Cet article entend apporter, à partir des réflexions de Nicos Poulantzas, de brèves propositions théoriques et analytiques qui permettent de comprendre la contradiction principale qui traverse les conflits de classe en Amérique latine contemporaine et la manière dont se configurent et s'articulent les hégémonies au sens large et restreint. Pour illustrer son propos l'auteur évoque deux exemples du Bloc andin (Bolivie et Venezuela) et deux autres du Bloc platine (Argentine et Brésil).
Este artigo analisa a tática política adotada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) na conjuntura de crise do governo Collor (1990-1992). Considera-se que o PT não tenha fugido à tendência dominante do movimento pró-impeachment, vindo a aderir à campanha pela ética na política e a atacar o presidente Collor a partir de um discurso de cunho moralista que menosprezou a crítica e a denúncia do caráter de classe da política neoliberal, satisfazendo-se apenas com a denúncia da política recessiva do governo. Essa tática se inscreve na luta contra os efeitos da política neoliberal e não propriamente contra essa política, e esse comportamento político pode ser considerado um indicador do processo de aceitação passiva, por parte do PT, das medidas neoliberais.
Entre o final dos anos 1990 e o momento histórico atual, a América Latina passou por significativas mudanças políticas, econômicas e sociais que, se não lograram pôr em questão a sua condição de subalternidade no âmbito das relações capitalistas internacionais, não deixaram de produzir efeitos sobre: a) o modo de acumulação e a forma de Estado consolidados até então no continente; b) a relação entre Estado, economia e classes sociais; c) a estrutura e as relações de classe constituídas historicamente; d) os regimes políticos e as formas de representação existentes; e) a política econômica, social e externa implementada pelos governos da região, etc. No plano político-eleitoral, candidaturas que se apresentavam como críticas da ortodoxia do livre mercado e que se encontravam em franco processo de isolamento político nos anos 1990, passaram a obter, com o apoio popular, vitórias políticas importantes nos pleitos presidenciais dos anos 2000, como atestam as vitórias de Hugo Chávez na Venezuela, de Lula no Brasil ou de Evo Morales na Bolívia. Passadas quase duas décadas desde o início desse movimento, impõe-se realizar um balanço crítico dessas experiências políticas que se ergueram sobre o discurso de que se constituiriam como alternativas ao neoliberalismo. Nesse sentido, o dossiê Estado, economia e classes sociais na América Latina contemporânea propõe-se a estimular a elaboração de análises que reflitam sobre as mudanças ocorridas nos últimos vinte anos em sete países específicos do continente latino-americano: Argentina, Brasil, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela. O dossiê acolherá estudos de caso ou comparativos, que se situem principalmente na interface entre Ciência Política, Sociologia, Economia e História e outras áreas afins, e priorizará trabalhos que realizem uma análise mais global das sete formações sociais indicadas no intervalo de tempo que compreende o final dos anos 1990 e o momento atual.
O objetivo deste artigo é examinar a posição do capital financeiro diante da questão trabalhista e da questão sindical na conjuntura brasileira de 2011 a 2021. Para tanto, analisamos o conteúdo a "Agenda do Setor Financeiro" produzida pela Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), órgão máximo de representação das instituições financeiras no país. Ao longo do referido período, a CNF tratou os direitos trabalhistas como inibidores do crescimento econômico, causadores do desemprego e obstáculos para a competitividade das empresas. Tal posicionamento conservador desempenhou papel relevante no debate e na elaboração de medidas que promoveram a redução de direitos trabalhistas e impuseram limites à ação reivindicatória dos trabalhadores, por meio do primado do negociado sobre o legislado, nas relações de trabalho.
. No ano de 2019, completam-se 40 anos da morte de Nicos Poulantzas. Nascido em Atenas (Grécia), no dia 3 de setembro de 1936, Poulantzas interrompeu sua vida quando tinha apenas 43 anos em Paris (França), no dia 3 de outubro de 1979. Militou no Partido Comunista Grego e, a partir de 1968, vinculou-se ao Partido Comunista Grego do Interior, depois da cisão de parte de seus militantes com a linha política de construção do socialismo adotada pela URSS. Poulantzas começou a atuar como docente, durante seu exílio na França, no Centro Universitário Experimental Vincennes, criado logo após os eventos de maio de 1968 com a proposta de ser aberto aos trabalhadores. Juntamente com outros intelectuais do campo progressista, Poulantzas trabalhou até seu último dia de vida nesse Centro Universitário, que se situava inicialmente em Vincennes, tendo migrado nos anos 1980 para Saint-Denis e dado origem à Universidade de Paris VIII VincennesSaint-Denis.