Depoimento do professor Félix Alexandre Antunes Soares, ex-coordenador do CEP/UFSM, acerca da implantação da Plataforma Brasil no Comitê de Ética em Pesquisa da UFSM.
Como parte integrante de uma pesquisa-ação que investiga a contribuição de oficinas pedagógicas sobre a promoção da saúde na formação docente continuada, este trabalho tem como objetivo analisar o desenvolvimento de estratégias de ensino e aprendizagem contextualizadas com o tema promoção da saúde, a partir da percepção dos professores. Participaram quatorze professoras de diversas áreas dos últimos anos do ensino fundamental de uma escola pública no interior do RS. Para registro de dados, foram utilizados o diário de campo e um questionário online com questões abertas. Como estratégias de ensino e aprendizagem, as docentes desenvolveram três projetos de aprendizagem individuais e um coletivo. Observaram que a contextualização do tema favoreceu o processo de ensino e aprendizagem e a mudança de hábitos em relação à saúde. A principal dificuldade encontrada durante a realização dos projetos foi o tempo restrito, em relação às outras demandas escolares. Consideram que o trabalho interdisciplinar por projetos enriquece a compreensão das relações entre os conteúdos, as interações e relações interpessoais, apesar de apresentar alguns entraves. Por fim, avaliaram as intervenções de pesquisa como positivas em relação às contribuições ao trabalho docente, à cooperação dos pesquisadores e às contribuições aos alunos e à escola.
A sexualidade se manifesta com mais intensidade na adolescência, fase em que há transformações intensas. Na escola, faltam espaços de discussão sobre a temática. Pretendeu-se compreender os aspectos psicossociais da sexualidade de adolescentes, revelados através do desenvolvimento de oficinas. Tratase de estudo qualitativo, baseado na pesquisa-ação e na metodologia da problematização, realizado em uma escola pública do município de Juazeiro/BA, através da oficina crítico-emancipatória "Diz aí, professor, pois quero curtir a vida!", com adolescentes do Ensino Fundamental II e Médio. Os resultados indicam que muitos adolescentes têm receio de conversar com a família por acreditarem que serão repreendidos, bem como têm pouco conhecimento sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis e sobre direitos sexuais e reprodutivos. A homossexualidade foi o tema mais polêmico e com opiniões divergentes. Logo, percebe-se a necessidade de enfatizar a educação sexual e reprodutiva nas escolas, abordando o tema de forma alternativa ao modelo tradicional. Os tabus, as crenças e os mitos referentes à sexualidade na adolescência precisam ser discutidos por meio de estratégias que reconheçam os adolescentes como atuantes. Além disso, é importante uma aprendizagem mais reflexiva, com princípios mais humanos, no que concerne à sexualidade, diminuindo o estigma, a discriminação e a violência na sociedade.