Genetically modified food and health professionals : knowledge, practice and training needs
Since 1996 there have been a number of transgenic foods approved for human and animal consumption in the European Union. These foods, altered through genetic engineering, have been questioned as to the dimensions of their potential benefits and risks. This is especially relevant in the case of the nutritional dimension, where consumers are confronted with daily decisions about how to feed themselves. In this context, health professionals are called upon to intervene, sooner or later, and respond in the context of their clinical contact to questions of opinion, attitude, and science. Thus, the objective of this work was to evaluate the knowledge and opinion of nutritionists and physicians on the subject of transgenic foods and their perception of training needs, in addition to presenting a proposal for teaching this subject matter. In this research a combination of methods was used. Data of a qualitative and quantitative (questionnaire, interview, and class) nature were combined in order to improve the breadth and depth of the study. A questionnaire was applied between March and July 2016 and 248 nutritionists and 278 physicians took part. The questionnaire was validated and additional statistically-based analyses were performed to gather respondent profiles according to the various issues surrounding genetically modified foods. Furthermore, a pilot study with the participation of 14 health professionals was carried out with the purpose of establishing and assessing a training module on transgenic foods for Nutritional Sciences and Medical Sciences higher education. Overall results showed nutritionists more unfavorable opinions regarding genetically modified foods whereas physicians tend towards a more neutral view. This characterization draws a detailed portrait of how these professionals perceive transgenic foods. Apparently age, gender, and level of education all influence both opinion and knowledge. Nutritionists and physicians have fairly low knowledge of transgenic foods. This situation can be better understood in the light of the virtual non¬existence of teaching modules on this topic in Portugal, either in undergraduate or postgraduate degrees, including continuing education. Both nutritionists and physicians considered it useful to have some kind of training on transgenic foods during university and professional education but their opinion differed on the format and type of program. As food experts, transgenic food studies could become a part of regular or optional courses. For physicians knowledge would desirably take shape through lesser offers, such as extra credit courses or workshops. The format of multidisciplinary teaching proposed in this research is based on the recognition that a complex web connects science and technology with society. This is an approach that develops much needed critical thinking skills when knowledge limitations are involved in decision making during times of uncertainty and an uneven risk distribution across society. Results of this research contribute to the current literature on the positioning of health professionals regarding transgenic foods, creating a reference point where now questions must now be equated and answered. ; Desde 1996 têm sido aprovados uma série de alimentos transgénicos para alimentação humana e animal na União Europeia. Estes alimentos, alterados através de engenharia genética, têm sido questionados quanto às dimensões dos seus potenciais benefícios e riscos. Isto é especialmente relevante no caso da dimensão nutricional, onde os consumidores são confrontados com as decisões diárias sobre a melhor maneira de se alimentar. Neste contexto os profissionais de saúde acabam por ser chamados a intervir, mais cedo ou mais tarde, e responder no âmbito do seu contacto clínico a questões de opinião, atitude e ciência. Assim o objetivo deste trabalho foi avaliar o conhecimento e opinião dos nutricionistas e médicos sobre o tema dos alimentos transgénicos e a sua perceção de necessidades de formação, além de apresentar uma proposta de ensino desta temática. Nesta investigação foram utilizados métodos de diferentes naturezas. Combinaram-se dados de natureza qualitativa e quantitativa (questionário, entrevista, aula) a fim de possibilitar a compreensão e aprofundamento dos fenómenos envolvidos. Um questionário foi aplicado entre março e julho de 2016, com a participação de 248 nutricionistas e 278 médicos. O questionário foi validado e outras análises baseadas em estatísticas foram realizadas para obter perfis dos entrevistados em função das várias questões associadas aos alimentos geneticamente modificados. Foi também realizado um estudo piloto com a participação de 14 profissionais de saúde com o objetivo de estabelecer e avaliar um módulo de formação em alimentos transgénicos para o ensino superior de Ciências da Nutrição e Medicina. Os resultados mostraram diferenças entre nutricionistas e médicos: nutricionistas revelam opiniões mais desfavoráveis sobre alimentos transgénicos e médicos tendem para posições mais neutras. Esta caracterização permite retratar em detalhe como é que esses profissionais percebem a temática dos alimentos transgénicos. Parece existir influências de idade, género e nível de formação, seja nas opiniões seja no conhecimento. Tanto nutricionistas como médicos apresentam conhecimento fraco relativamente aos alimentos transgénicos. Estes dados podem ser compreendidos à luz da ausência generalizada de módulos de ensino desta temática, quer nos cursos de graduação, pós-graduação ou formação contínua. Nutricionistas e médicos consideraram útil ter algum tipo de treino em alimentos transgénicos durante a formação universitária e profissional, mas suas opiniões divergem quanto ao formato e tipo de oferta. Sendo os nutricionistas especialistas na área alimentar, a oferta pode ser tanto em disciplinas nucleares como optativas. Já para médicos a ampliação do conhecimento se daria de forma menos visível, como disciplinas suplementares ou workshops. O formato de ensino multidisciplinar proposto nesta investigação deriva do reconhecimento da teia complexa que liga ciência e tecnologia à sociedade. A formação por esta abordagem prepara os profissionais para ser mais críticos, aptos a raciocinar, pesquisar e questionar, reconhecendo os limites do conhecimento e suas implicações na tomada de decisão perante incertezas e riscos de distribuição social desigual. Os resultados deste trabalho contribuem para e acrescentam à literatura atual sobre o posicionamento dos profissionais de saúde face aos alimentos transgénicos, estabelecendo um referencial e abrindo a porta a questões adicionais a que importa responder.