O Colégio Jesuíta no contexto do século XVI: formação de um novo homem
In: Esboços: revista do Programa de Pós-Graduação em História da UFSC, Band 24, Heft 37, S. 167
ISSN: 2175-7976
A partir do século XVI, os colégios religiosos iniciam a sua tentativa de formar mestres e discípulos dentro do ideário religioso preconizado e dentro de uma lógica contrarreformista. A Companhia de Jesus foi uma das Ordens que mais apostou no ensino, defendendo que a educação do jovem podia promover uma nova sociedade católica. Assim, a Ordem recorreu, como estratégia de evangelização, a utilização de instrumentos normativos e homogeneizadores, tais como a RatioStudiorum, ou o uso do modus parisiensis. De acordo com Durkheim (1955), cada sociedade constrói um modelo de homem ideal, quer do ponto de vista intelectual, quer do ponto de vista físico e moral. Esse ideal, ao mesmo tempo uno e diverso, constitui a parte básica da instrução. Este artigo mostra como o colégio jesuíta inculcou normas civilizadoras, de acordo com as teorias de Norbert Elias, de forma a intervir na sociedade do seu tempo e a moldar o caráter ideal de um novo homem.