This article goes prospecting for some of the main experiences of using e-participatory budgeting (e-PB) that occurred between 2001 and 2013. We used the snowball technique to map out these occurrences. The aim of the study was to contribute to a better understanding of how such e-PB relates to other e-participation projects, in terms of participants, activities and the possibility of using mixed methods (online/on location) to mitigate any digital exclusion. The results indicated that there were 170 e-PB initiatives operating in 101 locations, of which 139 were mixed initiatives. Contrary to what is suggested in literature on the subject, most of these e-PBs do not address decision-making processes directly, but instead deal with the suggestions and requests of citizens (e-requests). The conclusion was then that the addition of ICTs to the e-PBs did not necessarily lead to an improvement in such processes. Nevertheless, one can argue that e-PBs can indeed offer new avenues and questions of relevance to the study of e-participation. ; En este artículo se lleva a cabo una prospección de las principales experiencias de presupuestos participativos electrónicos (e-PPs) realizadas entre 2001 y 2013. Le metodología para encuentro de los casos es la técnica "bola de nieve". El estudio trata de dar su opinión sobre cómo los e-PPs se relacionan con otros proyectos de e-participación, lo que se refiere a participantes, actividades y la posibilidad de usar métodos mixtos (online/presencial) para mitigar la brecha digital. Los resultados indican que hay 170 iniciativas de e-PPs en 101 lugares, con 139 iniciativas mixtas. Contrariamente a lo que dice la literatura, una parte significativa de los e-PPs no se refiere directamente a decisión política, pero a las sugerencias y peticiones (e- Solicitud). Se concluye que la adición de TICs para PPS no ha conducido necesariamente a una mejora de tales procesos. Sin embargo, se argumenta que e-PPs pueden ofrecer nuevas vías y cuestiones para estudios de e-participación. ; Este artigo realiza uma prospecção das principais experiências de orçamentos participativos eletrônicos (e-OPs) realizadas entre 2001 e 2013. Foi utilizada a técnica "bola de neve" para mapear as principais ocorrências. O estudo visa contribuir para a compreensão de como os e-OPs se relacionam a outros projetos de e-participação, no que tange a participantes, atividades e a possibilidade de uso de métodos mistos (online/presencial) para mitigar a exclusão digital. Os resultados indicam a existência de 170 iniciativas de e-OPs em 101 localidades, sendo 139 iniciativas mistas. Ao contrário do que é apontado pela literatura, significativa parte dos e-OPs não concerne à decisão política diretamente, mas sim ao envio de sugestões e solicitações pelos cidadãos (e-Solicitação). Conclui-se que a adição de TICs aos OPs não levou, necessariamente, a uma melhoria de tais processos. No entanto, defende-se que e-OPs podem oferecer novos caminhos e questões para os estudos de e-participação.
O artigo busca apresentar os resultados de uma prospecção, que buscou levantar todas as iniciativas pertinentes de Democracia Digital no Brasil. No artigo, são discutidos os resultados (N = 115) dos poderes Executivos e Legislativos nos três níveis existentes (municipal, estadual e federal). Estes projetos proeminentes são posteriormente classificados conforme 7 categorias (Monitoramento de contas, obras e políticas; Acompanhamento dos representantes, Informação e educação para a cidadania, Expressão de reivindicação civil, Participação Política, Deliberação), que visam permitir uma maior visualização de concentração ou ausência de iniciativas em certas áreas. De tal levantamento, é possível se concluir: 1) os projetos de Democracia Digital ainda são poucos e não se tratam de orientações amplas do Estado, mas iniciativas de instituições ou indivíduos; logo 2) a maior parte dos projetos ainda são insipientes e não há garantias de sua manutenção; porém, 3) há iniciativas extremamente relevantes e inovadoras no Brasil e 4) é possível se afirmar que há uma evolução nos projetos de Democracia Digital, especialmente nos quesitos de transparência e informação.
Este artigo almeja fazer uma breve revisão da literatura sobre internet e política. Primeiramente, apresentamos o discurso triunfalista que previa que as ferramentas digitais poderiam solucionar os mais diversos déficits da democracia. Depois, apresentamos a literatura apocalíptica que tentou provar que a rede não só não oferecia os ganhos defendidos pelos otimistas, mas também poderia acarretar em outros males para a sociedade. Finalmente, proporcionamos a linha – a nosso ver – ponderada que busca enxergar a internet não como meio, mas como ferramenta que pode ser utilizada em determinadas situações para avançar valores democráticos. Admitimos, entretanto, que sua presença altera os processos políticos pelas diversas novas possibilidades que esse instrumento acarreta.
O objetivo deste artigo é analisar o ambiente institucional e a capacidade de interferência sobre o processo decisório governamental do Gabinete Digital – experiência de democracia digital desenvolvida no estado do Rio Grande do Sul entre 2011 e 2014 – de modo a contribuir com o debate a respeito da avaliação de iniciativas de democracia digital no Brasil. Para tanto, optou - se por uma abordagem sistêmica ao objeto, ao mesmo tempo em que foram analisados alguns dos aspectos que caracterizaram a instituição participativa em questão. A mobilização institucional, a transversalidade de temas e a adesão do corpo de servidores são destacadas a fim de se avaliar até que ponto a experiência obteve êxito em movimentar o aparato estatal para assegurar efetividade aos processos de participação.
A partir da ideia de que alguns ambientes não especializados da Internet podem se constituir em espaços de discussão política frequentados por cidadãos comuns, este artigo apresenta os resultados do estudo de caso da campanha "Pequenas Corrupções – Diga Não!". A pesquisa tem por objetivo descobrir em que medida essa iniciativa digital do governo brasileiro promoveu discussões no Facebook e com quais características se deram essas conversações. O conjunto de achados indicou que a campanha gerou muito engajamento e pouca discussão e que a discordância esteve presente em apenas um em cada cinco comentários, o que sugere a pouca heterogeneidade de visões entre os usuários da página da CGU no Facebook.
In: Dispositiva: revista do Programa de Pós-graduação em Comunicação Social, Faculdade de Comunicação e Artes da PUC Minas, Volume 9, Issue 16, p. 27-49
O objetivo da pesquisa é analisar a perspectiva da Retórica em vídeos em formato de vlog de youtubers alinhados à Nova Direita no Brasil, que trataram da pandemia da COVID-19 e reflexos dela na política nacional. Foram selecionados dez vídeos, analisados a partir da Análise de Conteúdo com elementos da Análise Retórica. Objetiva-se compreender a construção e a intenção persuasiva do conteúdo, identificando argumentos comuns e como eles são empregados. Como resultado inicial, nota-se que as estratégias argumentativas são dispersas, do apontamento de inimigos à defesa de medidas tomadas pelo governo.
As redes sociais online, em especial o Facebook, plataforma observada nessa pesquisa, têm se apresentado como arenas de fomento ao ódio e incitação a violência. O objetivo desse trabalho e? analisar as pra?ticas de discurso de o?dio que se con guraram nos per s o ciais das senadoras da Repu?blica entre os dias 27 de Agosto e 03 de setembro - espaço temporal que abarca a conclusão do processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff. Para isso, utilizamos de abordagem qualitativa e quantitativa, com viés teórico-metodológico de análise de conteúdo em Mídias Sociais. A coleta de postagens e comentários foi realizada pelo software Netvizz e o universo de nido por palavras-chave. Um aplicativo, desenvolvido especialmente para a pesquisa, ltrou e organizou os posts e comments, codi cando automaticamente 7 (sete) das 15 (quinze) variáveis propostas. Espera-se que as ana?lises e discussões geradas pelo trabalho possam contribuir com os estudos de discurso de o?dio nas Mídias Sociais e encorajar futuras pesquisas de maior alcance.
The article presents the results of a research on the coverage of the impeachment process of President Dilma Rousseff between December 2015, when the process was opened in the Chamber of Deputies, and August 2016, when she was definitively dismissed by the Federal Senate. We analyzed 2,202 news articles published by the newspapers O Globo, Folha de S. Paulo and O Estado de S. Paulo for the methodological perspective of the multimodal framework, which considers the textual, visual and narrative aspects of the news. The data allow us to verify that there has been a slightly superior editorial orientation to a pro-impeachment position, but this can only be affirmed by joining the three modes of framing, since the news text followed the pragmatic coverage pattern. We argue that this pattern eventually normalized impeachment as a legitimate process, by depoliticizing it and by erasing the aspects that evidence it as a parliamentary coup. ; O artigo apresenta resultados de uma pesquisa sobre a cobertura jornalística do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, entre dezembro de 2015, quando foi aberto o processo na Câmara dos Deputados, e agosto de 2016, quando ela foi afastada definitivamente pelo Senado Federal. Foram analisadas 2.202 notícias publicadas pelos jornais O Globo, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo pela perspectiva metodológica do enquadramento multimodal, que considera os aspectos textuais, visuais e narrativos das notícias. Os dados permitem verificar que houve uma orientação editorial ligeiramente superior para uma posição pró-impeachment, mas isso só pode ser afirmado na junção dos três modos do enquadramento, uma vez que o texto das notícias seguiu o padrão de cobertura pragmática. Argumentamos que esse padrão acabou por normalizar o impeachment como processo legítimo, despolitizando-o e apagando os aspectos que o evidenciam como golpe parlamentar.
Defendemos neste artigo a utilização da análise de enquadramento multimodal para a compreensão da cobertura jornalística, pois somente uma análise sistemática dos diferentes modos comunicativos da notícia – imagem, narrativa e frame - pode aproximar o pesquisador da imagem geral construída pelo noticiário. Este artigo traz um primeiro exercício analítico sobre parte de um corpus de uma pesquisa em andamento sobre o impeachment de Dilma Rousseff, composto por 187 notícias do jornal O Globo e 131 da Folha de S. Paulo. Foi possível perceber que a cobertura dos dois jornais privilegiou um enquadramento do processo de impeachment como um fato ordinário da política nacional, como mera disputa política entre grupos rivais, sem oferecer interpretações para além do protocolo básico da redação da notícia.
O artigo tem como objetivo analisar o posicionamento do jornal El País, em seus editoriais, sobre o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Para a investigação, foi constituído um corpus formado por nove editoriais publicados entre 1o de dezembro de 2015 e 31 de agosto de 2016, período que compreende entre a aceitação da denúncia pela Câmara dos Deputados e o afastamento em definitivo pelo Senado. A metodologia adotada para o desenvolvimento do trabalho foi a Análise de Conteúdo, que foi guiada pelos conceitos de enquadramento e jornalismo cínico. A pesquisa constatou que o El País apresentou a destituição como um processo irregular e um fato essencialmente negativo para o país.
Este artigo apresenta os resultados de um experimento conduzido entre setembro de 2014 e julho de 2015 para verificar a responsividade dos parlamentares brasileiros a questões enviadas por cidadãos, sob distintas condições. Para isso, foram enviadas quatro rodadas de mensagens, ao longo do período, aos 513 deputados federais, controlando os incentivos. Testamos três fatores: a) o conteúdo da mensagem (potencial eleitor versus uma questão sobre votação de projeto de lei em plenário); b) o período em que a mensagem foi enviada (eleitoral e não eleitoral); c) a plataforma por meio da qual a mensagem foi enviada (e-mail e mídias sociais). Em geral, a taxa de respostas é muito pequena, indicando a baixa responsividade digital dos parlamentares brasileiros. O modelo de regressão logística demonstra que "período eleitoral" não exerce grande influência, que "incentivos do conteúdo da mensagem" aumentam em dez vezes a probabilidade de resposta e que "mensagens enviadas via mídias sociais" aumentam em nove vezes a probabilidade de resposta. Discutimos os resultados sob a luz da teoria dos incentivos políticos e da ampliação das possibilidades de accountability trazidas pelas ferramentas de comunicação política online. Acreditamos que a pesquisa abre caminho para futuras abordagens experimentais nessa seara.
Resumo O objetivo deste artigo é analisar a área de I&P no Brasil. Para isso, levantamos 526 artigos apresentados em 11 eventos das áreas de sociologia, ciência política e comunicação social realizados no período de 2000 a 2014. A metodologia baseou-se em uma análise de conteúdo com o intuito de levantar os principais autores, centros de pesquisa, objetos político e tecnológico, abordagens teóricas, métodos, técnicas e áreas de abrangência dos artigos apresentados. Por um lado, os resultados indicam inúmeras concentrações e disparidades em relação a autores, instituições e estados envolvidos na pesquisa. Por outro, há evidências de maior consolidação e amadurecimento da área, que está focada em objetos mais específicos e apresenta um crescimento dos estudos empíricos. Por fim, argumenta-se por quê, neste momento, I&P aparenta ser mais uma temática interdisciplinar do que um campo de pesquisa.