O propósito deste artigo é apresentar as principais contribuições de Willem Doise para o desenvolvimento da teoria das representações sociais. Nesta direção, foram examinados: a Teoria das Representações Sociais como a grande teoria; a criação do Laboratório de Psicologia Social Experimental na Universidade de Genebra; os estudos experimentais sobre o desenvolvimento social da inteligência; os estudos experimentais das representações sociais; os quatro níveis de análise em Psicologia Social; as relações grupais; o paradigma das três fases; a pesquisa sobre os direitos humanos. Ainda que se considere que a adesão à Teoria das Representações Sociais pressupõe o estudo de indicadores que organizam o campo representacional, a análise dos posicionamentos individuais neste campo e a ancoragem destes posicionamentos nas dinâmicas societais, é preciso reconhecer que esta forma de fazê-lo ainda é pouco difundida nos meios científicos da América Latina.
Essa é uma pesquisa quali-quantitativa, realizada em 2019, em Brasília, DF, com objetivo de verificar e descrever as representações sociais de estudantes de psicologia sobre o suicídio. Utilizou-se questionários de evocação com justificativas em campo livre. Os dados foram interpretados com procedimentos estatísticos propostos pela Análise Prototípica. Participaram 170 acadêmicos do segundo ao quarto período, de uma universidade privada. Os estudantes tinham entre 18 e 50 anos, sendo 89% mulheres e 11% são homens. Dentre os principais valores: Classe 1: 19,6%; Classe 2:14,44; Classe 3:26,1; Classe 4:26,8 e Classe 5:13,1); e, os dados provenientes de entrevistas permitiram a construção de duas categorias: Depressão e suporte social e, Sofrimento e fraqueza. As representações sociais do suicídio para os estudantes de psicologia são estruturadas com fundamento nos seguintes elementos do núcleo central: morte, dor, sofrimento, depressão, medo, pressão e tristeza. Entretanto, quando os participantes são instados a evocar termos que atribuem aos colegas, os elementos pressão e medo não aparecem mais, surgindo, então, a palavra fraqueza.
O presente estudo tem como objetivo elaborar uma análise sobre a Depressão e a Representação Social perante a atual conjuntura da sociedade. Para isto, o referido trabalho caracteriza-se como uma pesquisa teórica de caráter bibliográfico e qualitativo realizada por meio de estudos de livros, artigos e revistas científicas e sites habilitados referente a temática, com o intuito de fomentar respostas ao quesito demandado. Desse modo, o tema referenciado e de grande relevância, pois estudar os aspectos da representação social em relação com a depressão e de extrema importância, uma vez que, as representações sociais são categorias do pensamento científico que expressam a realidade social, tem a capacidade de explicar, compreender, questionar as relações sociais vigentes. Com isso, buscamos resgatar as dimensões históricas, políticas e sociais imbricados na produção da depressão, de modo a romper com a visão reducionista, calcada no modelo biomédico, que se tem acerca do fenômeno.
Tem sido nosso objeto de estudo a questão do acesso à justiça; centrada, porém, no exame dosaspectos psicológicos que o bloqueiam. Por isso, no propósito de avaliar em que medida tais representações sociais inibem ou estimulam este acesso, elegemos as representações sociais nossa categoria analítica; reportando-nos, então, às teorias de Serge Moscovici e Emile Durkheim que conjugamos com a tese da construção social da realidade de Berger e Luckmann. De quem, aliás,tomamos de empréstimo toda a metodologia empregada para experimentar nossas duas hipóteses: aprimeira, de que a despeito da ordem legal, os operadores do direito projetam suas própriasrepresentações do mundo social sobre os pedidos, opiniões e decisões que formulam nos litígios emque atuam; e, a segunda, de que os resultados destas causas se refletem nas expectativas de sucessodos jurisdicionados.
Apesar das inúmeras campanhas de prevenção, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) ainda se constitui um grave problema de saúde pública. O presente trabalho teve como objetivo investigar as representações sociais do HIV/AIDS e, assim, contribuir para o tratamento psicológico desses pacientes. Foi realizada uma revisão da literatura, com levantamento bibliográfico, abordando as discussões de autores da psicologia social, entre outros, a respeito do HIV/AIDS. A AIDS é uma enfermidade que marca intensamente quem a vivencia, uma vez que afeta não apenas o corporal do sujeito, mas as demais esferas da sua vida, envolvendo, muitas vezes, sentimentos negativos, tais como: a tristeza, o desejo de morte, a angústia, entre outros, que refletem no seu bem-estar mental, físico, afetivo e social. A infecção pelo HIV estabelece uma cadeia de cuidados a serem desempenhados pelas pessoas portadoras, como consultas frequentes, realização de exames laboratoriais especiais, o uso de medicamentos e mudanças na vida social que, muitas vezes, causam dificuldades que propiciam e implicam cuidados especializados em saúde mental. Atualmente, não existe uma cura para essa doença, apenas tratamento paliativo como: uso de medicamentos, tratamento com psicólogo, tratamento com psiquiatra, entre outros.Palavras-chave: HIV/AIDS. Psicologia Social. Representação Social.AbstractDespite the several prevention campaigns, AIDS remains a serious public health problem. This study aims to investigate the social representations of HIV/AIDS and thereby contribute to the psychological treatment of these patients. A bibliographic review was performed showing the themes discussed about the social psychology according to the view of many authors, concerning the HIV/AIDS. The Acquired Immune Deficiency Syndrome (AIDS) is an illness that marks intensely those who experience it, since it affects not only the body of the individual, but the other spheres of his or her life, involving often negative feelings such as sadness, death desire , anguish, among others, reflecting on his or her mental, physical, emotional and social well-being. HIV infection establishes a chain of care to be taken by people with this illness, such as frequent consultations, conducting special laboratory tests, medication use and changes in social life that often cause difficulties that require mental health care specialist. Currently, there is no cure for this disease, only palliative treatment such as use of drugs, treatment with a psychologist, psychiatrist treatment, among others.Keywords: HIV/AIDS. Social Psychology. Social Representation.
O objetivo desta pesquisa é compreender as representações sociais de professores sobre alunos imigrantes. O método utilizado na fase de investigação foi à utilização de uma pesquisa de abordagem qualitativa pautada na Teoria das Representações Sociais. A pesquisa foi desenvolvida com 33 professores de ambos os sexos, inseridos em instituição de ensino pública localizada na região central de São Paulo. Para a coleta dos dados utilizou-se dois questionários sendo um estruturado e outro semiestruturado. Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva e da Classificação Hierárquica Descendente. A partir das classes organizadas foi possível inferir 5 categorias a saber: recepção de imigrantes na escola; dificuldade de aprendizagem da língua não materna; falta de preparação para o acolhimento; possibilidades de convívio; dificuldades de adaptação e integração. Considerou-se que a escola bem como os professores carecem de suporte e infraestrutura para desenvolverem um trabalho que contribua com o aprendizado de alunos imigrantes.
Este texto pretende assinalar a relação da teoria psicossocial das representações sociais de Serge Moscovici com as ciências sociais, a partir da sua caracterização como uma abordagem de interpenetração da Psicologia com a Sociologia. Primeiramente fará uma breve análise sobre o trânsito entre Psicologia-Psicologia Social e Ciências Sociais, como um dos elementos de explicação para o entrecruzamento da Teoria das Representações Sociais (TRS) com as ciências sociais. Em seguida pontuará como este entrecruzamento se coloca na abordagem moscoviciana, e como a TRS não escapa a ele. O argumento da autora é de que a base da relação entre essas áreas e a TRS está na concepção do social, presente no pensamento moscoviciano, o qual, ao mesmo tempo, não negligencia o quanto os aspectos psicológicos participam dos fatos sociais. O texto se encerra com alguns exemplos de pesquisa para ilustrar esta posição.
Objetivou-se identificar as representações sociais do trabalho para trabalhadores informais. Participaram do estudo 20 trabalhadores do Sul de Santa Catarina, Brasil, todos maiores de 18 anos e que exercessem o trabalho informal a pelo menos um ano. Para a coleta de dados, fez-se uso de entrevista semiestruturada. Os resultados foram examinados pela Análise de Conteúdo, compondo 5 temas, que abrangeram 17 elementos temáticos: "dificuldades do trabalho informal", "trabalho como um meio para um fim", "condições de trabalho", "desvalorização do trabalhador" e "motivos para o exercício do trabalho informal". Parte dos trabalhadores apontam vantagens do trabalho informal, mas a maioria relata dificuldades como ausência de direitos trabalhistas, dificuldades financeiras e desvalorização social. O conteúdo é marcado pela flexibilidade do trabalho informal, pela insegurança financeira e romantização do trabalho excessivo.
As recentes medidas de ocupação policial, praticadas pela Secretaria de Segurança do Governo do Estado do Rio de Janeiro, em 38 favelas da metrópole carioca, recolocam em discussão o controle através do qual o Estado age nestes territórios desde sua configuração sócio-espacial. Há muito, os moradores destes territórios vivenciam e externalizam sua percepção da injustiça e lidam com a frustração de seus desejos e aspirações, ou seja, representam socialmente seu cotidiano quando confrontados com a ação policial estatal. É diante destas questões que a pesquisa em tela se ocupa em compreender as representações sociais formuladas, por estes moradores, em resposta às possíveis interferências da ação do Estado na esfera pública local.
As representações sociais apresentam a imagem de um grupo sobre um objeto de estudo. O presente trabalho tem como objetivo: Entender a percepção dos médicos sobre o tratamento psicológico. É um estudo de campo, qualitativo e descritivo. O estudo foi realizado com dez médicos numa clínica médica na cidade de Campina Grande - Paraíba. Os instrumentos de coleta foram compostos por: questionário sociodemográfico, técnica de associação livre de palavras e entrevista semiestruturada. Na análise dos dados foi utilizado o software Iramuteq específico para dados textuais. Observou-se a percepção dos médicos em variadas temáticas. Para estes o tratamento psicológico auxilia no combate ao excesso de medicação. Compreendem o trabalho do psicólogo como interventivo e humanizado. Os médicos percebem que a relação do paciente com a patologia está ligada aos aspectos emocionais, ambientais e sociais, assim apontaram que encaminham pacientes para tratamento psicológico por diversos fatores não apenas transtornos mentais.