Memória, oralidade e realismo fantástico: a tumba de Leo Kopp no Cemitério Central de Bogotá
In: Revista Observatório, Band 2, Heft 1, S. 24-53
Um dos temas mais sutis presente no panorama da cultura em tempos de globalização versa sobre o impacto da América Latina como polo gerador de conhecimento autêntico, com contornos próprios. Tal enunciado remete ao prestígio dos argumentos originais que caracterizariam a cultura local, latino-americana, lato sensu, pois afinal pergunta-se: pode-se falar de um modo cultural latino-americano? Caso afirmativo, de que matéria teria se constituído? Haveria unidade nas manifestações expressas pela cultura cunhada pelo padrão europeu? Nesta linha, situações específicas, como o caso colombiano, teriam relação direta com dinâmicas culturais vizinhas, mais amplas? Pensando nas sementes que fertilizam tais questionamentos -esboçados no passado, desde o peruano José Carlos Mariategui (1894-1930)- chega-se a Leopoldo Zea (1912-2004), pensador mexicano que mexeu de maneira decisiva com ideias estabelecidas sobre a projeção das antigas metrópoles europeias "criadas" nas colônias da América Latina.