A política de reforma agrária de mercado do Banco Mundial: fundamentos, objetivos, contradições e perspectivas
In: Ciências sociais 47
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In: Ciências sociais 47
In: História Unisinos, Band 25, Heft 1, S. 77-93
ISSN: 2236-1782
Com mais de 75 anos de história, o Banco Mundial tem evidenciado notável capacidade de crescer de maneira incremental, adaptando-se às mudanças da economia política internacional. Este artigo analisa a construção do Banco Mundial como ator político, intelectual e financeiro do desenvolvimento capitalista internacional, discutindo as formas pelas quais se deu essa construção, que meios principais foram utilizados, que contradições ele enfrentou e a quais pressões e interesses respondeu. A despeito da fachada técnica, o Banco sempre atuou, ainda que de diferentes formas, na interface dos campos político, econômico e intelectual, em função da sua condição singular de emprestador, formulador de políticas e indutor de ideias e prescrições sobre o que fazer em matéria de desenvolvimento capitalista. Nessa trajetória sinuosa, mas ascendente, o Banco assumiu um lugar central entre as demais agências de desenvolvimento nascidas após a Segunda Guerra Mundial. O texto se baseia em documentação primária e vasta bibliografia. O argumento central é o de que o Banco Mundial somente se consolida como agência de desenvolvimento com a gestão de McNamara (1968-81).
O artigo discute a agenda educacional do Banco Mundial em perspectiva histórica, questionando se ela sofreu alguma mudança devido à eclosão da contaminação pelo novo coronavírus (Sars-cov2) em escala global, responsável pela pandemia da doença denominada Covid-19. Com base na documentação da própria instituição e tomando como referência o caso brasileiro, argumenta-se que não houve mudança no seu caráter neoliberal, vigente desde a década de 1980. Ao mesmo tempo em que o Banco apoia as medidas de urgência tomadas pelos governos dos países em desenvolvimento (clientes da instituição) para amenizar os impactos da pandemia – o que necessariamente leva ao aumento do gasto público –, a instituição continua a condicionar a liberação de recursos em troca da adoção de políticas neoliberais, além de manter a primazia normativa do ajuste fiscal como base da ação dos governos desses países no pós-pandemia. Inicialmente, o artigo apresenta e problematiza as diferentes atividades realizadas pelo Banco (concessão de empréstimos, aconselhamento, assistência técnica,advocacyem favor de determinadas pautas, articulação de iniciativas multilaterais e pesquisa econômica). A seguir, analisa a evolução histórica da agenda educacional da instituição, à luz do seu programa político mais geral. Por fim, discute a atuação do Banco na educação brasileira, com base em um exame da carteira de empréstimos e em documentos estratégicos da entidade para o país, que abrangem o período 2017-20, aos quais a sua agenda educacional está subordinada. ; This article discusses the educational agenda of the World Bank from a historical perspective, asking whether it has undergone any changes due to the outbreak of contamination on a global scale caused by the new coronavirus (Sars-cov2), responsible for the Covid-19 pandemic. Based on the institution's documentation and taking as a reference the Brazilian case, it is argued that no change has occurred in its neoliberal nature, in force since the 1980s. At the same time that the Bank supported the measures of urgency adopted by governments of developing countries (clients of the institution) to soften the impacts of the pandemic – which necessarily results in an increase in public expenditure –, the institution continues to condition the release of funds on the adoption of neoliberal policies, as well as maintaining the normative primacy of the fiscal adjustment as the basis of action for governments of these countries in the post-pandemic period. Initially, the article presents and problematizes the different activities carried out by the Bank (the granting of loans, advice, technical assistance, advocacy in favor of determined agenda, the linking of multilateral initiatives and economic research). Following this, it analyzes the historical evolution of the educational agenda of the institution, in light of its more general political program. Finally, it discusses the action of the Bank in Brazilian education, based on an examination of the organization's loan portfolio and strategic documents for Brazil, covering the period 2017-20, to which its educational agenda was subordinated.
BASE
In: Land use policy: the international journal covering all aspects of land use, Band 100, S. 104909
ISSN: 0264-8377
In: Development and change, Band 51, Heft 6, S. 1401-1428
ISSN: 1467-7660
ABSTRACTThis article analyses the actions of the World Bank between 1968 and 1981, under the presidency of Robert McNamara, in the context of the Cold War and the directions of US foreign aid policy. It discusses the reasons for, and the means by which the World Bank led, the 'assault on poverty', with an emphasis on rural poverty. It problematizes the theory which supported this initiative, analysing its operationalization in the countryside; it discusses the principal format that it assumed, the reasons which propelled it, the political calculation which guided it, the interests at play, and the results that were reached. Finally, the article argues that the 'assault on poverty' slogan expresses the disposition and the willingness of the World Bank to intervene in domestic questions, aiming to alter, in a selective and focused manner, the condition of particular social groups in client countries, rather than improving the general conditions of economies. This in turn demanded the strengthening of its advisory, technical assistance and economic research functions. If McNamara's policy of fighting poverty can be considered a failure in economic and social terms (a diagnosis widely accepted in the literature), this article argues that, politically, it was successful by constructing the foundations for the neoliberal‐type focused social policies that were in vogue in the following decades.
In: Third world quarterly, Band 37, Heft 5, S. 818-839
ISSN: 1360-2241
In: Third world quarterly, Band 37, Heft 5, S. 818-839
ISSN: 0143-6597
World Affairs Online
In: Dados: revista de ciências sociais ; publication of the IUPRJ, Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, Band 58, Heft 2, S. 461-498
ISSN: 1678-4588
O presente artigo analisa a evolução do programa político do Banco Mundial entre os anos de 1989 e 2014, com base na documentação da própria instituição, considerada a partir da sua condição singular de emprestador, formulador e articulador de políticas e veiculador de ideias e prescrições sobre o que fazer em matéria de desenvolvimento capitalista, em clave anglo-saxônica. Argumenta-se que tal programa se reciclou, se expandiu e se diversificou, uma vez que, além da liberalização, da privatização e do ajuste macroeconômico, passou a impulsionar a reconstrução abrangente da economia, da relação sociedade-natureza, do Estado, da sociedade civil e do próprio self,em chave liberal, nos países clientes. Destaca-se a importância da incorporação do neo-institucionalismo para tal expansão e reciclagem e ressalta-se como esse processo foi concomitante ao alargamento contínuo do mandato do Banco Mundial.
In: Revista Brasileira de Política Internacional, Band 54, Heft 2, S. 118-137
ISSN: 0034-7329
O artigo discute as propostas do Relatório Meltzer para a reforma do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional. Esse relatório resultou do trabalho realizado entre 1998 e 2000 por uma comissão do Congresso americano. Discute também a resposta do Tesouro americano àquelas propostas e mostra como algumas delas foram implementadas seletivamente pelo governo de George W. Bush.
In: Sociedade e estado, Band 20, Heft 3, S. 611-646
ISSN: 1980-5462
O trabalho analisa a disputa político-ideológica entre o modelo de reforma agrária de mercado (MRAM) do Banco Mundial (BM) e a reforma agrária redistributiva. Argumenta-se que o cerne dessa disputa reside no fato de que esse modelo foi criado para substituir o papel desapropriatório e redistributivo do Estado. Mostra-se que, em todos os países onde foi implementado (África do Sul, Colômbia, Guatemala e Brasil), as supostas vantagens atribuídas ao MRAM sobre a reforma agrária não se materializaram.
In: Sociedade e estado, Band 26, Heft 3, S. 587-612
ISSN: 1980-5462
O artigo analisa a implementação e os resultados do projeto piloto Cédula da Terra (1997-2002) e a sua continuidade, a partir de 2003, por meio do Programa Nacional de Crédito Fundiário. Tais iniciativas foram inspiradas na proposta de "reforma agrária assistida pelo mercado", impulsionada pelo Banco Mundial em diversos países, em particular na América Latina, a partir de 1994, como alternativa à reforma agrária, a qual está em curso, nos dias atuais, apenas no Brasil. Com base em pesquisas empíricas, argumenta-se que o Cédula da Terra, ao contrário do que afirma o Banco Mundial, não foi bem sucedido em prover um modelo de acesso à terra a ser reproduzido em maior escala. Este artigo faz ainda um balanço dos desdobramentos desse modelo na política fundiária do governo Luis Inácio Lula da Silva (2003-2010).
In: A Questão Agrária no Brasil, 8
World Affairs Online
In: Biblioteca Artillería del pensamiento