenvolvimento e uma das temáticas com maior destaque na União Europeia. A maioria dos estudos relacionados com a gestão dos papéis do trabalho e da família centram-se nos aspetos negativos desse balanço (conflito trabalho/família), menosprezando a exploração dos possíveis resultados positivos na gestão das funções no trabalho e na família (enriquecimento trabalho/família).
Os Cursos de Educação e Formação (CEF) surgiram como uma medida para o combate ao insucesso e ao abandono escolar, proporcionando aos jovens percursos escolares e de formação que facilitem a construção de projectos profissionais mais de acordo com os seus interesses e expectativas, possibilitando assim a conclusão da escolaridade obrigatória. O presente estudo foi realizado em 14 escolas dos 10 concelhos pertencentes à Região Douro Sul, em que foram inquiridos 235 professores e 544 alunos. Os resultados obtidos levaram-nos a concluir que os CEF são realmente uma resposta para o combate ao insucesso e abandono escolar nesta região, pois numa população de 601 alunos matriculados no ano lectivo de 2008/2009 e dos 544 alunos inquiridos, 260 (47.79%) responderam que se não frequentassem um CEF já teriam abandonado a escola e 503 (92.50%) afirmaram que os seus resultados escolares melhoraram com a frequência de um CEF.
A supervisão pedagógica é considerada, por muitos autores e legisladores, como uma mais-valia e um contributo imprescindível para o crescimento e (re)qualificação das organizações escolares, bem como para a melhoria contínua do serviço educativo que prestam. Assim, deverá ser encarada como uma ferramenta pedagógica ao serviço dos professores, ao longo de toda a sua carreira (formação contínua), bem como da organização escolar, promovendo, no seu interior, uma abordagem reflexiva e dialogante entre todos os atores educativos: escola aprendente. Os dados apresentados evidenciam que a supervisão deve ser concebida como um instrumento de formação ao longo da vida, que potencializa a inovação, a autonomia e o crescimento profissional dos professores, consubstanciada numa aprendizagem que, apesar de possuir uma vertente individual (autorreflexão, autoavaliação, autoformação,…), deverá focalizar-se num contexto coletivo de partilha de saberes, de experiências, de vivências, caminhando, desta forma, para a promoção de uma escola reflexiva e detentora de professores igualmente reflexivos. A Avaliação de Desempenho Docente (ADD) deve ser concebida como mais um processo de aprendizagem, de melhoria e de crescimento profissional, onde a supervisão surge como uma ferramenta ao serviço dessa melhoria e crescimento profissional.
Este artigo é o relato de um trabalho de investigação-ação realizado num Centro Escolar sobre o tema da indisciplina, uma das preocupações da comunidade educativa. Direcionámos a nossa lente para os comportamentos dos alunos no recreio escolar, com incidência para os dias de chuva. A indisciplina envolve atitudes e comportamentos que são considerados inadequados e inaceitáveis em relação ao momento, contexto ou expectativas. Para diminuir e/ou prevenir este fenómeno, devem ser identificadas as causas e estabelecidos programas sistemáticos de prevenção. Passa ainda pela participação de todos os agentes educativos, incluindo os alunos. Realizámos o diagnóstico a fim de refletirmos sobre o problema, fazendo uma análise dos dados recolhidos, através de observações documentais e naturais, bem como dos questionários aplicados a pessoal docente e não docente, que nos permitiram realizar uma triangulação dos dados. Foi elaborado e implementado um projeto na escola para ocupar de forma saudável os tempos livres, promovendo os valores e atitudes, a fim de minimizar e/ou prevenir os problemas de indisciplina. Pretendíamos ainda a discussão/reflexão compartilhada e a procura de soluções conjuntas. Os resultados foram positivos, com a diminuição da indisciplina e a melhoria do clima de escola, para as quais foi determinante o envolvimento da comunidade escolar e dos diferentes parceiros. Longe de ser um "receituário" com alternativas que venham a sanar o problema, o objetivo principal do projeto foi, antes de mais, promover a reflexão e análise do tema por parte dos envolvidos no processo educacional e dar início a um processo de mudança de atitudes dentro da escola.