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Este livro se propõe a análise comparativa das experiências governativas de Lula (2003/2010) e Evo Morales (2006/2012), tendo como referência teórica os conceitos de Legitimidade, segundo Max Weber, e Hegemonia, segundo Antonio Gramsci. No contexto dos movimentos expansivos - e destrutivos - do capital transnacional, da hegemonia neoliberal globalizada, da reestruturação produtiva, da orfandade política de alternativas societárias para além do capital, da cultura pós-moderna e da contração democrática no mundo, este livro propõe-se a compreender as bases da legitimidade social dos governos Lula e Evo Morales; especialmente quando confrontadas as realizações governativas frente as expectativas neles depositadas, em razão das trajetórias polí­ticas de ambos primeiros-mandatários e seus respectivos partidos. Neste sentido, a consideração das polí­ticas de governo e da atuação parlamentar do partido governante foi necessária para dimensionar as bases sociais da legitimidade, da mesma forma que a consideração das manifestações de recolhimento e/ou enfrentamento que as organizações coletivas materializaram no perí­odo, inclusive a luz das opiniões de importantes lideranças sociais e parlamentares entrevistados, em ambos os paí­ses. (EdUFMT/ Ministério da Educacao Universidade Federal de Mato Grosso)

Refletir sobre Legitimidade, suas complexidades e dimensões é o desafio desse artigo. Não restrito à análise das relações institucionalizadas, o conceito é utilizado em várias áreas de conhecimento, como Direito e Ciência Política, objeto deste artigo. Utilizando-se do método dialético, esta reflexão ampara-se na contribuição de Max Weber, a partir do qual a Legitimidade adquire identidade própria frente à Legalidade. A partir do alcance e qualidade conceitual de Weber, destaca-se o transbordamento da legitimidade para além das esferas de dominação burocráticas/institucionais, alcançando o conjunto das relações societárias. Afinal, se aquele que detém a prerrogativa de atribuir legitimidade (ou não) à determinada relação é quem está na condição subalterna da relação, explicitam-se tipos de legitimidade de natureza distinta. Como resultado, este artigo propõe uma subdivisão funcional do conceito Legitimidade: Convencional e Conjuntural.