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Este artigo tem por finalidade mostrar algumas transformações ocorridas em Moju, um município da Amazônia no inicio da década de 1980, quando a região foi 'tomada' pela chegada de diversos projetos agroindustriais pautados nos ideais desenvolvimentistas dos militares. Tais mudanças foram de grandes impactos para os moradores do município, onde ainda hoje tem em suas memórias esse difícil período da história. As diversas conectividades que o município começa a ter com expansão capitalista são destacadas como: a imigração japonesa, a opção rodoviarista, a instalação dos grandes projetos e a presença seletiva do Estado. Isso tudo discutido a partir da fala de lideranças camponesas na região.

O artigo apresenta reflexões teóricas sobre a produção e organização do espaço sob a influência do Estado. O espaço é entendido como o ambiente que sustenta as relações sociais ao mesmo tempo em que é modificado por elas, sendo compreendido como paisagem cultural. Por meio do sistema de regulação urbanística, o Estado intervém na produção e na organização da paisagem. O objetivo do artigo é discutir fundamentos para a construção da gestão democrática dos municípios brasileiros com o intuito de concretizar a noção de direito à cidade. A discussão é feita mediante pesquisa teórica que articula a formação da urbanística moderna, sua vinculação com a ciência moderna e sua ruptura com a política. A (re)vinculação da urbanística com a política, chave para a concretização do direito à cidade, pressupõe estruturas de gestão democrática. Essas estruturas necessitam de aberturas para a democracia direta, essa, exercida por meio da construção e reconstrução de verdades mediante o diálogo, pressupõe um Estado que provê os mínimos sociais para a redução das desigualdades das estruturas de poder e para a superação da distinção entre as atividades de planejamento e gestão. ; The article presents theoretical reflections on the production and organization of space under the influence of the State. Space is understood as the environment that sustains social relations while being modified by them, being understood as a cultural landscape. Through the urban regulation system, the State influences the production and organization of the landscape. The purpose of this paper is to discuss the foundations for the construction of the democratic management of brazilian cities in order to realize the notion of the right to the city. The discussion is made through theoretical research that articulates the formation of modern town-planning, its link with modern science and its rupture with politics. The (re) linking of town-planning with politics, key to the realization of the right to the city, presupposes democratic management structures. These structures need openings for direct democracy, which, exercised through the construction and reconstruction of truths through dialogue, presupposes a State that provides the social minimums to reduce inequalities in power structures and to overcome the distinction between planning and management activities.

The text is part of a doctoral research process in education, and dialogues, in an essayistic manner, with themes such as the city, images, body and everyday affective crossings. These dialogues tension with education, history, daily life and other ways of thinking about the urban tangle, anchored in the cartographic method. Through formative processes experienced by the author, seek to evidence issues, concerns and discomforts that are still unstable, rehearsed in everyday life and outlined in thought and inventions. It argues that the power of creation and wandering in the city are insurgent ways of ruptures in the face of current conservative advances, paying attention to the exercise of otherness, inventiveness and experimentation, having as main references authors such as Michel Foucault, Suely Rolnik, Félix Guattari , Peter Pelbart, among others.