Filosofia e psicanálise: pontos de disjunção
In: ETD - Educação Temática Digital, Band 11, Heft esp, S. 17-48
Este artigo trata sobre as (im)possibilidades do diálogo entre a filosofia e a psicanálise, atentando para tanto em alguns pontos que separam esses dois campos. Em primeiro lugar, considera-se o que a filosofia recusou ao se constituir e se diferenciar de outros campos do discurso e do saber, nos seus primórdios, na Grécia Antiga. O que nessa discussão está em causa é a filosofia socrático-platônica e a sua diferença em face da perspectiva trágica, que é abordada no âmbito das crenças religiosas gregas e na obra dos poetas trágicos. No segundo item são recuperadas certas conceitualizações de Freud sobre o psiquismo, com o intuito de indicar a presença da perspectiva trágica em sua concepção de homem. Finaliza-se retomando algumas das razões que levaram Freud a criticar e se distanciar da filosofia, inclusive da vertente que acolhe a perspectiva trágica. As (im)possibilidades do diálogo entre a filosofia e a psicanálise são então apontadas, considerando-se sobretudo as relações que se estabelecem entre esses dois campos depois de Freud.