Resumo Este artigo visa analisar o fenômeno da política institucional que vem ganhado crescente visibilidade no Brasil contemporâneo: as candidaturas eleitorais de LGBT. O texto está organizado em três partes: na primeira, explora-se o debate acadêmico sobre o campo político institucional, com especial ênfase nos partidos políticos, nas eleições e no recrutamento eleitoral no Brasil pós-redemocratização. Na segunda parte, analisa-se as relações e as tensões entre ativistas homossexuais e os partidos políticos de esquerda (principalmente com o PT), desde o surgimento do movimento político de homossexuais, no fim da década de 1970, até a administração de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011). Na terceira parte, investiga-se o perfil dos(as) candidatos(as) pró-direitos LGBT. Para tanto, usa-se informações dos(as) candidatos(as) assumidamente LGBT e/ou aliados(as) que assumiram o compromisso com os direitos LGBT de acordo com a ABGLT nas últimas eleições (2002, 2004, 2008 e 2012). Os dados dos(as) candidatos(as) foram coletados no site do TSE e organizados em um banco de dados em formato SPSS.
Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa sobre a gestão de políticas públicas de promoção da cidadania de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) no estado de Pernambuco. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com gestores estaduais e municipais da política LGBT. Nossos dados apontam que esses gestores são, em sua maioria, homens autoidentificados como gays e que possuem uma trajetória pregressa de ativismo no Movimento LGBT. Suas atividades na gestão local e estadual centraram-se em campanhas de sensibilização e formação para servidores e a população em geral. Dentre os principais desafios apontados estão a fraqueza organizacional da política LGBT, a ausência de recursos financeiros e humanos, a homofobia institucional, o lugar "marginal" ocupado na estrutura da administração pública, além das tensões com o Movimento LGBT.
O presente texto propõe uma revisão da bibliografia acadêmica produzida no âmbito das ciências sociais brasileiras sobre as instituições participativas (IPs) engajadas na promoção da equidade de gênero e da diversidade sexual. A partir de três eixos analíticos (estrutura de oportunidades políticas facilitadoras da participação lato senso; tipos de efetividade das instituições participativas e principais entraves à participação e à efetividade das instituições participativas), o texto explora as experiências de participação social com foco nas temáticas de gênero e diversidade sexual identificando os traços comuns a outras experiências de participação social, sem deixar de lado suas "especificidades". Os trabalhos analisados, a despeito das suas diferentes filiações teórico-metodológicas, são unânimes em identificar a expansão das experiências de participação social vinculadas a temáticas de gênero e diversidade sexual particularmente na última década (que englobam os dois governos do presidente Lula) no Brasil. Dentre os entraves destacam-se a baixa incidência da sociedade civil na definição, implementação e monitoramento das políticas públicas, o limitado impacto da participação social na conformação da agenda legislativa e a presença irrisória de mulheres e LGBT nas instâncias representativas e de decisão.