Gênero, identidades e meio ambiente: polissemias historiográficas
In: INTERthesis, Volume 6, Issue 2
ISSN: 1807-1384
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In: INTERthesis, Volume 6, Issue 2
ISSN: 1807-1384
In: Caderno Espaço feminino: revista do Núcleo de Estudos de Gênero e Pesquisa sobre a Mulher, Volume 35, Issue 1, p. 221-246
ISSN: 1981-3082
Considerando que o curso de Pedagogia hoje se apresenta feminilizado e feminizado, objetivou-se explorar como o gênero configura as representações sociais da identidade profissional de seu alunado. Na pesquisa quanti-qualitativa utilizou-se a técnica de survey em formato de questionário aberto proposto por Ioannis Tsoukalas, respondido por 47 estudantes pré-concluintes do curso de Pedagogia do Campus I da Universidade Federal da Paraíba. Com base na abordagem estrutural das representações sociais, percebeu-se que o gênero atua como elemento constituído e constituinte de representações sociais organizadas em torno do ensino como núcleo central, corroborando a feminilização e feminização do magistério. Contudo, ao se ampliar a concepção de docência para incluir outras funções do/a pedagogo/a, consoante as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia (DCNP), observou-se que as mulheres representam a docência associada à gestão e os homens à pesquisa. Evidenciam-se, assim, transformações nas representações sociais, com as mulheres assumindo a gestão como espaço de exercício do poder na configuração de sua identidade profissional; e permanências com o deslocamento das pretensões masculinas à atividade da pesquisa, com maior prestígio em relação à gestão escolar. A pesquisa foi financiada pelo CNPq e Capes.
PALAVRAS-CHAVE: Gênero. Representações Sociais. Pedagogia. Identidade Profissional
In: Agenda política, Volume 7, Issue 3, p. 92-113
ISSN: 2318-8499
Os documentos de identificação dos sujeitos marcam uma nova configuração da cidadania na modernidade, servindo como instrumento que vincula o cidadão/cidadã com ao Estado-nação. Para além dessa relação, o documento também pode ser investigado a partir de sua referencialidade simbólica, pois atua performativamente na consolidação desses mesmos cidadãos/cidadãs. Inserido nessa problemática, podemos pensar os impasses encontrados por pessoas trans[1] quando apresentam seus documentos que não estão em consonância com suas identidades de gênero, bem como as dificuldades que eram encontradas para a retificação desses mesmos documentos. Conclui-se que os documentos atuam também como instrumentos para a manutenção de normativas hegemônicas de masculinidade e feminilidade que são compartilhadas pela coletividade. [1]Nesse texto estamos nos referindo ao termo "trans" como guarda-chuva para pessoas transexuais, travestis, queers e não binários. Apesar das especificidades de cada um, em algum grau as questões aqui delineadas atravessam a experiência dessas pessoas.
In: Estudos feministas, Volume 9, Issue 1, p. 22-55
ISSN: 1806-9584
Entender as lógicas de transmissão do patrimônio familiar, particularmente no caso da terra, levando-se conta as diferenças de gênero, exige identificar os distintos papéis reservados ao homem e à mulher na dinâmica de reprodução social. A compreensão de tais lógicas distintas requer que investiguemos os diferentes signficados do patimônio territorial em cada contexto social e cultural. Embora a herança seja baseada na noção de consanguinidade, as regras costumeiras não reconhecem os mesmos direitos para todos os filhos. É precisamente sobre essas diferenças de que trataremos nesse artigo, particularmente no que se diz respeito às distintas práticas derivadas das identidades de gênero. Buscar-se-á entender a lógica das diferentes formas de transmitir a herança e sua relação com a reprodução social de famílias de agricultores familiares em duas regiões distintas: no municipio de Nova Pádua, na região de influência de Caxias do Sul, no estado do Rio Grande do Sul, e na região serrana do estado do Rio de Janeiro, município de Nova Friburgo
In: Katálysis: revista, Volume 21, Issue 3, p. 602-610
ISSN: 1982-0259
Resumo À luz de uma perspectiva feminista e crítico-dialética, este artigo, fruto de uma pesquisa teórica, busca situar o campo da diversidade de gênero na totalidade das relações sociais, demarcando-se que são relações de classe e de gênero enoveladas. Para isso, trata da centralidade do trabalho a partir de uma revisão bibliográfica sobre a ontologia do trabalho e suas novas determinações sociais pelo modo de produção capitalista, expondo alguns fundamentos do capitalismo e refletindo acerca da simbiose entre capitalismo-patriarcadoracismo estruturante das relações sociais brasileiras com base na leitura de Heleieth Saffioti. Com o presente artigo pretendemos desenvolver uma reflexão marxista para as questões trans, levando o olhar marxista para os estudos sobre diversidade de gênero, que têm nas teorias culturalistas e pós-estruturalistas a tônica da discussão e, ao mesmo tempo, fazendo penetrar o debate das identidades trans nos estudos marxistas.
In: Revista brasileira de sexualidade humana, Volume 10, Issue 1
ISSN: 2675-1194
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In: Revista brasileira de linguística antropológica: RBLA, Volume 11, Issue 1, p. 101-128
ISSN: 2317-1375
O artigo analisa a construção da identidade da mulher Tenetehára contemporânea que, atualmente, projeta-se nacional e internacionalmente a partir de seu protagonismo nos movimentos sociais. A análise proposta, baseada nos pressupostos teóricos da Análise do Discurso, mostra que o discurso recente de valorização da identidade indígena/da mulher indígena, que tem nos movimentos sociais seu destaque máximo, funcionaria potencializando o protagonismo que a mulher Tenetehára já tem dentro de seu próprio grupo. De fato, são as relações de força no interior do universo sociocultural Tenetehára organizadoras das relações de gêneros (posições da mulher/homem), os elementos determinantes para a constituição da identidade, da posição discursiva, dessa mulher. As relações de gênero no contexto sócio-histórico-ideológico Tenetehára, que se constituem por uma "flexibilidade" entre as posições da mulher e do homem, permitiria a mulher Tenetehára ocupar posições tradicionalmente masculinas. Os deslocamentos entre essas posições são tolerados e até mesmo desejados, pois vão funcionar garantindo a força da coletividade Tenetehára.
In: Panorama: revista cientifica de comunicação social, Volume 11, Issue 2, p. 13
ISSN: 2237-1087
Este trabalho tem o objetivo de refletir a produção dos sujeitos LGBTs a partir da produção discursiva, com foco nos processos comunicativos. Partimos do pressuposto de que compreender o discurso de identidade é lançar um olhar sobre a produção de sentidos dos sujeitos, enquanto participantes de uma sociedade, ou seja, é observar a forma com que o ser humano significa o mundo e a si próprio. Para se alcançar as estratégias de produção de identidades dos sujeitos LGBTs, este trabalho observa os atos de fala e de comunicação como expressões de narrativas. O corpus de pesquisa foi constituído a partir de entrevistas em profundidade com pessoas que se auto-identificaram com alguma identidade de gênero ou de sexualidade que compõe a "comunidade LGBT" em Goiânia.
In: Gênero: revista do Núcleo Transdisciplinar de Estudos de Gênero, NUTEG, Volume 19, Issue 1, p. 25
ISSN: 2316-1108
O artigo investiga cruzamentos conceituais possíveis entre as noções de identidade narrativa, conforme pensada por Ricoeur, Velleman e MacIntyre, e de performatividade de gênero, proposta por Butler, em meio à ambiência filosófica da crise (ou morte) do sujeito cartesiano na pós-modernidade. Este cruzamento tenta abrir um novo caminho para as escritas de histórias sobre os gêneros pautadas no seu fazer narrativo ao longo do tempo, entendendo os gêneros como construções culturais que se fazem por meio das ações e interpelações performáticas feitas pelos agentes e por eles sofridas – as quais são representadas pelo historiador através da narrativa que ele compõe.
In: Cadernos pagu, Issue 26, p. 145-168
O artigo discute a socialização infantil em relação à construção da sexualidade e à identidade de gênero reproduzida e re-elaborada pelas crianças, em especial, os modelos de feminilidade pensados e exigidos pelas próprias meninas, modelos estes presentes nos jogos e brincadeiras entre garotos e garotas de uma comunidade praieira na Bahia, de maioria negra e pobre. A discussão baseia-se em material etnográfico coletado durante trabalho de campo através de observações e entrevistas com grupos de crianças de 07 a 14 anos de idade.
In: Série-Estudos: periódico do Programa de Pós-Graduação em educação da UCDB, p. 185-208
ISSN: 2318-1982
As representações de adultos/as sobre o que é considerado feminino e masculino reforçam estereótipos de gênero e, com isso, brinquedos, jogos e demais artefatos da cultura visual tendem a caracterizar meninos e meninas de formas diferentes. Como as identidades de gênero de meninas e meninos são representadas nos jogos infantis de ciência? As meninas aparecem nas embalagens desses jogos? Quando aparecem, como são apresentadas? Para responder a essas questões, neste artigo, de cunho documental e analítico, temos como objetivo problematizar as representações de ciência e feminilidade nas embalagens de jogos infantis. Para tanto, investigamos 38 embalagens de jogos infantis de ciência comercializados em 2017. Durante a análise, dividimos esse montante de embalagens em cinco grupos, os quais foram investigados sob fundamentos dos Estudos de Gênero e Estudos da Cultura Visual. Avaliamos que as embalagens de jogos científicos analisadas sugerem um "não protagonismo" feminino nos jogos de ciências. Constatamos, nesses artefatos, a ausência de endereçadores visuais que convidem as meninas a brincarem/fazerem ciência − ao menos que as atividades envolvam os cuidados com o corpo, os afazeres domésticos e a atuação como auxiliares.
In: Saúde em Debate, Volume 43, Issue spe8, p. 91-106
ISSN: 2358-2898
RESUMO Este estudo teve como objetivo descrever os caminhos percorridos por transexuais, visando conhecer seus itinerários na busca por atendimento às suas necessidades e demandas em saúde. Como percurso metodológico, realizou-se um estudo exploratório com abordagem qualitativa, tendo por referência teórica os Itinerários Terapêuticos (IT). Foram realizadas entrevistas com sete transexuais. A partir dessas, foi possível identificar alguns marcos nos IT dos(as) entrevistados(as), tais como o 'reconhecimento como trans' e a 'rede de cuidados em saúde: em busca da modificação corporal'. Acredita-se que este estudo permitiu dar visibilidade à trajetória de pessoas transexuais, considerando suas vivências, seus conflitos e dificuldades para conseguirem alcançar sua identidade de gênero. Além disso, foi possível perceber como a transexualidade é, ainda, uma condição não vista por profissionais de saúde e gestores da Rede de Atenção à Saúde, como também por parte de pessoas do convívio social. Isso sinaliza para a importância deste estudo em pelo menos três aspectos: social, político e de saúde.
In: Revista sociologia & antropologia, Volume 8, Issue 2, p. 519-541
ISSN: 2238-3875
Resumo Neste artigo, discutimos os achados parciais de uma pesquisa sobre trajetórias de homens e mulheres migrantes nordestinos que vieram para o estado de São Paulo (Brasil) nas décadas de 1960 e 1970. Os resultados revelam diferença significativa na forma de contar suas histórias de vida, que os homens narram a partir de suas experiências no mundo do trabalho e as mulheres a partir dos eventos relativos à esfera privada. Essa diferença nos relatos é aqui interpretada como vinculada não só às identidades de gênero, mas também aos significados atribuídos à família na empreitada conjunta da migração.
In: Cadernos de gênero e tecnologia, Volume 14, Issue 43, p. 229
ISSN: 1807-9415
Elisa e Marcela (2019), filme escrito e dirigido por Isabel Coixet, recorre a procedimentos cinematográficos formais "estranhos" à contemporaneidade (como a fotografia preto e branco), para trazer à tona a história real do primeiro casamento entre duas mulheres na Espanha do século XX, Marcela Gracia Ibeas e Elisa Sánchez Loriga. O possível estranhamento também atravessa a produção de sentidos, com a utilização de elementos peculiares para compor as cenas de sexo. O que não impede, mas corrobora com a construção de uma narrativa mais empática e menos triste sobre vidas lésbicas. Coixet, como uma constante em sua produção cinematográfica, desvela protagonistas mulheres de extrema força e resiliência. É através destes e outros elementos do filme que analisamos como a partir da tecnologia-dispositivo cinema ocorre a fabricação de uma identidade de gênero e sua performatividade, demarcando a transgressão de gênero como possibilidade de uma vida vivível, de redução do exílio social e da marginalização impostos pela potencialização da violência e pela lesbofobia. São os modos de viver e de se relacionar possíveis que procuramos destacar nesta produção cinematográfica de Coixet: (sobre)viver numa sociedade pautada pela cis-heterossexualidade compulsória e por técnicas de poder e regimes de verdades, onde a descontinuidade e a subversão da lógica cis-heteronormativa corpo-gênero-desejo-prática sexual colocam o amor entre duas mulheres no terreno do ininteligível, da criminalização e do patológico.