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O Brasil representado por Ernesto Araújo: A projeção do Estado brasileiro no cenário internacional
O governo de Jair Bolsonaro iniciou-se em 2019. Desde sua campanha eleitoral, eram notáveis algumas opiniões e prioridades distintas daquelas trazidas pelos 14 anos de governo do Partido dos Trabalhadores (PT). A constância da política externa brasileira já havia sido quebrada com a entrada do presidente interino Michel Temer em 2016 no país, mas o governo Bolsonaro trouxe novas rupturas. A política externa é a via fundamental para a cooperação com outros Estados, originando acordos, projetos e vantagens comerciais. Essas relações são estabelecidas a partir de imagens que são projetadas do Estado, onde são evidenciadas suas preferências e focos, assim como se discursa como se deseja que os outros o enxerguem. Dessa forma, este artigo realizou análise documental de duas alocuções proferidas pelo chanceler Ernesto Araújo: uma em uma reunião do G20 e outra em uma reunião do BRICS, ambas ocorridas em 2020. O intuito do trabalho foi determinar qual a imagem do Brasil que está sendo projetada internacionalmente, por meio deste ator específico, considerando que o Ministro das Relações Exteriores carrega uma grande responsabilidade em relação a isso em suas aparições públicas e discursos. A partir das análises, conclui-se que as alocuções de Araújo contribuíram para uma imagem de unilateralismo, nacionalismo, preferência ao bilateralismo em detrimento do multilateralismo, e uma não credibilidade em relação às organizações multilaterais e suas recomendações, com fortes sugestões de reforma dessas instituições.
Cooperação e diplomacia hídrica: A contribuição das águas compartilhadas para a cooperação regional
A água tem papel vital para a vida humana e múltiplos usos. Sua ocorrência não se limita às fronteiras políticas dos países, o que leva ao fato de que quase metade da superfície terrestre é abarcada por águas transfronteiriças na forma de rios, lagos e águas subterrâneas. Dado seu caráter transfronteiriço, a gestão, o planejamento e o compartilhamento são desafios complexos para as nações ribeirinhas. Tensões sociais, econômicas e políticas emergem facilmente neste cenário, que abrange questões de qualidade, quantidade e alocação dos recursos hídricos, e mostram que as discussões relacionadas à água são intrinsecamente políticas por natureza. Também mostram que a cooperação e o conflito hídrico coexistem em um continuum nessas relações. Levando em consideração o aumento da demanda por água, argumenta-se que é preciso que haja arranjos cooperativos entre os países ribeirinhos para garantir a sustentabilidade, resiliência e uso equânime das águas compartilhadas. Visando prevenir conflitos, administrar tensões e promover o desenvolvimento sustentável das águas transfronteiriças, defende-se a difusão da cooperação hídrica transfronteiriça e a diplomacia da água para as regiões abarcadas por bacias, rios, lagos ou águas subterrâneas transfronteiriças. Por meio de uma abordagem multidisciplinar e utilizando-se de conceitos das relações internacionais, ciência política, direito e geografia, esse artigo fornecerá uma compreensão teórica acerca da cooperação hídrica transfronteiriça e da diplomacia da água. Objetiva-se contribuir para o estabelecimento, desenvolvimento e avanço de arranjos cooperativos mais justos, fortes, inclusivos, eficazes e eficientes para as águas transfronteiriças.
Sul Global e o futuro da internet: A formação da governança da internet à luz da Teoria Crítica
O presente trabalho apresenta criticamente como foi se formando a atual estrutura histórica de governança da internet (GI) ocidental e analisa tal ordem vigente, através do arcabouço da Teoria Crítica (TC) das Relações Internacionais (RI) e da perspectiva de um acadêmico posicionado no Sul Global, para perguntar como essa ordem surgiu e se desenvolveu. Tem-se como objetivo avaliar o seguinte argumento central: a dinâmica neoliberal capturou a natureza inicial comunitária da internet tanto através de iniciativas estatais (Estados Unidos) quanto privadas (grandes empresas de dados)? Se sim, o modelo de governança privatizada ocidental em vigência supre as demandas dos países do Sul Global com relação ao futuro da internet? Para cumprir com o propósito crítico do trabalho, observam-se os pontos nevrálgicos dessa trajetória de constituição da GI no Ocidente, sempre da perspectiva de uma necessidade do Sul Global de reformar tal modelo observando nossas necessidades enquanto Estados e cidadãos. Alguns desses pontos são: a expertise detida pelo setor privado; a localização geográfica das empresas de dados; o papel dos Estados nas mesas de negociação multistakeholder; a pouca infraestrutura técnica do Sul Global; o design da internet. As metodologias a serem utilizadas são a revisão bibliográfica para apontar o desenvolvimento histórico citado e, a seguir, o método das estruturas históricas de Robert Cox. Este último será utilizado para avaliar a estrutura histórica hegemônica e apresentar uma proposta contra-hegemônica, ambas decorrentes da análise desse desenvolvimento histórico da GI ocidental.
Obstaculos ao governo regional no hemisferio ocidental: Velho regionalismo na nova ordem mundial
In: Política externa, Band 4, Heft 2, S. 95-122
ISSN: 1518-6660
Apesar da crescente importancia das instituicoes internacionais na ordem pos-Guerra Fria, nao esta totalmente claro como o acentuado multilateralismo pode tornar-se efetivo em assuntos interamericanos ou intralatino-americanos. Numa tentativa de responder a essa questao, este artigo focaliza, primeiramente, o problema endemico das assimetrias das regioes. Em segundo lugar, e delineado um breve panorama das instituicoes regionais durante os ultimos anos. Finalmente, o artigo trata do impacto do fim da Guerra Fria em desenvolvimentos de governo regionais, particularmente o surgimento de novas questoes e atores que agora desempenham um importante papel no institucionalismo internacional. (Polit Externa/DÜI)
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O lugar do Brasil no mundo
In: Política externa, Band 5, Heft 2, S. 69-82
ISSN: 1518-6660
This paper provides some of the most important aspects of Brazilian internal conditions, external politics and regional integration in order to clarify why the country performs the role of a "global player", taking into account the world tendencies. The Brazilians favorable domestic advances, together with the international dynamics concerning both economic and political prospects, will lead to an increasing interaction among nations and, more broadly, the continents, operating efficiently towards globalization. (Polit Externa/DÜI)
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América do Sul: construção pela reinvenção (2000-2008): South America: construction through reinvention (2000-2008)
In: Revista brasileira de politica internacional: RBPI, Band 52, Heft 2, S. 63-80
ISSN: 1983-3121
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Relacoes Brasil - EUA: atualizacao e revitalizacao
In: A defesa nacional, Band 68, Heft 698, S. 55-61
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Novos rumos da política na União Europeia e os desdobramentos na América Latina
In: Série relações Brasil-Europa, 9
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