A Etnogênese Kalunga: Da identidade às performances
In: Arquivos do CMD: cultura, memória e desenvolvimento, Band 7, Heft 1, S. 237-240
ISSN: 2318-5422
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In: Arquivos do CMD: cultura, memória e desenvolvimento, Band 7, Heft 1, S. 237-240
ISSN: 2318-5422
In: Novos cadernos NAEA: NCN, Band 15, Heft 2
ISSN: 2179-7536
World Affairs Online
In: Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi. Ciências humanas, Band 6, Heft 3, S. 633-633
ISSN: 2178-2547
In: Interethnic_372: revista de estudos em relações interétnicas, Band 20, Heft 2, S. 68-86
ISSN: 2318-9401
Neste artigo procuro retomar o debate em torno da noção de etnogênese, estendendo-o ao contexto histórico da América Latina e do Caribe e relacionando-o à categoria de Povos Indígenas, utilizada por movimentos de cunho étnico-político (mas que se diferenciam de movimentos de cunho nacionalista) ao redor do mundo. Aquilo que Lévi-Strauss chamou de aquecimento das sociedades indígenas no final do século XX, e que outros autores descrevem como um despertar do movimento indígena, continua a provocar debates dentro e fora do meio acadêmico. Fruto do contato direto com os colonizadores, mas indicando um movimento reverso de retomada de terras e direitos, assim como de símbolos, autoestima e orgulho nativo, tais movimentos contemporâneos estariam imbricados nas diferentes reivindicações de identidade étnica que passaram a configurar a assim chamada etnogênese, redobrando a preocupação dos Estados com tais novas formas de organização política, como é o caso do contexto brasileiro aqui abordado.
The quilombola communities of the state of Amapá, Brazilian Amazon, began their ethnogenesis processes at the beginning of the 21st century, in its relationship with the BrazilQuilombola Program, public policy of the Federal Government. This article aims to reflect on the factors involved in the process of ethnogenesis of Quilombo do Rosa. The research methodology is based on ethnography carried out with the community, with field trips in December 2017 and February 2018. For the production of ethnogenesis itself, two founding processes were identified: the first, the mobilization in 2002 against a mining company, when it planned to deposit arsenic, toxic waste from mining, in the community lands; the second, the arrival of a public policy, the Brasil Quilombola Program. As an expression of the contradictions present in the process of ethnogenesis, the Rosa had to face internal resistance to self-identification as a quilombola by some members of the community itself; resistance in part overcome by the group's own consensus production processes, still present today, in the consciousness of community residents still opposed to self-identification and titling of the territory as a quilombola. The decisive driving force for the intentionality of the Rosa community towards self-recognition as a quilombola and the respective support of the law were the real threats to the territory of the community experienced in the period. As regards the relationship between ethnogenesis and territory, self-recognition as a quilombola and the public positioning as such was decisive in securing the group's territory in the face of these external threats of the period. ; As comunidades quilombolas do estado do Amapá, Amazônia Brasileira, iniciaram seus processos de etnogênese no início do século XXI, em sua relação com o Programa Brasil Quilombola, política pública do Governo Federal. Este artigo objetiva refletir sobreos fatores envolvidos no processo de etnogênese do Quilombo do Rosa. A metodologia de pesquisa baseia-se em etnografia realizada junto à comunidade, com idas a campo em dezembro de 2017 e fevereiro de 2018. Para a produção da etnogênese em si, dois processos fundantes foram identificados: o primeiro, a mobilização, em 2002 contra uma mineradora, quando esta planejava depositar arsênio, rejeito tóxico de mineração, nas terras da comunidade; o segundo, a chegada de uma política pública, o Programa Brasil Quilombola. Como expressão das contradições presentes no processo de etnogênese, o Rosa teve de enfrentar a resistência interna à auto-identificação como quilombola por alguns membros da própria comunidade; resistência em parte superada, pelos processos de produção de consenso próprios do grupo, em parte presente ainda hoje, na consciência de moradores da comunidade ainda contrários à auto-identificação e titulação do território como quilombola.A força motriz decisiva para a intencionalidade da comunidade do Rosa em direção ao auto-reconhecimento como quilombola e o amparo respectivo da lei foram as ameaças reais ao território da comunidade, experienciadas no período. No que concerne à relação entre etnogênese e território, o auto-reconhecimento como quilombola e o posicionamento público como tal foi decisivo para assegurar o território do grupo face estas ameaças externas do período. ; As comunidades quilombolas do estado do Amapá, Amazônia Brasileira, iniciaram seus processos de etnogênese no início do século XXI, em sua relação com o Programa Brasil Quilombola, política pública do Governo Federal. Este artigo objetiva refletir sobreos fatores envolvidos no processo de etnogênese do Quilombo do Rosa. A metodologia de pesquisa baseia-se em etnografia realizada junto à comunidade, com idas a campo em dezembro de 2017 e fevereiro de 2018. Para a produção da etnogênese em si, dois processos fundantes foram identificados: o primeiro, a mobilização, em 2002 contra uma mineradora, quando esta planejava depositar arsênio, rejeito tóxico de mineração, nas terras da comunidade; o segundo, a chegada de uma política pública, o Programa Brasil Quilombola. Como expressão das contradições presentes no processo de etnogênese, o Rosa teve de enfrentar a resistência interna à auto-identificação como quilombola por alguns membros da própria comunidade; resistência em parte superada, pelos processos de produção de consenso próprios do grupo, em parte presente ainda hoje, na consciência de moradores da comunidade ainda contrários à auto-identificação e titulação do território como quilombola.A força motriz decisiva para a intencionalidade da comunidade do Rosa em direção ao auto-reconhecimento como quilombola e o amparo respectivo da lei foram as ameaças reais ao território da comunidade, experienciadas no período. No que concerne à relação entre etnogênese e território, o auto-reconhecimento como quilombola e o posicionamento público como tal foi decisivo para assegurar o território do grupo face estas ameaças externas do período.
BASE
O artigo sintetiza ingredientes de trabalhos anteriores com o objetivo de etnografar o processo de constituição do território étnico Tabeba, em Caucaia, Zona de Metropolitana de Fortaleza, até o seu recente reconhecimento como Terra Indígena (TI) pelo governo brasileiro. Considerando a minha experiência etnográfica e a multiplicidade de formas de atuação que tive desde meados dos anos 1980, descrevo e analiso o processo de constituição dos Tapebas como sujeito político coletivo e do seu território, abordando os diversos modos por meio dos quais isso ocorreu e apontando os fatores que concorreram para isso em diversas escalas. Abordo os distintos regimes a que esse povo foi submetido, o seu processo de individuação étnica, o caminho da superação do estigma ao reconhecimento como sujeitos de direitos, por meio da articulação com um emaranhado de atores. Também destaco as principais dimensões e situações que levaram a isso. ; This article summarizes ingredients from previous writings to undertake an ethnography of the process of constitution of the Tabeba ethnic territory, in Caucaia, in the Greater Fortaleza Metropolitan Region, until its recent recognition as an Indigenous Land by the Brazilian government. Considering my ethnographic experience and the various forms of engagement that I have had since the mid-1980s, I describe and analyze the constitution of the Tapebas as a collective political subject and the formalization of their territory. The paper addresses the various ways through which this occurred and highlights the factors that enabled it in various scales. I consider the different regimes to which this people was subjected, their process of ethnic individuation, and their path from stigmatization to their recognition as subjects with rights, by linking with a network of actors. I also highlight the main dimensions and situations that led to this.
BASE
This article examines the Garifuna ethnic traits that contribute to the process of social cultural creation, which are possible to analyze from certain levels of registration of social imaginaries. In an attempt to collaborate in the elaboration of a Garifuna identity list, our main objective in this work is to address some fundamental dimensions of ethnic collectivities, in order to highlight them: a name, a common myth of ancestry, a common history, a shared culture, an association with a territory and a political movement to defend one's own identity. To fulfill this purpose, we essentially follow the guidelines of Anthony Smith (1987) and his collaborators. The work bases mainly on the deep founding myths as a way of studying Social Imaginaries, as well as some of the productions relative to the group. ; Este artículo examina los rasgos étnicos garífunas que contribuyen en el proceso de creación social cultural, los cuales pueden ser analizados a partir de ciertos niveles de registro de los imaginarios sociales. En un intento de colaborar en la elaboración de una lista identitaria garífuna, nuestro objetivo central en este trabajo es abordar algunas dimensiones fundamentales de las colectividades étnicas, con el fin de evidenciarlas, tales como: un nombre, un mito común de ascendencia, una historia común, una cultura compartida, la asociación a un territorio y un movimiento político de defensa de la propia identidad. Para cumplir con este propósito se siguen esencialmente los lineamientos de Anthony Smith (1987) y sus colaboradores, con base, entre otros, en los mitos fundacionales profundos como vía de estudio de los imaginarios sociales y algunas de las producciones relativas del grupo. ; Este artigo examina os traços étnicos garífunas que contribuem para o processo de criação sócio-cultural, os quais podem ser analisados a partir de certos níveis de registro dos imaginários sociais. Na tentativa de colaborar na elaboração de uma lista identitaria garífuna, nosso principal objetivo neste trabalho é abordar ...
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In: Revista Escritas, Band 12, Heft 1, S. 71-85
ISSN: 2238-7188
Em "Processos autônomos e de envolvimentos na Amazônia brasileira: a etnogênese dos povos na Terra Indígena Maró", Barbara Dias e Dernival Venâncio Ramos Júnior analisam os re-envolvimentos, o protagonismo e a dinâmica identitária dos povos das Terras Indígenas Maró, no vale do Tapajós (Pará, na Amazônia brasileira). Descortinando sua trajetória histórica, marcada pela luta na demarcação territorial e a constante ameaça de projetos de "progresso e desenvolvimento", os autores produzem reflexões que demonstram a complexidade das reações, integrando o fazer político com a força de seus saberes e fazeres.
In: Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi. Ciências humanas, Band 6, Heft 1, S. 95-122
ISSN: 2178-2547
A origem e a dispersão dos povos Tupiguarani têm sido intensamente debatidas entre arqueólogos e linguistas nas últimas cinco décadas. Em resumo, pode-se dizer que a ideia de que esses povos, que ocuparam grande parte do território brasileiro e parte da Bolívia, do Paraguai, do Uruguai e da Argentina, tiveram sua etnogênese na Amazônia e dali partiram para o leste e para o sul, por volta de 2.500 anos antes do presente, é bastante aceita entre os especialistas, embora uma dispersão no sentido oposto, isto é, do sul para o norte, com origem na bacia do Tietê-Paraná, não seja completamente descartada. Entre os arqueólogos que consideram a Amazônia como berço desses povos, alguns acreditam que esse surgimento se deu na Amazônia central. Outros acreditam que a etnogênese Tupiguarani ocorreu no sudoeste da Amazônia, onde hoje se concentra a maior diversidade linguística do tronco Tupi. Neste trabalho, a morfologia de 19 crânios associados à cerâmica Tupiguarani ou etnograficamente classificados como tais foram comparados a várias séries cranianas pré-históricas e etnográficas brasileiras por meio de estatísticas multivariadas. Duas técnicas multivariadas foram empregadas: Análise de Componentes Principais, aplicada sobre os centróides de cada série, e Distâncias de Mahalanobis, aplicadas aos dados individuais. Os resultados obtidos sugerem uma origem amazônica para os povos Tupiguarani, sobretudo pela forte associação encontrada entre crânios Tupi e Guarani do sudeste e do sul brasileiro e dos Tupi do norte do Brasil, com os espécimes provenientes da ilha de Marajó incluídos no estudo.
In: Cadernos do LEPAARQ: Revista do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Antropologia e Arqueologia da Universidade Federal de Pelotas (LEPAARQ-UFPEL), Band 19, Heft 37, S. 26-54
ISSN: 2316-8412
Este artigo aborda o papel fundacional do colonialismo na arqueologia histórica. Seus objetivos são traçar os caminhos pelos quais o colonialismo tem estruturado as pesquisas e terminologias, tratar sobre as formas como tem sido abordado e negligenciado pela(o)s arqueóloga(o)s históricos, bem como refletir sobre a variedade de conceitos utilizados nesses estudos: contato cultural, colonialismo, pós-colonialismo, resistência, hibridismo, emaranhamento, persistência, sobrevivência e etnogênese. Nesse sentido, o presente trabalho não só avalia os avanços analíticos e as limitações teóricas com respeito ao principal problema de pesquisa da arqueologia histórica do colonialismo – os povos indígenas –, mas também identifica diversas lacunas no que diz respeito às conexões mais que necessárias com a Diáspora Africana e os próprios colonizadores.
In: Cadernos do LEPAARQ: Revista do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Antropologia e Arqueologia da Universidade Federal de Pelotas (LEPAARQ-UFPEL), Band 19, Heft 37, S. 301-325
ISSN: 2316-8412
O objetivo deste artigo é apresentar os resultados da análise diacrônica das cerâmicas provenientes de quatro sítios históricos localizados na região do Vale do Macacu, que se situa na margem nordeste da Baía de Guanabara (RJ). Um dos mais importantes centros de produção agrícola do Rio de Janeiro no período colonial, essa região abrigou uma população muito diversa, composta por indígenas, africanos e europeus, que mantiveram diferentes níveis de representação demográfica ao longo do tempo. Buscando entender essa diversidade, este artigo explora a variabilidade diacrônica das cerâmicas de uso doméstico de quatro períodos distintos, compreendidos entre os séculos XVII e XIX. Levando em conta a agência criativa dos diferentes sujeitos envolvidos na produção cerâmica, propomos que aí ocorreu um processo de etnogênese.
In: Campos: revista de antropologia social, Band 9, Heft 2
ISSN: 1519-5538
Embora a expulsão dos jesuítas seja um marco na história da Chiquitania, ela não paralisou o processo de homogeneização cultural e "chiquitanização" que foi impulsionado pelos padres e que se iniciou, inclusive, antes da presença jesuíta na região. Entretanto, os grupos falantes de Zamuco, que continuaram nas florestas chiquitanas até o começo da década de 1920, são frequentemente apresentados como "preservados" dessa influência homogeneizadora. A presente contribuição pretende demonstrar que, ao contrário, o impacto missionário entre os Zamuco foi bem mais contundente do que geralmente é admitido, tendo provocado um processo de reconfiguração dos grupos e de etnogênese, e propiciado novas formas de "dependência sócio-perifêrica", tal como define B. Susnik. O exemplo dos potoreras, falantes de Zamuco no fim do século XVIII, pretende ilustrar esse processo e, além disso, reformular uma visão excessivamente simplista e caricatural da história dos atuais Ayoreos do oriente boliviano.
In: Revista Tecnologia e Sociedade, Band 13, Heft 29
ISSN: 1984-3526
A academia vem demonstrando um crescente interesse sobre a temática indígena no século XXI, mas continua bastante invisível e pouco divulgada a participação/mobilização do protagonismo dos jovens indígenas na atualidade. A realidade dos povos indígenas atual é muito conflituosa: de um lado, interesses econômicos e mercadológicos; do outro, a luta por sobrevivência física, espiritual e por sua cultura milenar. O estudo tem como objetivo investigar como os jovens Tabajara são âncoras atuantes nas atividades das aldeias, nas lutas por reinvindicações políticas, nos processos de retomadas, nas reelaborações e propagação da cultura, enfim no processo de etnogênese contemporâneo na busca do Bem Viver. A pesquisa está aportada em autores como Barcellos e Farias (2015), Chamorro (2016), Boff (2016), dentre outros. A metodologia de cunho qualitativo utiliza entrevistas semiestruturadas. Os resultados revelam a força da juventude Tabajara com ações para apoiar as demandas contemporâneas, mas com visões profundas na preservação do ser e do viver ancestral indígena.
In: Afro-Asia, Heft 63
ISSN: 1981-1411
Este artigo analisa os impactos da presença dos grupos de línguas gbe na formação do léxico empregado no detalhamento das cicatrizes rituais da população africana presente no distrito diamantino da capitania de Minas Gerais em meados do século XVIII. O enfoque é dado sobre o processo histórico de difusão do termo "geja", explorando tanto os seus significados ligados a padrões específicos de escarificações como o seu uso generalizado para marcas corporais africanas, independentemente da origem étnica. Examina-se a sua emergência como índice de uma cadeia mais ampla de significados atrelados à etnogênese jeje em um contexto de grande concentração urbana de povos da Costa da Mina."With Two Gejas on Each Temple": scarification and the process of visual translation in the jeje diaspora of 18th Century in Minas GeraisConsidering the visual culture of the African diaspora, this article analyzes the effects of the presence of Gbe language groups in the formation of the lexicon used in detailing the ritual scarification of the African population present in the diamond district of the captaincy of Minas Gerais in the eighteenth century. It focuses on the historical process of spreading the term geja, exploring both its meanings linked to specific patterns of scarification and its widespread use for African body markings in general. Its emergence is examined as an index of a broader chain of meanings connected to the Gbe ethnogenesis in a context of great urban concentration of people from Costa da Mina.Jeje Nation | African Diaspora | Gejas | Scarification