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Neste artigo, discute-se a proposta de Pires e Costa (1995, 2000) segundo a qual a economia brasileira no período escravista teria estado sujeita a uma forma específica do capital: o capital escravista-mercantil. Ela permite a superação da dicotomia entre o modelo interpretativo do Sentido da Colonização, proposto originalmente por Caio Prado Júnior, e o modelo do Arcaísmo como Projeto, proposto por Fragoso e Florentino (2001). O primeiro, por retratar a sociedade colonial como uma projeção imediata da expansão comercial européia, tem enfrentado dificuldades em acomodar as recentes evidências empíricas de que a economia colonial podia apresentar uma relativa autonomia, realizando acumulação endógena. O segundo, ao tentar de forma explícita acomodar essas evidências, acaba recusando a existência de um sentido da colonização tal como originalmente formulado. Para explicitar como o modelo do capital escravista-mercantil supera esse dilema, apresentamos uma analogia com o desenvolvimento da teoria do valor de Marx em O Capital.

Brazil has the most populous and biodiverse semi-arid region in the world (Brazilian Semi-arid - SAB). However, in recent decades, clusters of desertification have emerged, a problem that could intensify from climate change. The objective of this study was to elaborate on the spatial distribution of areas susceptible to climatic desertification in the SAB, considering future climate change scenarios. Understanding this dynamic is essential for SAB's agri-environmental management. Aridity indices and proposition of climate classes for current condition (1970-2000) and future scenarios (2061-2080) of the Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) were prepared, considering scenarios from Shared Socioeconomic Pathways: Optimistic (SSP 126) and pessimists (SSP 585). The results indicate that by the end of the century, the climate in the SAB should become significantly drier (Kruskal-Wallis = p-value < 0.05), with an intensification of the aridity index in SSP 585. In the scenarios, the expansion of more arid areas over humid climates could reach 56,500 km² (10%) in SSP 126 and 140,400 km² (24%) in SSP 585. Consequently, areas with high (622,400 km² to 706,300 km²) and very high (622,400 km² to 706,300 km²) are expected to expand. 4,400 to 21,700 km²) susceptibility to climate desertification in the SAB, respectively in scenarios SSPs 126 and 585. Confirming these projections would imply socioeconomic and ecological risks in the SAB.

O Brasil possui a região semiárida mais populosa e de maior biodiversidade do mundo (Semiárido Brasileiro - SAB). No entanto, nas últimas décadas, núcleos de desertificação têm surgido, um problema que pode intensificar a partir de mudanças climáticas. O objetivo desse estudo foi elaborar a distribuição espacial das áreas suscetíveis à desertificação climática no SAB, considerando cenários futuros de mudanças do clima. O entendimento dessa dinâmica é algo essencial para a gestão agroambiental do SAB. Foram elaborados índices de aridez e proposição de classes climáticas para condição atual (1970-2000) e cenários futuros (2061-2080) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), levando em conta cenários do Caminhos Socioeconômicos Compartilhados: otimistas (SSP 126) e pessimistas (SSP 585). Os resultados indicam que até o final do século, o clima no SAB deverá tornar-se significativamente mais seco (Kruskal-Wallis = p-value < 0,05), com intensificação do índice de aridez no SSP 585. Nos cenários, a expansão de áreas mais áridas sobre climas úmidos pode alcançar 56.500 km² (10%) no SSP 126 e 140,400 km² (24%) no SSP 585. Consequentemente, espera-se expansão das áreas com alta (622,400 km² a 706,300 km²) e muito alta (4,400 a 21,700 km²) suscetibilidade à desertificação climática no SAB, respectivamente nos cenários SSPs 126 e 585. Confirmando essas projeções, implicaria em riscos socioeconômicos e ecológicos no SAB.

A maior parte dos pequenos produtores rurais no Brasil tem em atividades de criação de suínos caipira uma alternativa para obtenção de alimento de alto valor nutritivo e de rentabilidade. O objetivo deste trabalho foi implantar e desenvolver um sistema de produção extensivo sustentável de suínos, nos centros de irradiação e manejo agroecológico nas áreas de assentamentos de reforma agrária da região do Norte de Minas Gerais, possibilitando ampliar a fonte de renda dos assentados e maior difusão e valorização da raça suína nativa. Para início do projeto de extensão foi realizado o contato com os agricultores e exposição do projeto, identificação dos agentes multiplicadores e formação de núcleos familiares, após, implantada uma granja núcleo de manejo agroecológico de suínos nos assentamentos no município de Montes Claros utilizando animais puros da raça Piau. Foi realizado um levantamento dos fatores limitantes e potenciais junto à comunidade, com o objetivo de se consolidar um modelo de suínos que melhor se adapta às especificidades locais. Foi realizada a tabulação de dados de um ano de coleta referente aos índices zootécnicos dos animais. Foram obtidos 8,6 leitões nascidos vivos/parto/porca; 6,47 leitões desmamados/parto/porca no projeto, índices estes que são superiores aos índices zootécnicos obtidos na suinocultura de manejo tradicional, utilizando raças nacionais. Com a implantação deste sistema de produção sustentável e agroecológico nas áreas de assentamentos de reforma agrária da região do Norte de Minas foi possível obter melhores dados produtivos da produção, além de maior difusão e valorização da raça suína nativa.

Background: In 2013, an estimated 2.8 million newborns died and 2.7 million were stillborn. A much greater number suffer from long term impairment associated with preterm birth, intrauterine growth restriction, congenital anomalies, and perinatal or infectious causes. With the approaching deadline for the achievement of the Millennium Development Goals (MDGs) in 2015, there was a need to set the new research priorities on newborns and stillbirth with a focus not only on survival but also on health, growth and development. We therefore carried out a systematic exercise to set newborn health research priorities for 2013–2025. Methods: We used adapted Child Health and Nutrition Research Initiative (CHNRI) methods for this prioritization exercise. We identified and approached the 200 most productive researchers and 400 program experts, and 132 of them submitted research questions online. These were collated into a set of 205 research questions, sent for scoring to the 600 identified experts, and were assessed and scored by 91 experts. Results: Nine out of top ten identified priorities were in the domain of research on improving delivery of known interventions, with simplified neonatal resuscitation program and clinical algorithms and improved skills of community health workers leading the list. The top 10 priorities in the domain of development were led by ideas on improved Kangaroo Mother Care at community level, how to improve the accuracy of diagnosis by community health workers, and perinatal audits. The 10 leading priorities for discovery research focused on stable surfactant with novel modes of administration for preterm babies, ability to diagnose fetal distress and novel tocolytic agents to delay or stop preterm labour. Conclusion: These findings will assist both donors and researchers in supporting and conducting research to close the knowledge gaps for reducing neonatal mortality, morbidity and long term impairment. WHO, SNL and other partners will work to generate interest among key national stakeholders, governments, NGOs, and research institutes in these priorities, while encouraging research funders to support them. We will track research funding, relevant requests for proposals and trial registers to monitor if the priorities identified by this exercise are being addressed ; publishedVersion